Os Oito Domínios

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Era uma vez,

Um reino encantado chamado Nihal.

Nihal conheceu seus dias mais brilhantes e de paz sob o comando do bondoso Rei Henry. Henry governava todas as províncias do reino com extrema sabedoria e era muito querido pelo reino e por sua família.

E o reino é tão encantado que as pessoas que vivem ali possuem magia!

Pessoas conseguiam moldar a terra fértil em qualquer formato e retirar dela toda a cura e poder que precisavam. Já outras conseguem fazer com que as águas fortes e correntes dos rios subirem aos céus ou então congelassem ao seu pensamento e esforço. Outras pessoas conseguiam com apenas um simples girar de dedos, de uma pequena brisa ao mais feroz furacão. Outras são capazes de trazer o fogo sob seus corpos e saírem sem o menor dano. Outras têm a habilidade de forjar espadas, escudos e qualquer tipo de arma ou metal que tinham a melhor das resistências sem nunca ter conseguido usar uma forja. Também tinham aquelas que possuíam o poder de fazer com que os raios caíssem na terra mesmo sem o menor sinal de tempestade.

Os mais abençoados com magia conseguiam fazer mais do que uma dessas magias, e com a união do reino, não demorou muito para a magia começar a alterar.

Os habitantes do reino ficaram conhecidos como dominadores, e as pessoas que não possuíam magia os invejavam. Mas a simpatia de Henry, dominador de ar e fogo, manteve os ânimos controlados.

Quando a Rainha faleceu após dar à luz ao seu único filho, o príncipe Francis, o Rei perdeu parte do seu brilho e alegria. Ele ainda era grato por poder abraçar e cuidar do filho, mas ele sempre sonhou com uma família grande, mas ele amou demais a rainha para continuar a linhagem, e continuou a cuidar do filho. Francis, aos dezesseis anos, despertou os seus domínios, e, assim como o pai, controlava o ar e o fogo, mas ele conseguiu ir além e também conseguiu dominar a eletricidade e a água.

Orgulho do reino, Francis treinava todos os dias para cumprir o seu papel como rei. Os domínios, difíceis de controlar, exigiam muito esforço do príncipe para aprender a usar todos eles com maestria.

E na manhã do décimo oitavo aniversário de Francis, quando o príncipe estava a ter aulas com o pai, um dos guardas reais entra na sala de estudo, esbaforido e com as feições inquietas.

— Majestade! Majestade! — até a reverência do oficial exibia preocupação. — Trago notícias preocupantes da província da terra! Um dos dominadores está a controlar pessoas! O nome do homem é mantido em segredo, mas o povo está assustado!

— Calma homem! Traga-o aqui sem demora. Quero as melhores equipes de buscas do reino cuidando desse assunto! E quero ser informado no minuto que ele estiver sob a nossa custódia. Gostaria de ter uma conversa com ele! — o Rei ordena e o guarda vai fazer o que lhe foi ordenado.

— Será que é uma boa ideia meu pai? — Francis pergunta baixo, sentindo um calafrio subir por sua espinha.

O dia mal havia terminado, e o homem foi encontrado. Michael seu nome. Tinha uns poucos meses a mais de idade do que Francis. Sua origem não era extraordinária, mesmo os pais dele sendo exímios dominadores de ar. Mas o domínio de ar e todo o amor que lhe foi dado, não foram suficientes para impedir os planos do filho.

Tudo começou muito simples, com a incapacidade deles de negar algum desejo do filho, só pensaram que era amor demais, que o filho estava sendo mimado demais... Mas quando os desejos dele começaram a ficarem grandiosos demais, por detrás de tudo, perceberam que tinha algo errado. E quando o filho conseguiu convencer vizinhos e conhecidos a fazer as suas vontades, eles finalmente perceberam que ele podia dominar pessoas.

As coisas já estavam fora de controle, Michael já usava seus domínios para conseguir seguidores e riquezas.

Quando os guardas o levaram para o castelo, Michael já tinha total controle sobre eles. E deixou-se levar e aprisionar. Ele tinha tudo planejado.

Já estava sonhando com o momento em que controlaria o Rei. Mesmo "aprisionado", ele teria o que passou a almejar: controle e poder total no reino. Tendo domínio do Rei, ele seria dono de Nihal. Não foi difícil e nem demorou muito para que ele pusesse seus olhos no Rei. E o resto foi brincadeira para Michael.

Ainda dentro da sua cela, começou a acumular suas riquezas e preparar o terreno para quando ele fosse liberto. Francis, vendo por detrás das atitudes do pai, passou a alertá-lo sobre os acontecimentos em sua amada terra, percebendo, que se não fizesse nada, acabaria por perder a terra que tanto amava e que seria sua para reinar por direito. Mesmo assim, Michael ainda ganhou sua liberdade.

Henry tinha seus momentos de lucidez. Escrevia tudo em um diário secreto e também tinha seus planos de se livrar de Michael. O Rei sabia que teria que sacrificar muita coisa para que o reino se visse livre das garras do dominador de mentes.

Nihal estava ficando sem tempo e Henry sabia disso.

Num último momento de lucidez, o Rei conjurou o feitiço mais poderoso da história de Nihal. A sua magia não seria suficiente, então pediu ajuda a seu filho. Teriam que sacrificar os seus domínios, mas valeria a pena quando Michael não pudesse mais controlar tudo.

Esse feitiço abalou o reino, e o trouxe para o nosso mundo. Toda a magia veio para a Terra.

As províncias foram separadas, mas ainda estavam juntas por pontes mágicas.

Henry morreu por levar seu corpo e magia além dos limites. Francis e todos os habitantes de Nihal perderam seus domínios, inclusive Michael.

Michael se perdeu na Terra.

Francis encontrou seu caminho de volta para Nihal, mas não antes de começar uma família. Casou-se, teve filhos, netos, bisnetos e mais. Seus filhos tinham domínios, seus netos não. A magia desde a passagem do reino para a Terra passou a pular uma geração.

E desde então, os habitantes de Nihal estão dentro e fora do reino, se misturando entre nós.

Esse continua ser o meu capítulo favorito de toda a trilogia hahahahahah!

Se gostou, não se esqueça de conferir se a sua estrelinha está aqui e de deixar seu comentário ♥ Ah, e cuidado com os spoilers (: