Luiz Ferreira Jr. - A mente de Mercúrio (menção honrosa)

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Não muito tempo atrás, no coração de uma cidadezinha no interior

Vivia, na casa dos Mantis, um menino curioso e um pouco sonhador.

Mercúrio era o nome do pirralho, astuto, sem noção aos montes e à beça.

Viajava o tempo inteiro. Porém era assolado por uma forte dor de cabeça.

Adorava passar os dias imerso nos limites sem fim de sua imaginação.

Desenhando foguetes, piratas, bruxas e tudo que tinha asas e dentes de dragão.

Até que vinha a maldita dor ensandecida quebrar a magia de sua aventura.

E o deixava gemendo de dor e com os pais numa tremenda amargura.

— Ora, menino, precisamos imediatamente visitar um especialista!

Dizia a Sra. Mantis com o seu semblante afiado e personalidade mista.

— Mas, mãe, talvez, de tanto reprimida, a dor um dia decida ir embora.

Respondeu Mercúrio, que logo ouviu um: — Não, senhor! Vamos agora!

Então não teve discussão, bafafá nem mimimi que impedisse a decisão.

O garoto iria, às pressas, procurar de uma vez a tal da solução.


Sentou em uma mesa e foi analisado por um doutor barrigudo e mal-humorado.

Porém logo seu semblante antipático se transformou num olho esbugalhado!

— Mas o que seria isto?! — ele gritou num salto espantado e perplexo.

— Venham ver! — sinalizou para os outros médicos, os quais tampouco viram nexo.

Mercúrio, então, cruzou os braços e aguardou a decência de respostas.

— Doutor, o senhor poderia me explicar ao invés de fofocar pelas minhas costas?

Pois acontece que, pelo que foi constatado pelos especialistas,

Existiam, dentro da cabeça de Mercúrio, coisas jamais antes vistas.

Nela, tinha uma pequena casinha, onde morava uma pequena criatura.

A qual andava para lá e para cá com sua roupinha cor de púrpura.

Parecia impaciente. Carregava em seu rosto uma expressão preocupada.

Até que parou seu andar atrapalhado quando viu que estava sendo observada.

— Pois já era hora dos senhores e senhoras atenderem o meu alerta!

Ela disse numa voz fininha e estridente, deixando todos de boca aberta.


"A criatura fala!" "Como pode?!" "Seria um alienígena" "Ou seria magia?!"

"Eu nem sei se o diagnóstico para isso são pílulas ou se precisará de cirurgia!"

Contos finalistas do Concurso de Contos #Ficçomos100kOù les histoires vivent. Découvrez maintenant