IV

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Não houve bomba, nem mesmo um tiro sequer foi dado, apenas as câmeras que entraram em colapso por vinte segundos.

Meus homens, todos bem treinados não foram capazes de explicar como entraram na minha fortaleza e arrancaram meus prisioneiros de lá.

Envergonhados e muito preocupados com a minha ira, eles se olhavam tentando descobrir se o outro tinha alguma ideia do que tinha passado por eles.

Eu estava certo, minha armadilha surtiu o efeito desejado. Quem executou aquele ataque conhecia as nossas fraquezas, apenas os mais velhos e os detentores das cinco moedas poderiam identificar ou executar aquele tipo de ataque, quem fez aquilo sabia que eu iria ler as entrelinhas.

Eu estava próximo de descobrir o inimigo, mas ele estava perto demais também, e temo que esta vantagem não seja minha.

Quem quer que seja que levou a Irina sabia dos rastreadores que coloquei nela, o relógio, a aliança e até o microchip que mandei instalar em seu ombro, estava em cima da cama ao lado de um pequeno punhal de ouro, cravejados de pequenas pedras preciosas em todo o cabo.

Eu nunca vira aquela joia específica, mas quem a deixou ali, a deixou como uma pista, uma migalha de pão, para que eu seguisse.

Mas porque agora? Se ele estava tão perto porque não me matou quando teve chance?

No lugar onde Vincent estava preso um punhal igualmente valioso estava colocado cuidadosamente sobre as algemas que antes prendiam os seus pulsos.

Eu a guardei cuidadosamente junto com a outra.

— Reforce a segurança ninguém entra e ninguém sai sem o meu conhecimento. Contrate novos homens, quero que Jullius os aprove antes de chegarem até mim. – com um leve aceno de cabeça o homem saiu para cumprir suas ordens.

—Tenho a sua resposta, quando quiser falaremos a respeito. – disse uma voz grossa e firme atrás de mim.

— Ele já está no local?

— Chegará em algumas horas.

— Você foi cuidadoso?

— Limpo como sempre, filho você está bem?

— Sim padrinho, a raiva é sempre mais forte que a dor.

— Só não a deixe mudar quem você é meu filho, assim eles não ganharão no final.

— Eu já perdi essa guerra padrinho, mesmo depois que tirar até a última gota de sangue dos meus inimigos eu ainda terei perdido.

— Você vai estar vivo, então terá vencido se não deixar a raiva dominar seu coração.

— Então já perdi padrinho, pois não tenho mais coração.

Sem querer mais discutir eu saí do escritório em direção ao bar, eu precisava entorpecer o turbilhão de sentimentos que me consumiam, servi uma dose dupla de whisky pra mim e uma taça de licor para Jullius, ele sentou-se no sofá de frente para a janela olhando para o mar se perdendo no horizonte.

— Quando seu pai se tornou homem feito, sua primeira lição fora provar sua lealdade para com a família. Vincenzo sempre odiou a máfia e as famílias, seu pai sempre fugia das atividades quando podia, ele se recusava a matar, não fazia parte das reuniões a menos que fosse obrigado por seu avô. Já Vitto, era sempre o primeiro a chegar, muitas vezes fora advertido pelos seus excessos. Quando eles completaram dezesseis anos Vitto se envolveu em uma grande confusão, que culminou com a morte de alguém importante. Por isso Marcello Venni concordou com a saída de seu pai, foi essa a exigência das famílias, Vincenzo fora ou o sangue dele por uma vida.

Venni - Herdeiro da Vingança -  Série Detentores. - Livro 1 - CompletoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant