Capítulo 07

162 15 4
                                    

POV. FELIPE

Pensei em acordar mais cedo que o esperado para encontrar Kristal e acostuma-la com o ambiente. Inocentemente, pensei que ela estaria dormindo.

Imaginem quão surpreso fiquei ao ver que ela já estava acordada, tomada banho e forrou a cama?

   — Você não dorme, garota? — estranhei, a vendo sorrir.

   — Fiquei com vergonha das meninas me dando banho. Então, acordei mais cedo. — ela murmurou.

   — Você não existe... Em vez de descansar mais, com todo direito que tem... Me diz, dormiu bem?

   — Depois de ignorar que estou num quarto que vale mais que toda a minha vida e mais três gerações trabalhando, confortavelmente.

Ri de sua resposta.

   — Está com fome? Você não jantou na noite passada... Ou consegue aguentar até o desjejum?

   — Dá pra aguentar até o desjejum. — ela murmura.

Vi as criadas dela entrarem nos aposentos e cumprimentam-me, ficando em silêncio.

   — Então, terei que me retirar. Te vejo na sala de jantar. — falei, pegando sua mão e a beijando. — Não a deixem fazer esforço. Ela é toda pirada e não sossega.

   — Sim, alteza.

Sai do quarto após ouvir a afirmação das criadas. Rumei para a sala do trono, me sentindo tenso. Se eu achava ruim a minha mãe, meu pai conseguia ser pior.

O reino em si pertence à minha mãe. Mas, por ser mulher, os deveres reais ao todo não pertencem à ela e, com isso, ela foi usada como moeda de troca em um casamento arranjado com meu pai, que era um grão-duque na época, pois possui sangue real de outra família.

   — Aí está você, Felipe. Veja só o que aprontou! Uma gravidez! Agora, seu casamento com Isadora Segunda não...— começou.

Bufei.

   — Pai, foi tudo armação. Tanto eu quanto a moça fomos drogados. — rebati. — E nem Isadora, nem eu concordamos com esse casamento.

   — Felipe, você tem responsabilidades com o reino. Agora, engravidou uma pobretona qualquer que o drogou?

   — O senhor viu as provas? Leu todo relatório sobre ela? — ele respirou fundo. — Deixe-me ressaltar: tanto ela quanto eu fomos drogados.

   — E quem não garante que esse infeliz não tenha feito isso por ordens dela?

   — É infundado esse argumento. Ela mesma estava investigando para colocar o cara na prisão. E, pra sua opinião, pai, a primeira coisa que ela me pediu foi para denunciar o bandido! — tentei argumentar.

Kristal pode ser tudo. Mas, até onde vi, ela não é uma pessoa interesseira e, pelo visto, não se sente confortável com toda essa situação.

   — Ela nem ao menos queria casar comigo. — contei. — Tá certo que ela nem ao menos sabia que eu era príncipe. Mas queria que eu, Felipe sem título, participasse da vida do bebê.

Me aproximei dele, com cuidado e calma.

   — Apenas preciso oficializar a união, pai. — contei, suspirando. — Queria o senhor ou não, seu neto está no ventre dela.

   — E se a criança não for sua? — ele indagou. — O que vai fazer com a moça? Casamento real não há divórcio, Felipe.

   — Querido, não seja tão cruel. — minha mãe adentrou o recinto.

Grávida do Príncipe Onde as histórias ganham vida. Descobre agora