Capítulo 5

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Os passarinhos começam a cantar, e eu ainda não tinha fechado os olhos. Mas também como que eu iria dormir? Depois de tanto tempo, voltei como se nada tivesse acontecido.
São mais ou menos cinco horas da manhã, e escuto que JJ acordou. Como eu sei que era o JJ? Bom, a maconha o entrega.

Eu estava na rede, por conta disso, metade do meu rosto estava coberto, fazendo ele não perceber que eu o observava.
Seu rosto estava machucado, cheio de feridas secas. Seu cabelo estava bagunçado igual sua roupa suja.
Ele fumava com os olhos fechados, e estava visivelmente irritado.

Quando ele jogou o resto do cigarro no chão, seu gesto foi acompanhado por uma progressão lenta em minha direção, pisando no cigarro que ainda soltava fumaça. Num impulso, fecho os olhos e finjo estar em um sono profundo.
Ele avança até ficar diante de mim, e eu me concentro em manter os olhos fechados. Sinto meus olhos tremerem um pouco.
Posso sentir sua presença com os olhos sobre mim por um tempo prolongado, seguido por uma inspiração profunda quebrando o silêncio.

Por alguma razão inexplicável, estou profundamente convencida de que JJ não apenas sente saudades, mas também carrega uma grande culpa. Até aquele momento, eu o tinha responsabilizado por todos os acontecimentos.

Quando escuto a porta para varanda ser fechada, abro os meus olhos novamente.
Esperei um pouco para ver se mais alguém acorda, pois não queria ficar sozinha com JJ.
Na mesma hora que percebo que tinha mais algumas pessoas acordadas, me levanto e entro na casa.
Me deparo com JJ saindo da sala de estar, entrando na cozinha, acompanhado com um "ótimo" sarcástico saindo de sua boca. Provavelmente por causa da minha presença.
Todos ficam desconfortáveis e sem graças, incluindo eu.

Me sento no sofá, e aceito o café que Sarah me oferece.
-e aí S/n, dormiu bem?

-dormi. -minto pro John B. Os dois que  estavam na sala, Sarah e John B, percebem o meu desconforto. Então John 'acha' que teve uma ótima ideia.

-tá bom, vamo' acabar com  isso né? -'cala a boca John B', penso. Ele estava se referindo a mim e a JJ. -vou chamar a Kie e o Pope e vamos resolver tudo. -ele praticamente grita para o loiro na cozinha escutar.
Continuo sentada tomando meu café, sem graça.

Vejo JJ pegando sua camiseta, já que ele estava com o peito nu, e abrindo a porta tentando sair da casa. Ele falhou, já que seu amigo segurou seu pulso antes mesmo que ele conseguisse colocar seu segundo pé pro lado de fora.

-Qual é, cara? Você não vai embora, né? - sua expressão era claramente irritada, o que me fez sentir um desconforto palpável.

-Eu não tenho mais nada para resolver aqui. -Ele me lançou um olhar irritado, forçando meus olhos a desviarem para a xícara vazia em minha mão. Brinquei com o último restinho de café no fundo da xícara, enquanto a tensão no ar parecia se intensificar. Eu me sentia cada vez mais desconfortável com a situação.

-Vai, JJ, fica aqui. Para com essa frescura.- Sarah revirou os olhos, recostando-se no sofá e colocando a mão na testa, como se estivesse exausta pela discussão.

O loiro solta seu braço de John, que ainda o segurava, e sai.
Pela janela, vejo o mesmo saindo de moto.

-olha S/n, vocês vão resolver tudo viu. -sorrio reto.

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Passei o dia com os pogues. Bom, para ser exata, com os pogues porém sem o JJ.
Ficamos o dia dentro de casa já que estava chovendo muito na ilha. Conversamos, rimos, relaxamos...  Contei para eles como era morar no Brasil. E eles me atualizaram sobre as coisas que aconteceram em Obx.

Durante esse tempo, nem se quer me preocupo com a minha volta pro Brasil. Eu não fazia questão nenhuma de precisar ir. Sarah até me convidou para ficar na casa dela por alguns dias. Ela mencionou que seu pai e Rafe iriam ficar 4 dias no Caribe.
JJ por outro lado nem deu notícia de vida. Ele simplesmente sumiu quando me viu.

As ondas me trouxeram-JJ MAYBANKWhere stories live. Discover now