Tunnel

578 7 0
                                    


Após uma longa e conflitante adolescência, Andrezinho finalmente completara seus dezoito anos, sua maioridade era aguardada ansiosamente pelo mesmo que desde muito novo, sentia uma enorme curiosidade de ir a uma casa noturna GLS, mas nunca arriscou ir à uma, já que, morria de medo de seus pais descobrirem seu maior segredo: O Desejo que sentia por homens.

A adolescência realmente é um período de grandes transformações e descobertas regadas a uma grande produção de hormônios, o que deixam os jovens seres humaninhos confusos e questionadores sobre o principal assunto que os rodeiam, a sexualidade e com ele não foi muito diferente.

Uma semana após seu aniversário, ele combinou com dois amigos de irem a uma boate gay, os três iriam pela primeira vez juntos e passaram a semana toda combinando tudo ansiosamente. O mais velho, Marcos, já havia ido anteriormente e era de longe, o mais ousado e atrevido dos três, certa vez, seus pais foram chamados na escola após a diretora ter o flagrado praticando sexo oral com os meninos do colegial.

Gustavo, apesar de ser o mais POC dos três nutria uma paixão secreta por seu professor de História e sua mente era povoada por filmes românticos entre alunos e professores barbudos que mesmo casados, tinham romances com alunos escondido da esposa. Seus pensamentos eram sempre convenientes.

Chegado o dia, conforme haviam combinado, o primo mais velho do Marcos, levaria os garotos até a boate, mas não entraria junto e eles teriam que voltar sozinhos. No caminho os dois ansiosos não perceberam, mas durante toda viagem Marcos seguiu acariciando o pau do primo mais velho que discretamente virava os olhinhos de tesão e ao adentrar a rua dos Ingleses, rapidamente se arrumou fechando seu zíper, despedindo-se deles.

Andrezinho e Gustavo animados e encantados com o lugar todo decorado, pois sempre haviam festas temáticas e movidos pelo som que abafadamente ouvia-se de fora do recinto, mas logo foi se incorporando aos sentidos dos garotos que após passar pela revista e pegar suas comandas correram para ver como era a pista. Dançaram loucamente. Após alguns minutos perceberam a pista encher, se perderam, se encontraram logo em seguida, nem sentiram mais falta do Marcos quando este, já tinha descido para outra pista na cia de um rapaz que calorosamente o beijava. Finalmente descansaram depois de três horas dançando, que passaram mais rapidinho para eles, quando decidiram pegar uma bebida e foram à procura do Marcos, procuraram o amigo por toda a boate, desceram até o banheiro, passaram para pista, subiram ao mezanino e nada de encontra-lo, começaram a se preocupar de verdade quando notaram que o dia clareava e a boate aos poucos ficava cada vez mais vazia, a noite toda tentaram contatar o amigo através ligações e mensagens, ambas sem sucesso. Exaustos, eram quase oito da manhã quando finalmente resolveram ir para casa.

Domingo, eram quase dez horas da noite quando chega uma mensagem na DM de Andrezinho, era Eduardo, o primo do Marcos perguntando onde ele havia se metido e pedindo o numero de telefone dos dois, Andrezinho prontamente atendeu o pedido de Eduardo, que tarde da noite pegou Andrezinho em casa e foram para casa do Gustavo esclarecer algumas questões e tentar encontrar Marcos.

Sabendo que a casa noturna funcionava de domingo até as onze, seguiram pra lá para conversar com algum funcionário, mas por sorte quando estavam no caminho, Marcos ligou para Gustavo e após ser informado sobre a busca, resolveu esperar os meninos e o primo no ponto de ônibus da Avenida Brigadeiro.

- Caramba Marcos, onde você se meteu? Sua mãe tá furiosa comigo, nunca mais te levo pra sair. Gritou Eduardo ao encontra-lo.

- Desculpa gente, eu bebi demais e perdi a hora, estava na casa de um amigo. Respondeu Marcos com a cara tão lavada quando seus cabelos ainda molhados.

Gustavo e Andrezinho mesmo assustados no banco de trás, se matavam de rir da cara do amigo, que realmente não tinha jeito mesmo e estava confirmando seu papel de piranha.

Nervoso, Eduardo parou o carro numa das entradas do parque do Ibirapuera e desceu para fumar. Marcos foi atrás e após conversarem se entenderam bem, voltaram e Eduardo sugeriu esquecerem tudo e passarem pra comer um lanche. Ao estacionar o carro, Eduardo pediu ao primo e Gustavo comprarem os lanches e ele esperaria no carro com Andrezinho.

- Você é diferente deles Andrezinho. Comentou Eduardo enquanto ascendia outro cigarro.

- Eu sempre fui mais quieto mesmo e fiz dezoito faz pouco tempo. Respondeu Andrezinho.

- O Marcos dá trabalho faz tempo, quem dera ele ter esperado fazer dezoito. Zombou Eduardo.

- Ele é mais dado, mas é gente boa. Defendeu o amigo.

Nesse momento Eduardo se virou e deu um beijo em Andrezinho que afastou surpreso.

-Desculpa! Disse desconsertadamente Eduardo.

- Eu que me desculpo, é que eu nunca beijei antes. Completou Andrezinho.

- Nossa! Por isso você é diferente...

Os meninos chegaram com os lanches, o assunto mudou rapidamente de direção e após uma boa bagunça seguiram para casa. Eduardo mais experiente, agilmente deixou o primo primeiro em casa, em seguida Gustavo e resolveu levar por último, Andrezinho que mesmo inexperiente sentiu um cheiro de segundas intenções no ar. Antes de entrar na rua de Andrezinho, Eduardo parou o carro e perguntou:

- Você pode ficar conversando pelo menos por mais meia horinha comigo?

- Claro que posso. Respondeu Andrezinho.

- Quer dizer que você nunca beijou? Por que? Você é tão gatinho...

- Na verdade eu acabei de beijar e foi você... Respondeu Adrezinho.

- Ah, mas quase não foi beijo aquilo... Investiu novamente Eduardo.

- Ué, e como seria então? Questionou Andrezinho.

- Assim ó...

- Assim ó

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Contos Gays UrbanosWhere stories live. Discover now