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 Calvin está sentado na pequena cadeira acolchoada que ele arrastou para um canto do quarto

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Calvin está sentado na pequena cadeira acolchoada que ele arrastou para um canto do quarto. Ele murmurava seus planos em voz baixa, mas sempre balançava a cabeça negativamente e apertava as laterais da cabeça em frustração.

— Tem alguma folha e algo para escrever por aqui? — ele pergunta ficando de pé de repente.

Aponto para a gaveta de uma penteadeira, e digo que tem algumas canetas e papéis jogados lá dentro. Ele corre para lá e agarra algumas folhas e um lápis grosso e emborrachado.

Senta-se no chão, ao lado da cadeira, e volta a balbuciar algumas coisas, fazendo anotações esporádicas nas folhas espalhadas de forma caótica ao seu redor. Ele parece ter um padrão, e está tão concentrado que não me nota quando me aproximo.

Sempre que escuto passos ecoando pelo corredor, bato na porta, e peço para quem quer que seja do lado de fora ajuda, mas sou sempre ignorada.

A noite chegou e com ela, a minha preocupação não somente com a minha segurança, mas com a de minha avó e o Martin começaram a afetar meu estômago e me sinto a cada segundo aqui dentro mais inquieta. Qualquer barulho do lado de fora me enchia de esperança e frustração.

Estou tão concentrada no que está acontecendo do lado de fora, que quando o barulho alto vem do lado de dentro, me assusta.

— Isso pode funcionar! — Calvin diz animado e segura duas folhas de papel bem amassadas e rasuradas.

— Como?

— Meu avô me ensinou o feitiço que construiu essa barreira, eu tenho algum conhecimento em construção de feitiços, por isso escrevi esse outro feitiço que talvez a destrua.

— Talvez? E o que pode acontecer caso não dê certo?

— Olha, o máximo que pode acontecer é continuarmos aqui dentro, com a barreira intacta, porém, acho que vale a tentativa.

— Então fica à vontade.

— Mas vou precisar de você para isso. Com mais sangue mágico envolvido na equação, as chances de tudo dar certo aumenta. Mas não é sangue literal!

Antes que eu abrisse a boca para respondê-lo, batidas na janela nos chamam atenção e não me assusto ao ver o Igor flutuando calmamente do outro lado do vidro. Vejo a expressão do Calvin murchar e ele esconde as folhas com os tais feitiços atrás do corpo.

— Que bom que você está bem querido... — o homem diz com uma nuance em sua voz que traz uma preocupação verdadeira.

— Como posso estar bem se o senhor me prendeu, nos prendeu aqui? Por que insiste em fazer isso? Não vai trazer bom algum e...

— Claro que vai trazer coisas boas querido, talvez você ainda seja muito jovem para entender isso, mas a nossa província está passando por alguns problemas, não podemos perder o poder.

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