"Se persistirem os sintomas o livro deverá ser consultado."
Luisa Lemez se apaixonou perdidamente aos quinze anos de idade, mas seu lindo romance que parecia mais um conto de fadas com todos os clichês possíveis, vai por água abaixo quando em uma be...
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"Eu me encontro sonhando acordada
Como na cena de um filme que todo coração partido conhece
Estávamos andando sob a luz da lua e você me puxou para perto
Um segundo e você desapareceu e então eu estava sozinha"
Meghan Trainor - Like I'm Gonna Lose You (feat. John Legend)
Foi tudo um sonho, mas eu ainda consigo sentir as mãos de Rafael passando pelo meu rosto, me apertando contra seu corpo e o seu cheiro impregnado em mim. Ainda sinto o gosto de sua boca e a maciez dos seus lábios sobre os meus.
Droga de sonho idiota!
Me levanto do chão ainda atordoada, notando Mag, a dona do grito, sentada na ponta da cama cobrindo o rosto com as mãos, negando incessantemente com a cabeça.
É tão cedo para mais um drama de Mag.
Minha cabeça latejava devido ao tombo, e eu mal consigo manter meus olhos abertos. A noite passada se tornou um grande borrão. Eu nem me lembro de ter deitado na cama e nem sequer a hora que peguei no sono. E olha que nem fui eu que saí do Flop's completamente bêbada e carregada. A única coisa que insiste em fixar na minha cabeça é esse maldito sonho.
Me sento do lado oposto de Mag, também levando minhas mãos ao rosto, me sentindo frustrada por não conseguir esquecer esse maldito pesadelo.
Eu fui tão fraca e boba, parecia Luisa de anos atrás, achando que o mundo é cor de rosa e que tudo pode se resolver num estalar de dedos.
— Tá tudo bem por aqui? — Minha mãe escancara a porta de meu quarto, com os olhos esbugalhados.
— Eu também quero saber, Mag me fez cair da cama — respondo, ainda sonolenta.
— A minha reputação está arruinada! — Mag se pronuncia, entre soluços.
Eu e minha mãe trocamos um olhar sem entender nada. Ela parece tão sonolenta e perdida quanto eu.
Qual é! Que horas é para Mag já ter começado com todo este drama?
Ela deve ter acordado a vizinhança inteira!
Minha mãe entorta a cabeça para o lado, me olhando como se perguntasse o que está acontecendo. Eu nego com a cabeça dando de ombros, ouvindo Mag choramingar.
— O que houve, Mag? — pergunto, me aproximando mais dela.
Ela funga, enxugando as lágrimas com o dorso de sua mão e passa seu celular para mim, indicando que eu dê o play num vídeo. Minha mãe se posiciona ao meu lado e eu faço o que Magda mandou.
Assim que meu dedo toca o display, a voz de Mag soa alto por todo o quarto. É ela cantando ontem no Flop's.
