Rejeitados | MLB • Adrinette

28 | ENFERMARIA DE CORAÇÕES PARTIDOS

Eu não devia fazer isso.

É a décima vez que penso enquanto observo aquela companhia.

Tá, não faz nem um mês ainda, Adrien pode muito bem não ter superado nada e ainda estar bravo comigo, e com razão. Não quero ser uma covarde, mas meu cérebro me diz a todo momento que estou tomando uma decisão precipitada. Talvez o universo apenas deixou que isso acontecesse porque não ficaríamos bem juntos de qualquer jeito, Adrien é popular, tem uma banda e um bando de amigos, ele… não sei. Talvez seja melhor que continuemos afastados desse jeitinho mesmo.

Mas ao mesmo tempo… quero ser um pouquinho egoísta, porque é a primeira vez que quero tanto alguém do jeito que quero ele.

Estou prestes a jogar tudo pro alto e tocar a companhia de uma vez quando a porta se abre de repente.

— Você. — Chloe diz com asco, acho que todos os ossos do meu corpo tremem em resposta — O que você fez com ele?

— Eu…

— Como você pode- Como teve coragem de aparecer depois de tudo? — Acho que nunca vi Chloe tão brava em toda a minha vida. — Eu fiz ele correr atrás de você, sua estúpida! Eu-

— Chloe você esqueceu… — É ai que Adrien aparece, prestes a presenciar Chloe Bourgeois arrancando a minha cabeça. — A sua bolsa.

Um silêncio mortal se instala, então eu sou a primeira a quebrá-lo:

— Oi.

— Já vamos embora. — Chloe apressa-se, agarrando a bolsa e me puxando pelo braço pra longe dalí.

— Não. — Até eu me surpreendo quando minha voz sai firme — Eu vim pra… conversar.

— Conversa na casa do caral-

— Chloe. — Adrien alerta, é quando ela finalmente para, com um bico emburrado nos lábios. — Tá tudo bem.

Então ela me encara mais uma vez, encara Adrien de volta e suspira, se dando por vencida.

— Me ligue se algo acontecer. — Ela diz, me lançando um olhar mortal antes de passar pelos portões de ferro da mansão.

Adrien abre passagem, e eu entro meio incerta. De repente a presença de Chloe não parece tão aterrorizante quanto esta.

De início, Adrien nada diz, apenas caminha até a cozinha como se eu nem estivesse realmente ali.

— Então… o que você quer?

— Felix…

Paro por um segundo, porque não tenho certeza se posso dizer esse nome… o nome que originou essa confusão toda.

— Disse que eu poderia vir.

— Ele disse?

— Que você estava resfriado. — Esclareço — Vim para ser sua enfermeira. — Tento sorrir.

— Ah. — É sua única resposta. — Então vamos ficar sozinhos aqui?

Demoro alguns segundos para assimilar o que ele realmente está perguntando, sua calmaria me deixa inquieta.

— Sim. Algum problema?

— Nada... é só que da última vez que estivemos sozinhos em casa as coisas saíram do controle.

Meu coração explode na caixa torácica ao lembrar de tudo que aconteceu antes do nosso afastamento.

— Está preocupado que eu possa te atacar de novo? — Adrien coloca as duas mãos ao redor do meu quadril, me prendendo contra a bancada da cozinha.