Capítulo III

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Gabriela Burnier

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Gabriela Burnier

Mais uma sinal que o cosmos e as forças do além estão mandando para eu me aquietar: um pedido de casamento. Não exatamente um pedido, a frase que eu acabei de ouvir foi "preciso que você case comigo!" e não o tradicional "aceita se casar comigo?".

Só podia ser uma piada de mal gosto, então eu sorri. Na verdade, gargalhei. Meus ombros chacoalhavam, meus olhos estavam cheios de lágrimas e minha barriga doía de tanto rir daquela loucura. Alguns segundos se passaram até que eu precisei respirar, quando olhei para o Alexandre ele me encarava com o olhar penetrante e as sobrancelhas erguidas.

- Nunca imaginei que quando eu pedisse uma mulher em casamento ela fosse rir como se tivesse ouvido a melhor piada do mundo...

- Mas é a melhor piada - digo enquanto ando até minha mesa enxugando as marcas das lágrimas - e isso não um pedido. Você precisa ajoelhar, trazer flores, anel e toda aquela bobagem.

- Ah então é isso? Posso sair, comprar tudo isso e voltar aqui - ele disse sentando na cadeira em frente a mesa.

- Ok, acabou a piada. Diz logo o que veio fazer aqui.

- Exatamente o que acabei de fazer, te propor casamento.

Aquilo estava perdendo a graça. Quando você ouve uma piada boa pela primeira vez, ri muito. Quando o humorista repete ou tenta explicar, acaba com a graça. Era exatamente assim que estava acontecendo, a graça estava se esvaindo do ambiente tão rapidamente quanto fumaça ao apagarmos um cigarro.

- Você deve ter misturado álcool e cocaína... Apenas um baseado não o deixaria tão louco... - pondero em voz alta.

- Será que você pode ficar calada e me ouvir?

- Ah sim, com certeza misturou... Não é possível que tenha a ousadia de falar merda e querer que eu ouça calada. Não fode, Alexandre!

- Se você for boazinha eu fodo... - estreito os olhos - por favor, me deixa explicar.

- Vá em frente.

- Eu tenho que casar. Meus pais fizeram uma manobra jurídica para me obrigar, se não o fizer saio do testamento e todo o dinheiro fica para instituições de caridade - seus olhos não deixam os meus.

-É um bom destino para dinheiro, tem muitas pessoas carentes no mundo e...

- Vou ficar pobre, sem perspectiva, talvez até more na rua!

- Drama barato comigo não cola! Por que não os convence do contrário ou interdita os velhos? - soltei sem querer, eu nunca faria com meus pais - desculpe pela interdição, descarte a ideia.

- Já tentei induzi-los a mudar de ideia: sem sucesso. Estou pensando em alguém que queira dar o golpe da barriga num cara rico ou em contratar uma atriz por um tempo, uma prostituta também é uma possibilidade.

Acordo Pré-Nupcial - DEGUSTAÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora