3° capítulo

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"Basta um olhar pra me deixar sem arDuas almas em uma só carneQuando você não está comigoEu estou incompleto"Ross Copperman - Hunger

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"Basta um olhar pra me deixar sem ar
Duas almas em uma só carneQuando você não está comigoEu estou incompleto"Ross Copperman - Hunger

Está dando sete e vinte quando o Uber finalmente estaciona em frente ao lugar com cores chamativas chamado Flop's. Mag salta do carro primeiro e eu saio logo em seguida assim que pago o motorista, fechando a porta atrás de mim.

Quando chego em Mag, vejo seu corpo tremer, enquanto ela olha entre as portas para dentro do local.

Eu sei que não será fácil para ela encarar tudo isto, para mim também não está sendo. Esses malditos passos trazem as piores lembranças da minha vida, coisa que creio que já tinha trancado no porão e jogado a chave fora.

Por bastante tempo eu parei de frequentar o Flop's aos sábados, por sempre ele está aqui. Então me acostumei a vir em dias de semana, à tarde principalmente, que é quando o lugar funciona como lanchonete/restaurante, servindo o melhor milk-shake de Ovomaltine e Nutella que já tomei na vida! O lugar é bastante aconchegante, amplo, suas cores em um vermelho vibrante com detalhes em branco, algumas mesas no canto com acentos iguais aos das lanchonetes americanas e outras espalhadas pelo lugar. O dono é americano que se casou com uma brasileira e veio morar aqui, daí eles fizeram uma mistura boa dessas duas culturas. O repertório é bem diversificado também, às quintas tem shows ao vivo de MPB, às sextas costuma ter shows de uma banda local de rock (bem meia boca) e aos sábados que é quando a Mag gosta de vir, às vezes têm shows ao vivo do tal sertanejo universitário que trazem alguns cantores meramente conhecidos e também a noite de karaokê.

Por alguns segundos, respiro fundo, sentindo um frio na barriga, uma ansiedade em roer minhas unhas que estão pintadas de vermelho que Mag pintou.
Eu sei que vou o encontrar aqui, e também sei que mesmo dizendo que tudo ficou no passado, eu sinto minhas mãos suarem só de ele chegar perto. Mas neste momento eu tenho que ser forte, forte pela minha amiga.

— Mag... vamos? — pergunto depois de um tempo parada ao seu lado, dando um aperto em seus ombros, com o intuito de a confortar.

— Eu... Eu não sei se consigo. — Sua voz soa fraca e quando ela olha pra mim, vejo lágrimas se formarem em seus olhos. — Desculpa, mas não dá, Luisa.

Ela dá alguns passos para trás, se equilibrando perfeitamente em seu salto quinze (ela tinha mesmo levado tudo ao pé da letra).

Quando Mag voltou de sua casa, algumas horas antes, ela havia trazido uma porção de maquiagens e um vestido vermelho de cetim bem justo e que tinha uma fenda até o meio de sua coxa, valorizando todas suas curvas, e saltos pretos envernizados. Dignos para serem usados em uma cerimônia do Oscar. Já eu, uso meu pretinho básico rendado e os sapatos iguais aos da Mag, pois, compramos juntas em uma liquidação que teve no shopping.

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