Capítulo 11

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POV. FELIPE

Após o anúncio, fomos cumprimentar algumas pessoas no salão ao lado. Senti que Kristal estava um pouco diferente. Uma "nuvem" de preocupação estava pairando encima dela.

Antes de prosseguir para o próximo casal, segurei o rosto dela, sem me importar com os olhares.

     — O que houve? — perguntei, massageando suas bochechas com as mãos.

    — Nada.

Revirei os olhos.

     — Kristal, por favor, não minta pra mim. Tem algo diferente em você. Só seja sincera. — falei, preocupado. — É algo com o bebê?

     — Não. O bebê está bem. É só que... — ela suspirou. — Só caiu a ficha de tudo que está acontecendo agora. Felipe, eu sei que agora não tem volta. E se...

     — Não tem volta mesmo. Mas podemos dar meia-volta e fugir desse lugar onde só te uns doidos querendo que a gente se case só pra não chamar nosso filho de bastardo. — falei brincando.

Ela riu levemente.

    — Você não presta, seu bobo!

Coloquei as mãos na cintura dela, a abraçando de modo delicado.

Se eu estava tirando uma casquinha da situação? Com certeza. Eu não ia ser doido de não aproveitar para sentir o calor do corpo dela perto do meu.

Mas não era o foco.

     — Eu tenho medo agora, Lipe. Estou insegura e eu... Eu odeio me sentir assim. — ela falou, suspirando. — Esse bebê vai estar mesmo seguro? Tanto dentro quanto fora de mim? Você pode me garantir isso?

Vi que não era só uma preocupação comum, dada a situação. Ela estava pensando à longo prazo. Nem mesmo eu tinha essas respostas.

Só mantive um abraço delicado nela, a confortando.

    — Me responde, Lipe. — ela murmurou.

    — Não tenho respostas para suas perguntas, Kristal. Mas vamos descobrir com o tempo, meu anjo.

     — Não precisamos de apelidos quando estivermos à sós. — ela disse, traçando uma linha entre nós.

Suspirei. Desfiz o abraço e segurei sua mão.

     — Me acompanhe. Tenho um presente pra você. — falei, a arrastando de volta para os jardins.

    — Já disse que não preciso de nada que...

Escutamos passos atrás de nós e uma voz feminina se pronunciou, fingindo decepção e tristeza:

     — Nem de mim você precisa? Poxa, nunca fui tão excluída em toda minha vida. Nael, me consola, Nael! — Ana fez drama, se jogando no colo do amigo.

     — Ana! Natanael?! Vocês...? — Kristal suspirou, animada. — Quando vocês...?

    — Ser um príncipe têm suas vantagens. Falei que esses dois deviam estar aqui com urgência e aqui estão eles. — falei, segurando o rosto de Kristal. — Pode não ter as respostas comigo, Kris. Mas tem à mim e aos seus amigos. Somos uma família agora.

    — Somos mesmo? Pois quero uma tiara de pedras preciosas e um delicioso café da manhã todo dia! — Ana se fez de esnobe. Revirei os olhos.

***

      Assim que o jantar com todos da realeza terminou, levei Kristal para seus aposentos. Ela estava um pouco mais animada depois da chegada de seus amigos que, por algum acaso, se embebedaram enquanto apostavam com alguns nobres.

Grávida do Príncipe Where stories live. Discover now