Capítulo 14

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POV. KRISTAL

Já tem horas que estamos viajando de carro. HORAS. Felipe disse que é por conta de um protocolo que diz que alguma mulher da realeza não pode andar de avião se estiver gestante.

Meu caso, ainda bem.

Nem morta que me colocam em um avião de novo. Puta medo de altura.

Enfim, eu estava ansiosa. Enquanto me despedi de minha mãe, ela me disse que colocou uma lembrança importante de meu pai na minha mala.

Sempre evitamos tocar nesse assunto. Ele morreu atropelado e o culpado sumiu. As coisas dele foram vendidas para ter como nos manter enquanto eu era menor de idade e eu não tinha um trabalho para ajuda-los.

Um suspiro escapou de meus lábios quando finalmente chegamos. William veio dirigindo por nós, já que Felipe tomou umas. E, por segurança, não era bom ele dirigir.

Não consegui ver muita coisa pois o lugar estava escuro. A iluminação era bem pouca. Notei que não tinha muitas casas próximas. Tinha que ter uma boa caminhada, o suficiente para conversar com alguém.

    — Willian é o único que sabe onde estamos. Ele vai trazer Lissandra de vez em quando para os exames. — Lipe disse quando entramos e ele ligou a luz.— Sinto em dizer, mas essa vai ser nossa "prisão" até nosso bebê nascer.

     — Certo... — minha atenção estava na televisão, sofá e quadros da sala de estar.

     — Eu te comprei um celular novo. — ele falou, me entregando a caixinha. — Aqui tem sinal mas evite mandar áudios e mensagens de texto para seus amigos e parentes. Não sabemos quando podem tentar nos localizar. A vizinhança não nos conhece bem aqui. É só vivermos calmamente sem chamar a atenção. Se precisar de algo, me avise. Eu tenho um contato especial com Willian e ele vai buscar para nós. Toda semana ele vai nos trazer mantimentos necessário. Tem alguns mercados aqui perto caso tenha alguma urgência.  Amanhã eu levo suas malas lá pra cima. Que tal a gente ir dormir agora?

O encarei piscando várias vezes. Não tinha entendido todas as frase dele e ele parecia não ter percebido.

   — Entendeu o que eu falei?

   — Na verdade, parei de prestar atenção à partir do "celular novo". — murmurei. Ele fez uma careta. — Vamos tomar um banho e dormir. Estou um caco.

    — Ah, outra coisa é que... Só temos um quarto equipado. — ele murmurou. — Vamos dormir juntos.

    — Tá bom.

    — Só isso? — ele me pareceu indignado. — Kristal, você me vê como seu homem?

    — Te vejo como MEU amigo e PAI do meu filho. Não somos marido e mulher de verdade, né. Aliás, Willian vai voltar agora?

    — Sim. Não tem mais nada que ele possa fazer aqui hoje.

    — Willian, entre e durma no sofá! Nada de pegar essas estradas à noite! Nunca se sabe os perigos! — gritei.

    — Eu não. Vai que vocês... — ele procurou uma palavra certa. — Vai que vocês resolvam "consumar o casamento". — ele fez aspas com os dedos.

    — Você não presta, cara! — lhe joguei uma almofada. — Tranca a porta e vai dormir no sofá. Lipe, busca uma coberta para o William?

    — Quê? — os dois estranharam.

Óbvio que isso aconteceria. William é quem sempre faz as coisas. Inverter isso é uma coisa beeem engraçada de se ver.

    — Anda, Lipe. Ele é nosso convidado. — ele saiu de cena, bufando. — Aliás, eu peguei alguns lanchinhos da festa. Quer alguns?

Grávida do Príncipe Where stories live. Discover now