CLAIRE
Minha mente paralisada tentava processar a visão em minha frente.
Mais uma vez, eu e ele, como chapeuzinho e lobo mal, a pobre e ingênua garota tremendo de medo do ser maligno e assustador que a persegue.— Porque você faz isso ? — Disse alto — Me deixe em paz ! — Dei um passo pra trás.
Sua risada parecia debochar de mim, eu odiava isso.
— Quando você vai entender que isso nunca vai acontecer ? — Seus passos se aproximavam e eu analisava cada movimento seu.
Sua língua umedecendo os lábios, seu dedo indicador limpando o vestígio de saliva no local, seu andar calmo e despreocupado vindo até mim e sua voz como sempre, confiante.
— Já passamos por isso tantas vezes, ainda não se familiarizou ? — Ele mordeu sua boca.
— Se familiarizar com você ? — Minha voz saiu baixa — Impossível.
— Azar seu, Claire. — Ele riu.
— Por favor, vá embora. — Gritei mesmo sabendo que seria em vão.
Seu rosto imediatamente se transformou, sua feição brincalhona deu lugar a uma expressão zangada que me fez encolher percebendo que já tinha chegado ao limite.
Minhas costas batereram contra a madeira da porta e eu soube que estava sem escapatória.
Seus braços se posicionaram ao meu lado me impossibilitando de tomar qualquer ação que me fizesse desvencilhar de sua proximidade.
Seu rosto a minha frente encarava de perto minha expressão de pavor, como sua aparência poderia ser tão oposta do ser horrível e frio que me amedrontava ?
Mesmo sabendo que ambas eram as mesmas, esse seu lado humano me dava um certo tipo de... Conforto ?
Não sei se essa era a palavra certa mas sua forma bela e atraente era a melhor forma de me fazer sentir medo.— Ah, Claire ! — Gemeu em meu ouvido.
Mais um passo e seu corpo apertou o meu contra a madeira, com seu rosto frente ao meu novamente, via seus olhos mirando em minha boca.
Ele estava próximo o suficiente para eu beija-lo ou empurra-lo e sair dali.
Ele se aproximou mais, sua respiração batia na pele fina do meu rosto me deixando extremamente confusa sobre qual opção optar.Com a coragem que me sobrou, empurrei seu corpo e corri até a porta, mas antes de chegar onde seria minha libertação, fui impedida por forte puxão em meu cabelo que me fez cambalear para trás.
— Não ! — Gritei.
— A vadia está corajosa, não é ? — Seu aperto era tão forte que eu sabia que ficaria com uma enorme dor de cabeça.
Ele me jogou na cama com força e se posicionou em cima de mim.
— Vou te ensinar a perder essa coragem. — Ele riu.
Seu sorriso maligno me deu calafrios, ele era o mal em pessoa, não era digno de perdão nem afeição.
— Socor... — Sua mão grande e áspera tampou minha boca
— Se você não calar a merda da sua boca eu vou te matar, acha que eu preciso de você ? — Meus olhos transbordavam lágrimas de dor — Você é só mais uma peça descartável no meu jogo. — Ele riu.
Frio e cruel, de alma e coração, isso se ele realmente tiver uma alma e um coração.
Sua mão foi até o meu pescoço o apertando com força me deixando completamente sem ar.
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Incubus | Z.M.
HorrorÍncubo (em latim incubus, de incubare) é um demônio na forma masculina que invade o sonho de pessoas fragilizadas emocionalmente, a fim de ter uma relação sexual com elas.