Capitulo 1

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Silêncio...

...que foi quebrado com a respiração ofegante do garoto ao meu lado.
Enzo era apenas um de vários garotos com quem já fiquei ou transei nesse tempo.
Desde que me mudei para o Brasil, tenho procurado nos olhos de todos os garotos com quem me relaciono para ver se consigo sentir o que sentia ao olhar nos olhos azuis daquele loirinho específico. Porém nada parecia certo, ou melhor, ninguém parecia certo. Praticamente todas as noites me arrependia de como as coisas acabaram lá. Com 'lá' me refiro a Outer Banks. Eu realmente pensava que minha vida estava feita. Na minha cabeça eu já tinha construído uma vida perfeita com JJ Maybank. Eu sei que eu era apenas uma adolescente, não que eu não sehe mais uma, porém tudo era tão perfeito. Eu estava determinada a me casar com JJ um dia. Eu tinha certeza que, não importe onde seja, eu ia terminar com JJ.
Que seja, eu odeio que tenha acabado por causa de dinheiro.

-foi incrível S/n! -Enzo fala sorrindo, me tirando dos meus pensamentos.
Não estava certo o que fazia. Dormia com garotos pensando em outro. Mesmo assim olho no fundo dos olhos de Enzo.
Nada.

-foi Enzo... -minto me virando de costas para ele.

No próximo dia acordo com a minha cama vazia. Apenas um bilhete dizendo 'me ligue'. Rasguei o bilhete e fiz meu café.

Finalmente tinha conseguido construir uma nova vida. Tinha um apartamento pequeno, porém bonito e arrumado, tinha um emprego e tinha dinheiro para pagar as contas e me sustentar. Mas não estava feliz. Me sentia sozinha.

Terminei de tomar meu café e sentei no sofá. Estava fazendo o de sempre, tentando descansar de dormir demais. Até receber uma ligação de um número desconhecido.

-S/n? -estava inseguro.

-Oi, sou eu. respondo.

-Quem fala é a senhora Satos, do corpo de bombeiros de Outer Banks. -fico tensa. -Identificamos o corpo de Ricardo Gonçalves. Seu nome está em sua lista de emergência.

Congelo. Porque estão me ligando? O que encontraram?
-Sou filha dele, sim. -sai da minha boca automaticamente.

-Lamento informar que seu pai faleceu.

Fico quieta por um momento. Não sabia o que pensar muito menos o que falar. Meu pai está morto em Outer Banks. A pessoa que eu mais odeio está morta na cidade que mais odeio.

-Senhora?

-Alô, eh... -penso em que posso falar. -qual é a causa da morte? -pergunto não me importando.

-homicídio. - homícidio? Quem iria matar meu pai? Se é que posso chamar ele de pai. -S/n, a senhora precisará assinar algumas papeladas aqui. Também precisamos saber o que querem fazer com o falecido.

-e a esposa dele não pode fazer isso? -não me permito chamar aquilo de mãe.

-aqui está dizendo que sua esposa está falecida a 5 anos. -ela soa meio desconfiada. 5 anos? Penso de novo. A cinco anos estava morando com eles ainda. Estava muito confusa. -S/n, precisamos que venha resolver as coisas aqui. Sei que deve estar muito triste e confusa por isso não raciocinou a informação ainda, mas faremos de tudo para encontrar o assassino de seu pai.

Desligo.
Não tinha a intenção de ir para lá. Muito menos vontade. Não me importava com o meu pai. Mas parece que até morto ele consegue atrapalhar a minha vida. O desgraçado.

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Eu tinha um plano. Pousar em Outer Banks, ir direto para delegacia e depois de um ou dois dias tudo estaria resolvido.
Fico repassando esse meu "plano" na minha cabeça enquanto faço minha mala. Por algum motivo minha cabeça me obrigava a levar coisas desnecessárias como roupas extras. Planejava ficar no máximo dois dias, não entendia porque guardava roupa para no mínimo um mês.

Depois de um tempo já estava no avião. Eu sentia raiva. Raiva de precisar voltar. Muito mais que o motivo era o meu pai.
Sei que não aguentaria ver ninguém conhecido lá, e isso que faz eu ter mais desgosto de pisar naquela ilha.

'Depois de tudo que passamos, JJ ter a coragem de se impor contra mim do jeito que ele fez, era inesquecível.' Pensava novamente.
Só o pensamento de saber que posso passar pela frente de qualquer um, qualquer Pogue, me faz arrepiar.

Respiro fundo, bebo um gole do meu café com caramelo e olho para fora da janela. Escuto umas músicas e tento me desligar do mundo por um tempo.

Quando o avião pousa, já me levanto. Sou do tipo de pessoa que quer ser a primeira a sair do avião. Quando o avião pousa não suporto o pensamento de esperar as pessoas saírem enquanto estou praticamente presa no meu assento. Fico com claustrofobia.
Já que era um avião pequeno, por ser um avião de conexão, não tinha muita gente. Então pego a minha bolsa e entro na 'fila' para sair.
Quando saio do aeroporto sinto o ar quente e alaranjado e me dá um frio na barriga. Estico o braço fazendo sinal para um Táxi. Meu destino é a delegacia. Não quero passar pelo centro e muito menos por lugares cheios, deixo isso bem claro pro taxista.
Ao chegar na delegacia me dou de cara com a bombeira que me deu a notícia do meu pai. Ela imediatamente me reconhece.

-S/n? Meus pêsames. -ela veio diretamente a minha direção.

-eh, obrigada. -sorrio torto. -você disse que precisava assinar alguns documentos, certo?

-precisamos sim. Me desculpe por isso. Sei que é um assunto complicado, e a maioria das pessoas ficam bem sensíveis nessa hora.

-eu não tinha muito contato com o meu pai então só vim resolver essa situação mesmo.

Ela me encaminha a um pequeno escritório de porta e paredes de vidro. Lá ela me explicou o caso melhor e eu precisei assinar um monte de papeladas.
Preciso decidir o que fazer com o corpo do meu pai. Se vou fazer um enterro, ou liberar o corpo para pesquisas... . É um assunto sério, então querendo ou não vou pensar bem no caso.

-a gente entende de você precisar de um tempo. -ela repara que estou meio confusa com essa situação inteira.

- não, tudo bem. - repito -pode liberar o corpo para pesquisas. -assino a autorização e saio.

Ao sair da delegacia observo as coisas que estão ao redor de mim. Reconheço tudo. E óbvio que com toda essa situação fico relembrando os momentos bons e ruins que tive aqui.
Querendo ou não, estou em Outerbanks, penso. E querendo ou não, não tem como ignorar a cidade por causa de um 'grupinho de amigos'.
Ai ai, se fosse apenas um 'grupinho mesmo'. -suspiro.
Vou até um restaurante perto da praia. Nunca tinha ido entrando nesse restaurante já que é considerado de 'rico'. Não sou rica, mas com o dinheiro que venho juntando do Brasil, estou longe de estar nas mesmas condições de quando cheguei aqui pela primeira vez.
No restaurante me senti na janela. Odeio estar, muito mais comer sozinha, porém prefiro assim do que ficar trancada dentro de casa.
Peço uma pescada branca com um suco de laranja natural que nunca pode faltar.
Como relaxada aproveitando a brisa de Outerbanks. O sol passando pelo vidro batendo na minha cara, o peixe branco desmanchando na minha boca e o suco me refrescando. Estava bem de boa para quem não queria estar aqui.

Depois de passar um bom tempo comendo, me levanto e decido dar uma volta. Passo em algumas lojas e compro algumas roupas.
(Só não compro biquíni porque os melhores são do Brasil).
Quando me deparo com o horário, chamo um Uber. Logo já ia escurecer e por conta do fuso horário estava com muito sono.
E é óbvio que o dia estava bom de mais para acabar já que...

Oiee pessoal.
Obrigada por todos que leram a minha história até aqui. Sem vcs não iria ter essa 2. Temporada. Mas como eu disse, essa é a segunda temporada e já que faz tempo que não escrevo, e sendo bem sincera, comparando com o que eu achava de Outerbanks/JJ, mudou mto. Ent não vou postar todo dia um capítulo novo como fazia. Mas não tem como dizer quando vou postar novos capítulos. Mas vou fazer de tudo para ser ótimo e com frequência.
Bju

As ondas me trouxeram-JJ MAYBANKOnde as histórias ganham vida. Descobre agora