Capítulo 5 - Parte 1

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Primeiramente, quero agradecer a vocês que estão acompanhando a Saga A Herdeira. Essa semana estávamos entre os 70 lugares de Fantasia. Tanto o primeiro volume quanto este aqui. E, claro, que a autora aqui deu pulinhos de alegria! <3 Muito obrigada! Nada disso seria real sem vocês.

No livro, este capítulo está dividido em duas partes, então, nada mais justo do que fazer isso aqui também no Wattpad. Parte 1 hoje e Parte 2 amanhã!

Estou bastante curiosa pelos comentários e acho que vocês vão entender o motivo quando terminarem de ler.

                                                                                        * * *

                Não queria... Eu não queria ter sido pega por aquela alma. Teria tentado fugir de todas as maneiras... Na verdade, eu tentei. Assim que ele ou ela se comunicou mentalmente comigo, pensei em correr e foi só isso. Eu só pensei! Quando notei sua mão já estava sobre o meu ombro, as tonteiras tinham começado e, provavelmente, estávamos fazendo alguma viagem ao passado ou para outro lugar... sei lá.

Acho que, por já ser um espírito, eu não voltaria ali quando aquela viagem acabasse. Pelo menos fiquei pensando nisso enquanto tudo girava. Fechava os olhos e abria para ter certeza de que não tinha acabado. E, assim que pisamos em um lugar muito escuro e chuvoso, a primeira coisa que fiz foi sair correndo.

Sei que estou morta, mas não acho que meu caminho seja com essa alma esquisita que ficava vagando lá pelo outro mundo. E, se fosse, eu não me entregaria facilmente.

Corri o mais rápido que pude. Ora pulando troncos, ora passando por debaixo de galhos bem grossos. E sem olhar para trás. Já estava apavorada o suficiente olhando para a imensidão da floresta sombria a minha frente. Meus batimentos latejavam por todas as partes do meu ser, nos pulsos, no pescoço e até na orelha. Sentia tudo queimando pouco a pouco, cinquenta por cento pelo esforço e cem por cento de medo. Ok! Eu sei que essa conta não dá certo, mas aquele lugar estava me assustando muito, o suficiente para que o medo fosse a única coisa que eu sentia.

Aquele vestido cinza do século retrasado estava começando a pesar um pouco por causa da chuva e dificultava a minha corrida. Joguei para longe os sapatos. Não dava para correr com tantas dificuldades e o vestido eu não podia tirar.

Não olhei para trás nem uma vez. Não podia. E se ele fosse muito mais rápido do que eu? Com poderes de corrida maluca? Olhar para trás só me deixaria mais assustada. E então eu os vi e estaquei de imediato.

Todos de preto. Eric, Téo, minhas amigas, minha família... Estavam tão perto de mim naquela floresta, apenas alguns metros nos separavam. E choravam, cada um a sua maneira. Aquela alma tinha me levado de volta para eles? Caminhei apressadamente na direção de onde estavam.

E, enquanto percorria a distância, senti meu sangue percorrendo as minhas veias mais uma vez, do mesmo modo como senti na casa de Elizabeth. Era como se ele estivesse lutando para passar por elas. E doía. Fixei meus olhos neles e não desviaria até que estivéssemos juntos.

Não tirei os olhos deles, mas me vi obrigada a parar um pouco por causa da dor que parecia rasgar meu corpo de dentro para fora.

Não! Não pode ser...

O que estou fazendo dentro de um lago? Comecei a nadar na direção da saída, mas toda vez que eu chegava naquilo que tinha avistado como borda, o lago parecia aumentar e eu tinha que nadar cada vez mais.

Meu corpo estava congelando, porém eu não desistiria. Olhei para onde estavam os meus parentes e amigos e os chamei, mas eles não pareciam notar a minha existência.

“Por favor! Alguém me ajude!”

E, logo depois de gritar umas três vezes, escutei uns barulhos entre as árvores. Se fosse a alma? Mergulhei e... Não poderia ficar tanto tempo ali embaixo. Meu nariz já estava congelado e a minha respiração já não estava cem por cento. Se estou morta, eu posso morrer novamente?!

Acho que não... Continuei embaixo da água, lutando contra todas as leis físicas e biológicas e meus olhos acabaram por captar algo...

Não era possível! Havia vários corpos amontoados ao fundo do lago. Aquilo era um cemitério por acaso? As pessoas eram jogadas ali? Onde eu estava?!

Uma mão se estendeu do monte de pessoas jogadas e um rosto surgiu. Sandra? Era a mãe de Téo entre aqueles corpos? Que loucura!

“Socorro! Me ajude, Kate.”

Havia uma chance de ela estar viva? Voltei à superfície e não vi ninguém. Respirei fundo enquanto sentia mil facas perfurando meus pulmões e nadei para o fundo. Sandra sorriu para mim e segurou minha mão. Com a outra, a mãe de Téo empurrava os corpos amontoados ao seu redor. Entretanto, a cada vez que ela os afastava, mais para o fundo nós íamos. Passei a ajudar, só que de nada adiantava. Estávamos sendo puxadas para baixo. Para mais baixo. Mais. Mais.

Mais...

Senti nossos dedos se afrouxando.

Um a um.

Acho que eu podia morrer novamente. Quantas vidas tem um espírito? Sete? Que droga! Não achei que quando as pessoas chegassem ao outro lado enfrentassem tantas dificuldades... Se eu morri, só me deixe ir...

Me deixe ir...

Mãos fortes agarraram a minha cintura e me puxaram de encontro ao seu corpo. Oh! Eu já tinha estado ali antes. Seus braços rodearam os meus e fui puxada para cima. Senti os dedos dele dando leves batidas em meu rosto. Abri os olhos.

— Você nunca me deixa ir... – encarei seus olhos tão azuis. Seus braços agarraram meu corpo e me deitaram. Encostei minha cabeça em seu peito.

Ele me carregou, como tantas outras vezes, para fora do lago e, para minha surpresa, havia uma mulher escondida em uma grande capa amarela com capuz.

— Graças! Pensei que a senhorita se perderia no lago do esquecimento. 

Sabe aqueles desenhos animados em que as donzelas são atraídas por uma voz mágica? Então... foi exatamente assim que me senti. Aquela voz era doce, tão agradável que não dava nem a oportunidade de duvidar de quem a usava. Parecia que eu estava diante de uma suprema rainha que nunca poderia ser contestada.

Não fui nem capaz de perguntar o que significava lago do esquecimento. E nem seria porque, logo depois, o breu tomou conta de mim e não conseguia ver absolutamente nada. As minhas sensações também sumiram, não sentia nem mais os braços de Eric ao meu redor. 

— Não estou enxergando nada. - clamei por ajuda, mas talvez nem a minha voz eles pudessem escutar. Acho que eu ia desmaiar... O nível de pânico em mim tinha extrapolado e eu não aguentava mais suportar. Eu queria uma explicação... O que está realmente acontecendo comigo?!

— Obrigada. Aqui está o seu pagamento. Você está livre. – a rainha incontestável falou para alguém e foi a última coisa que eu ouvi.  

                                                * * *

E então? Bem... eu espero que você tenha gostado e, por isso, lembre-se da estrelinha. <3 

Não fiquem tristes comigo quanto ao número de páginas... Eu posso escrever 20 que no Wattpad ficam 3. :'(

Até! 

Bom final de semana! 

A Maldição Gricem (Livro 2 - Saga A Herdeira)Where stories live. Discover now