II

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know the enemy.


A madrugada nunca foi assustadora para o Kim porque ele sempre foi uma pessoa que gostava de produzir de noite, mas era a segunda madrugada que ele passava fora de casa, completamente desprotegido e em situação precária. 

Ele não sabia mais se estava fazendo o certo. 

Tinha dúvidas quanto a fuga. Será que estava exagerando? Será que era o melhor para Sun?

A polícia pareceu considerar a situação que ele narrou por um longo período. Por estar com uma criança, Taehyung não aguardou dentro de uma cela como Hoseok estava aguardando. Sua postura vulnerável era humilhante até mesmo para ele, mas não havia outra maneira de se comportar. 

Ele estava com medo...

Segurava Sunny no colo com força, como se ele precisasse do acalento, e não ela. Sun estava estressada, submissa, escondida no peito dele desde que foram levados para aquele lugar.

— Eu preciso do telefone do seu responsável.

O policial olhava descaradamente para a sua aliança, já tendo confiscado todos os seus documentos e os de sua menina. A mão anelada do Kim segurava Sun na nuca, à vista dos olhos das pessoas, e ele se arrependeu amargamente de não ter tirado aquilo antes.

Aquela era uma prova do seu passado, prova dos seus laços naquela cidade infeliz.

— Nós não temos responsável, senhor. - Respondeu absolutamente submisso, contando com a empatia do oficial para a madrugada ter um desfecho minimamente favorável.

Taehyung engoliu a humilhação como quem engole lava. A saliva quente descia tão ardente que era seca, caindo no seu estômago vazio e parecendo fazer um estrago. O ácido subia para a garganta hora ou outra, e o ômega queria um abrigo. Qualquer coisa, ambiente ou pessoa que aliviasse a sensação de ameaça. Ele se sentia ameaçado, exposto. Mas ele quem causou isso quando abandonou o lar.

— Acalme-se. - O policial pediu, tom despreocupado. O nariz do oficial entortou suavemente como se o cheiro o deixasse desconfortável. - Você está muito nervoso. Água? 

— Nós só queremos ir embora, senhor. 

O homem suspirou, desviando os olhos porque parecia incomodado em olhar diretamente para o Kim.

— Tenho um protocolo a seguir. Não posso liberá-los sem averiguar a história que me contaram.

— Nós só estamos tentando ir para Busan, senhor.

— Com 50 mil won na carteira e uma criança a tira-colo? Desculpe, eu não sei se acredito. - Ele pausou, olhando para a aliança uma última vez, sugerindo que estava desconfiado. - Você quer me dizer alguma coisa?

Passaram-se provavelmente vinte minutos. Taehyung nunca respondeu e o homem não voltou a falar com ele mais. A delegacia silenciosa não era nada parecida com o que Taehyung imaginava. Não havia fluxo de pessoas, nem muitos telefonemas.

Mas de novo, aqueles já eram policiais rodoviários. Hoseok conseguiu o levar para mais ou menos trinta minutos longe da cidade, e eles foram parados no meio da rodovia.

— Localizamos o senhor Kim Heiner. - Um outro policial surgiu de dentro do corredor, deixando o celular em cima da mesa de Han, o policial que estava à frente de Taehyung. A mera menção do nome do seu marido o deixou horrificado, e Taehyung se viu tão abatido que sua boca tremeu. - Corroboramos o seu testemunho, senhor Kim. Já fizemos uma busca no automóvel, conversamos com o Sr. Jung e cruzamos informações suas no sistema. Você está livre. Seu marido virá te buscar.

all of me - jjk+kthWhere stories live. Discover now