Capítulo VIII

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Gabriela Burnier

Tudo continuará como antes, Gabi. Tudo continuará como antes.

Não é uma aliança na mão esquerda que te tornará diferente. Isso é só mais um anel. Muito mais grosso do que a maioria que você tem, mas ainda assim um anel.

Eu me convencia mentalmente, enquanto o piloto pedia para colocar a poltrona na posição inicial e apertar os cintos, pois já estávamos nos preparando para pousar. ⁠⁠⁠Quase treze horas depois finalmente estávamos aterrizando no Rio. Dormi boa parte do trajeto e também fui ao banheiro algumas vezes por causa da quantidade de líquidos que eu ingeria para me recuperar da ressaca. Estava exausta. Minha cabeça estava melhor, mas meu corpo precisava de muitas horas de sono tranquilo. Apesar de viajar na primeira classe voos longos sempre acabavam comigo. Principalmente os de volta. A empolgação da ida me ajuda a ignorar o trajeto.

Suspirei aliviada quando pisei fora do aeroporto. Alê pediu um Uber Black antes mesmo que eu conseguisse trocar o chip do meu aparelho celular.

- Vamos? - Alê abriu a porta do carro para que eu entrasse e um arrepio percorreu todo o meu corpo, como um aviso.

Era para valer. Eu ia mesmo brincar de casinha?

- Não posso! - balancei a cabeça dando um passo para trás.

O motorista já havia colocado nossa bagagem no porta-malas e tentava disfarçar, mas estava curioso assistindo a cena.

- Gabriela, por favor entra no carro, precisamos descansar.

- A gente ainda não acertou esse detalhe... Podemos começar amanhã? Preciso passar no hotel, arrumar as minhas coisas...

- A gente descansa hoje e amanhã eu te ajudo a arrumar tudo. Você precisa conhecer a minha casa para decidir se gosta e se continuaremos por lá.

Respira fundo e entra no carro Gabi.

O Alexandre diminuiu o espaço entre nós e parou a minha frente. Segurou uma das minhas mãos e acariciou meu rosto com a outra.

- Por favor, Gabi - disse baixinho - o que mais eu posso fazer para você entrar nesse carro?

A voz dele estava mais doce e suplicante, os olhos me fitavam com expectativa.

Droga!

- Não me toca assim... - ele afastou imediatamente as mãos. Mas o toque quente deixou seu rastro, que se alastrou pelo meu corpo.

Por quanto tempo vou conseguir resistir ao toque desse homem? Isso eu descobriria depois. O plano agora era: entrar no carro, me trancar em um quarto e dormir por muitas horas. Descansada eu conseguiria pensar melhor.

Seguindo os comandos básicos do plano, sentei no banco traseiro do carro com o Alexandre ao meu lado. Não demorou para chegássemos numa mansão. Amanhã eu olharia cada detalhe, no momento queria me afastar do cheiro desse homem. Adentramos juntos ao ambiente, na sala uma mulher de meia idade usando uma roupa bege nos aguardava com expectativa. Ele provavelmente avisou da nossa chegada.

- Boa noite! Fizeram boa viagem? - cumprimentou-nos solícita.

- Boa noite - respondemos em uníssono.

- Carmem, essa é Gabriela Burnier... Fragoso - completou rapidamente - minha esposa.

- É um prazer conhecê-la, senhora Fragoso - contive o ímpeto de revirar os olhos.

- Apenas Gabriela - sorri para a Carmem.

- Sim, senhora Gabriela.

Amanhã eu tiraria esse "senhora" da boca daquela mulher. Se íamos conviver por um tempo, queria um pouco menos de formalismo.

Acordo Pré-Nupcial - DEGUSTAÇÃOHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin