I wish (larry stylinson)

Twenty Four

"É ruim quando você tem duas alternativas, e ambas vão te machucar."

Louis continuou a olhá-lo. Era como se estivesse reaprendendo os traços de seu rosto, tentando distingui-los entre aquela aparência doente e frágil. A respiração dele era muito fraca, o subir e descer lento e pouco constante de seu peito denunciava isso.

Morrendo.

Tudo nele estava morrendo aos poucos.

Eu morreria por você...

O gênio o observou com a maior atenção do mundo, pois era como se tentasse desvendar a pintura complicada de um quadro. Mas na verdade, Louis tentava entender o que é que Harry tinha.

Nada conseguiu.

Foi para a ponta do leito, procurando pela prancheta que o médico era obrigado a deixar ali, a fim de ver qual era o caso. Mas não havia prancheta.

Louis estava tão distraído que só notou o despertar de Harry quando o garoto se moveu. Ele sabia que o cacheado não se lembrava dele, por isso se manifestou no plano astral, tendo ainda a completa visão do lugar, este que só estava de um jeito mais embaçado e ofuscado. Harry ainda estava meio grogue devido o breve despertar, com sua mente em uma tremenda confusão. E a fonte disso era apenas uma pessoa:

- Louis... - Ele murmurou, olhando em volta. Podia sentir uma presença.

Ele enterrou seu coração
Ele enterrou-o em seu próprio coração
Próximo à frias samambaias
Onde chovera no leito de rio

O gênio se surpreendeu com o chamado, tornando a se aproximar da lateral da cama. Ele invadiu a mente de Harry, vendo que - apesar de toda a bagunça - ele se lembrava novamente de tudo. Louis franziu o cenho em aparente confusão, tentando entender tudo o que se passava. O garoto viu também que ninguém sabia o motivo da doença de Harry. Ninguém.

- Louis. - Ele tornou a chamar, sentindo a presença se tornar mais forte.

O gênio se manifestou no plano físico.

- Estou aqui.

- Louis? - Harry dessa vez perguntou, querendo ter certeza de que sua mente não estava a lhe pregar uma peça.

- Sim, sou eu. - O gênio falou baixo.

- Finalmente. - O garoto sussurrou. - Eu tenho tanta coisa para te dizer e...

- Shhhh. - Louis o interrompeu, se aproximando por completo da cama dele.

Harry, com certa dificuldade, chegou mais para o canto, indicando que ele se deitasse ao seu lado. E Louis assim o fez.

Um amor tão escuro
Contra essa lua
Com um cordão de seda

O resquício de um sorriso foi surgindo nos lábios Harry, um alivio se apossando de todo o seu ser. Harry se sentia ligeiramente bem, tudo por conta daquela aproximação. Louis o encarou nos olhos, notando que o verde de suas orbes estava apagado, assim como todo o resto de seu ser. Tomlinson levou a ponta dos dedos mornos até o rosto do garoto, acariciando sua bochecha: a pele continuava macia como seda.

- O que houve com você? - Louis perguntou, mesmo ciente de que ele não sabia a resposta.

- Castigo?

- Castigo? - O gênio repetiu, querendo entendê-lo.

Harry também não sabia... aquele era apenas um palpite.

- Talvez. - Ele assentiu.

- Pelo quê?

- Por ter sido um idiota com você.