Capítulo 2

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Sarah Cameron me reconheceu.

De longe me deparo com o jeito que ela me olha tentando ter certeza que era eu. Tento dar aquela famosa desfaçada olhando pro lado e pra trás, mas já era tarde de mais.

-S/n? -ela se aproxima de mim. -é você mesmo?

-Oi Sarah -respondo sem graça. Também, o que posso dizer?

-mentira! O que está fazendo aqui?! -ela fala de um jeito descrente.
Sarah pareceria confusa. Não estava sorrindo do jeito que normalmente sorria, mas estava cética. (Não se um jeito ruim).
-meu Deus, desde quando você está aqui?!

-olha Sarah, não quero ser uma vaca nem nada, mas vocês são as últimas pessoas com quem quero conversar. -confesso. Começo a andar para a correção ao contrário dela, até ser parada com Sarah me puxando pelo ombro.

-olha S/n, eu te entendo completamente. Mas vamos conversar vai.

Depois de um tempo, eu cedo.
Reviro os meus olhos e decidimos ir para casa dela mesmo, para previnir que alguém nos veja juntas.
Na casa dela, sentamos na mesa da sala dela e ela começa a falar.

-olha amiga, eu sei que é difícil para você entender, mas eu juro que não é isso que aconteceu.

-Sarah, eu sei direitinho o que aconteceu! E não importa o que vocês falarem, já aconteceu.

-você não entende S/n? Se eu pudesse falar o que aconteceu eu te explicaria tudo direitinho. Mas não dá. Eu prometi. -ela tenta me explicar.

-Sarah, quando você tiver pronta para contar esse seu 'segredinho', você me procura. Durante esse tempo, não! -me levanto da mesa e tento sair. Porém antes se conseguir ela, novamente, segura o meu pulso.

-espera. Podemos conversar sobre outras coisas? Esquecer o passado só por algumas horas? Eu quero muito saber como você está. -ela praticamente implora -por favor. -ela diz calma mais uma vez.

respiro fundo. -tá bom.

Fomos até o quarto dela e nos sentamos. Ela sentou na cabeceira enquanto eu nos pés da cama.
Ela me perguntou um monte, praticamente tudo que fiz durante esse tempo. No começo estava meio fechada, minhas respostas eram curtas e secas. Entretanto depois de um tempo comecei a me abrir e perguntar coisas sobre ela.
Ela me contou tudo também. Sobre como a relação entre ela e o John B estava ótima, como a Kiara e o Pope estão e até mesmo sobre o JJ.
Óbvio que contei para ela porque estava de volta em Outerbanks.
Somando tudo, conversamos boas 2 horas. 

-eu estava sentindo falta de você. -ela diz por fim sorrindo fraco.
Eu não digo nada, apenas sorrio e olho pro lado para disfarçar o meu olhar triste.
-você tem certeza que não quer ir visitar os outros?
-tenho! E também não quero que diga pros outros que estou aqui. E se contar espera eu ir embora! -digo seria.

-tá bom. Pode contar comigo. -ela fala e nós nos despedimos.

Fico aliviada de ir embora da casa dela. Querendo ou não, não nos vemos há muito tempo, então as vezes ficava um silêncio meio constrangedor.
Fui fazer o Check-in no hotel, e pelo caminho passei pela beira da praia.
Estava super quente, então sentia o sol queimando o meu rosto, como nos meus ombros e minhas pernas que estavam de fora.

Enquanto prestava atenção no mar escuto um barulho de moto. Presto atenção na moto, e quanto mais perto ela chega, mais a olho. Até que quando ela passa por mim, congelo. Era o JJ. Seu rosto estava escondido no capacete porém ele usava a mesma merda de camiseta, ou melhor a regata cinza com o decote na axila gigante.

Arrego os olhos e olho para trás para vê-lo novamente. Nesse exato momento ela se vira para trás. Merda, penso.
Esses 3 segundos conseguiram fazer meu coração gelar. Não conseguia tirar esse momento da minha cabeça.
Eu fico quente e sinto meu rosto ficar vermelho. Meu coração estava provavelmente a mil. Minha mão, que suava de nervoso, passa pela minha nuca, tentando me acalmar.
Caramba, JJ literalmente sabe que estou de volta em Outerbanks. -penso. -como esse 1 segundo consegue estragar o dia de uma pessoa?!

No final do dia, já estava na cama. Não iria sair de noite e correr o risco de mais alguém me ver.
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Na manhã seguinte, tomei meu café da manhã. Como sempre um cafezinho acompanhado com algumas frutas, um pão na chapa e um café.

Queria passar na praia de Outerbanks, mas não sabia se valeria a pena arriscar ver alguém muito mas que as praias de Outerbanks não chegam aos pés das do Brasil.
Acabei escolhendo dar uma volta pela ilha. De maneira consciente ou não, ficar trancada no pequeno quarto do hotel não era uma opção.
Fui até o pequeno centro da ilha, onde comprei  um açaí que acabou sendo meu almoço.  Enquanto observava a cidade que não visitava há anos, notei as nuances sutis que escapavam da minha memória. Os tons alaranjados no ar de Outerbanks, os aromas familiares das lanchonetes, que agora se misturam com os novos cheiros de cafeterias que ainda não tinha conhecido e as ruas movimentadas com as pessoas usando biquínis e maiôs.
Enquanto eu explorava um café novo, entrei apenas por curiosidade. No meio dessa exploração, notei uma pessoa familiar do outro lado do balcão. Era a Kiara. De longe, nossos olhares se encontraram, e vi uma expressão de surpresa em seu rosto ao me reconhecer. Ela virou-se novamente para ter certeza de que era eu. Com um suspiro sutil, que mal consegui ouvir, ela foi forçada a voltar ao trabalho e se afastou. Merda- penso. Kie não é do tipo de pessoa que guardaria esse segredo só para ela. Não me entenda mal, eu confio nela, mas diferente de Sarah que sei que não vai contar para ninguém, Kiara leva as regras dos Pogues muito a sério. Diferente de Sarah que tem uma perspicácia que traz confiança, Kie por outro lado apenas ligava pelo seu grupo de amigos.
Rapidamente deixo o café que tinha acabo de entrar. Eu sabia que Kiara me mandaria mensagem. E como se o destino tivesse lido os meus pensamentos, Kiara me manda uma mensagem. Merda- penso pela centésima vez. Não sabia onde ela estava, o que significava que não podia ignorar sua mensagem. Abro a notificação do meu celular, e leio a mensagem de Kie.
-S/n
-desde quando você está aqui na ilha?!
-vamos marcar de nos encontrar. Talvez até resolver os problemas entre a gente.

Penso por um bom tempo sobre uma boa resposta. Nada, zero. Não sei o que posso responder. Então rapidamente mando mensagem para Sarah, esperando ela ter uma ideia do que eu possa responder. A única ideia que ela teve era para eu aceitar o convite. Então acabei marcando um encontro com ela. Pedi especificamente que ela não contasse pros meninos que ela iria se encontrar comigo.
Então combinamos, hoje em um restaurante pé na areia as 20:00 da noite.

As ondas me trouxeram-JJ MAYBANKWhere stories live. Discover now