Guerra Dos Insanos

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Kalleb estava rodeado por pessoas, ele contava suas historias de como conseguiu atravessar o deserto em tão pouco tempo, do grupo de sapos vulcânicos que ele encontrara no caminho, e de como conseguiu se transformar em serpente no exato momento em que uma ratazana alada o atacara. Gabriel conversava com Katheryn, a garota tinha saído do conforme pensamentos de Gabriel "Grupo de abestados fãs do Kalleb".

- Eu não tenho uma opinião formada sobre ele, mas acho que você não deveria ficar desse jeito, eu nem sei o que aconteceu la em cima mas acho que não é motivo pra você ficar tão emburrado. - Diz Katheryn para confortar Gabriel.

Gabriel observava Katheryn em sua tentativa de agrada-lo, a garota desértica, como era chamada, tinha poucas palavras, não falava muito com os meninos , talvez por uma bronca de Yami, ou por medo de ser incoveniente.

- Eu não ligo para esse cara, por mim ele poderia ter uma morte lenta envolvendo fogo, que eu não iria me importar. - Fala Gabriel enquanto observava seus amigos ao redor da pessoa que ele odiava.

- Se eu fosse você não falaria isso, se o James ouve, você recebe um discurso de graça. - Fala Katheryn.

- Quer saber eu vou lá, de que adianta ficar aqui, irei apenas observar esse derrotado. - Diz Gabriel e vai em direção ao grupo.

- ... eu tive que levar três cabeças de carneiro estrelado para o açougueiro pra pegar meu canivete de volta. - Dizia Kalleb mostrado um canivete preto com palavras gravadas em relevo.

- Esses são feitiços! Onde você conseguiu esse canivete encantado? - Diz Yami ao perceber as palavras familiares.

- Presente do meu pai, minha mãe era bruxa e antes de partir deu pra ele, ele nunca foi de usar e deu pra mim. - Explica Kalleb que poderia estar mentindo.

- Mas e os presentes? Meus pais me mandaram alguma coisa? - Pergunta Gabriel interrompendo Kalleb.

- Os presentes estão na outra bolsa ali atras, você poderia me fazer o favor de pega-las? - Diz Kalleb em tom de deboche

- Deixe que eu as pego. - Diz James que depois pega a mochila, aparentemente ele só fez isso para evitar uma futura discussão.

- Obrigado. Os presentes estão com uma cartinha de quem mandou pra vcs saberem de quem e o porque.-Fala Kalleb.

Kalleb tirou os presentes e deu a cada um, Íris recebeu de seus pais um prendedor de cabelo feito de pedras preciosas em formato de flor, era uma lembrança do jardim invejado pela vizinhança que ela tinha em sua casa. Yami recebeu varias cartas de uma pessoa só, dentro de uma havia um colar de trevo com oito folhas. Gabriel ganhou um par de luvas tricotadas a mão, e algo que parecia uma faca. Line recebeu uma carta de seu pai, a garota se distanciou para ler mas era obvio que lágrimas escorriam de seu rosto. Katheryn ganhou uma carta sem o nome de quem mandou, surpresa ela leu rapidamente e depois disso parecia tensa. Richard e Mariah conversavam com Kalleb enquanto tiravam mantimentos da bolsa. James recebeu um frasco com um.liquido cinzento sem odor e um bilhete escrito:

" Talvez quem desconfia muito esteja certo, use isso com cuidado e com sabedoria pois a morte esta mais perto do que o esperado."

James sentiu um arrepio depois da leitura, ele releu a carta trinta e sete vezes e não conseguiu entender.

- Bem que poderíamos fazer uma fogueira lá fora, o clima esta incrível demais para se desperdiçar, uma noite tao bonita ao som do meu violão é extremamente agradável.- Sugere Kalleb olhando pela janela vendo a lua em seu devido lugar.

Ninguém tinha reparado que já tinha anoitecido, todos estavam de acordo com a ideia, Mariah e Richard foram pegar comida pra queimar na fogueira enquanto as pessoas conversavam fora da casa. Iris e James estavam abraçados, ele falava coisas em seu ouvido e ela reagia sempre com um sorriso e respondendo com um beijo, sempre que mudava suas maos de posição sentia a carteira de couro de vaca-da-lua que ele guardava no bolso. Line, Katheryn e Kalleb conversavam entre si, provavelmente sobre esportes ou algo da tipo já que Line apertava seus músculos impressionada. Gabriel tinha ido ao seu quarto pegar o violão sabendo que Kalleb pretendia tocar. Yami ao ver que Line estava fascinada com Kalleb, resolveu ir ajudar Mariah com as comidas.

-Então gente poderíamos começar com alguma história ou música, o que vocês acham? - Pergunta Richard.

- Ótima ideia, alias você poderia contar a historia da Guerra Dos Insanos, ainda lembro o jeito que você me contou pela primeira vez. -Pede James que estava sentado ao lado de Íris.

- É verdade amor, você conta de um jeito maravilhoso essa historia. - Concorda Mariah.

- Vamos logo que eu nao tenho a noite toda. - Diz Yami

- Esta bem entao , irei atender ao pedido de vocês. - Fala Richard brincando.

A noite no deserto fria era interessante, se não fosse as chamas longas que James acendeu na fogueira certamente eles estariam congelados no frio, todos prestaram atenção quando Richard começou a falar, menos Line que continuava a desejar Kalleb com os olhos.

- Há mais de trezentos anos, o mundo era diferente, as pessoas eram mais unidas por causa das redes sociais que permitiam comunicação, uma rede social em que dois terços da população mundial tinha acesso inventou um feriado por conta própria, os usuários aceitaram a ideia de que em todos os dias vinte e um de março seria comemorado o Dia dos Insanos, as pessoas teriam vinte e quatro horas pra fazerem o que quiserem sem serem punidas ou acusadas de algo, qualquer coisa tinha que ser aceita. Como bilhões de pessoas de vários lugares aceitaram a ideia do evento, logo o Dia Dos Insanos virou feriado mundial e assim anos se passaram com pessoas comemorando. Tempos depois um cientista havia feito uma descoberta que poderia mudar o mundo pra melhor ou pior, era um elemento químico poderoso com propriedades milagrosas e destrutivas. Na época estava ocorrendo uma grande guerra, a Quarta Guerra Mundial entre um pais grande chamado Estados Unidos da America e outros paises como a Rússia, África, Brasil, Japão e Austrália. Milhões de pessoas morriam todos os dias, era totalmente instável a situação alguns dias os EUA ganhavam e outros os paises aliados contra os EUA matavam milhares de pessoas. Essa guerra durou até o Dia dos Insanos, neste dia o cientista deu a ideia para o presidente dos EUA adicionar as bombas nucleares o novo elemento que ele descobriu, como se fosse um teste, o presidente autorizou no mesmo instante e foi adicionada a chamada Matéria Rosa as bombas. O exercito norte americano não teve tempo de se arrepender pois as bombas destruíram metade do planeta, ele foi literalmente cortado ao meio, hoje nós vivemos em um semi círculo afetado pela radiação que alterou a realidade da outra parte do circulo mudando o DNA dos seres vivos e mechendo nas propriedades da natureza, hoje nós temos habilidades por causa da Guerra e ninguém nunca mais comemora o Dia Dos insanos.

- Lembro da minha avó contando a historia não era tao detalhada mas ainda assim sinto um aperto no peito ao pensar em todas as vidas perdidas. - Comenta Line.

- Esse povo é meio burro, um dia em que todo mundo faz o que quer? Essa ideia alem de idiota causou tudo isso, quem sabe a gente não estaria nessa se não houvesse a guerra. - Fala Yami revoltada.

James se ofereceu para pegar uma bebida dentro da casa, enquanto seus amigos discutiam sobre a Guerra e Gabriel tocava seu violão.

Lá dentro ele teve uma ideia, pegou o frasco com liquido cinzento e adicionou ao chocolate quente de cada pessoa. Ele voltou e sugeriu um brinde, assim que todos tomaram ele falou:

- Poderíamos fazer um jogo de perguntas para nos conhecermos melhor oque acham?

Todos acenaram as cabeças e ele prosseguiu.


FirestormWhere stories live. Discover now