VI

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Eu já ouvi falar de festa de despedida de solteiro, de trabalho, de saída para a faculdade, mas festa de despedida da vida era minha patente registrada.

Mandei fechar uma boate no Leblon e ordenei que trouxessem as melhores meninas, e alguns manés também. Queria ser adorado, e quem melhor do que os três porquinhos para fazer isso. Eles se acham importantes demais, acreditam que a herança militar do papai os protegem. Eu os tenho nas mãos, tanto o pai como os filhos.

Uma família corrupta que faz da política brasileira sua latrina. Quantas vezes eu vi o babão mais novo sendo comido até mesmo por meus homens. Enquanto o papai enche a boca pra falar que prefere ter um filho morto do um filho gay. Ele me irrita tanto com as merdas que diz que muitas vezes usei seu filhinho como tiro ao alvo só para dar essa alegria ao papai.

O babão do meio só é deputado por que foi posto lá por mim, eu o tenho até as bolas. O pequeno stupido é viciado em jogo e adora um sexo sacana. Vivian, uma dominatrix experiente e selvagem é exclusiva dele em quase todos os eventos, e sei que ela é cruel, acredito que ela se vinga por todas as outras mulheres do país nas costas dele, mas a pior parte é que o idiota mete os pés pelas mãos o tempo todo, vive falando merda, mas não é pior do que o cara mais velho, nesse eu estou dando uma lição. O cara se acha o justiceiro de Copacabana, ele comanda um grupinho de babacas metidos a justiceiros, e vira e mexe tenho que limpar um da sola do meu sapato.

Esse grupo é covarde, matam mulheres, trabalhadores e qualquer um que na luta por seus direitos cruzem o seu caminho.

Esse banana me irrita mais do que os outros, quando eu disse que a juíza e a militante que ele mandou matar estava na conta dele, o desgraçado tentou me enfrentar, eu só não o matei por que como eu disse não sujo minhas mãos com esses caras, eu apenas deixo que eles estrepem sozinhos, de vez em quando eu jogo uma isca para a imprensa, e eles vem mansinhos como cãezinhos que são.

Com pelo menos duas gatas no meu colo, e várias outras na mesa, e os babacas olhando sem poderem tocar nelas, elas são boas demais pra eles.

Eva vinte e três anos trabalha como acompanhante, é uma mulher muito inteligente, faz faculdade de medicina e paga com o suor de seu corpo, literalmente.

Janaína 20 anos estudante de jornalismo, bela morena, peitos enormes e um bundão de parar a bateria da Mocidade.

Sofia loira, o cabelo dela bate na bunda, eu adoro me enrolar neles, enquanto a fodo por trás. Quando olho para essas beldades penso no tempo que perdi sendo fiel a Irina, eu as deixei de lado, as troquei por uma cadela sem coração.

Mas isso são águas passadas eu agora iria aproveitar, seria uma troca justa e sem compromisso, afinal não tendo coração, não posso prometê-lo a nenhuma.

Acordei suando, mas as pernas e braços em volta de mim não eram as causas do calor, a minha aflição vinham dos meus pesadelos constantes.

Sai de minha cama e caminhei até a varanda do hotel, o ar fresco ajudou-me a melhorar embora a dor de cabeça ainda fosse extasiante.

Quando voltei para o quarto, pude ver o estado da minha embriaguez quando três mulheres dormiam emaranhadas em minha cama, não sei como me coube ali.

Eu não iria reclamar agora, afinal eu não me divertia assim há muito tempo, Eva me fez ir às alturas com aquela boca, e os gemidos da ruiva que não me lembro o nome estarão na minha memória para sempre, sem contar a flexibilidade da Sofia, tinha me esquecido do quando ela é gostosa.

Eu as quero exclusivas para mim, por um tempo, o depósito na conta delas me garantirá isso e muito mais.
As contas estão pagas e deixei um extra para quaisquer despesas que elas possam fazer.

Ainda era madrugada, eu precisava estar na minha casa. Foi bom, mas a minha realidade me chamava.

Jullius e os homens estavam me esperando, seguimos até minha casa, mas no caminho fomos emboscados. Atitude de amador. Julius os deixou se aproximar e acertou dois deles um terceiro foi interceptado pelo outro carro e mesmo feridos os outros dois conseguiram fugir, por enquanto.

Embora tenha sido um tanto escroto o ataque, eu percebi que foi bem planejado, e não foi por eles, alguém sabia que eu passaria por ali e que estaria bem acompanhado, quem os contratou, não queria me matar, pois sabia que esses moleques não poderiam fazê-lo, mas queria me dar um aviso e eu entendi o recado.

- Merda! Porca miséria! Quem esse figlio di puttana pensa que é para me afrontar assim em meu território? Eu quero os outros dois vivos, encontre-os e traga-os até mim, vai porra! saiam da minha frente! - gritei jogando o copo de whisky na direção do homens, um deles não foi rápido o bastante e saiu da sala com o supercílio sangrando.

A raiva me consumia de tal forma que meus músculos todos doíam, desci até a academia e calcei umas luvas e comecei a bater no saco de areia até que eu não conseguia pensar em mais nada além do exercício.

Jullius me observava sem dizer uma palavra, ele tinha algo ruim para me dizer, estava esperando o melhor momento, e eu bati mais e mais forte.

- Pronto? Já podemos conversar?

- Tem outro jeito? - ele negou - então desembucha.

- Vamos voltar para casa, seu avô está no hospital.

- O quê, que porra está acontecendo hoje, todo mundo tirou o dia para me desafiar, que merda é essa?

- Não foi grave, Marcello foi envenenado, mas socorrido a tempo.

- Alguma pista?

- As mesmas de sempre, estão forçando a mão da comissão ele quer pegá-lo, e seu avô o quer em casa.

- Que seja, eu quero os moleques já tem alguma coisa?

- Sim, nome e endereço.

- Vigiem eles, mas deixe-os pensar que acabou, resolverei essa pessoalmente depois.

- Tudo bem, vou preparar as malas.

Voltar pra casa era doloroso, mas eu não podia deixar meu avô sozinho, Vitto e eu somos toda a família que lhe resta, e Vitto não estaria vivo por muito tempo se minhas suspeitas estiverem corretas, então meu avô só tem a mim.

As horas incessantes de voo, e o desconforto de uma viagem tão longa era sem dúvida a pior parte, o frio de Vennidit nessa época do ano era bem vindo, eu gosto do calor do Rio, mas nada se compara a temperatura de Vennidit.
O ar frio me lembrava lareira e vinho, almoço de família e muita massa, e o molho que só minha Genna sabe fazer.

Eu queria vê-la tanto quanto queria ver mio nono.
Quando meu carro começou a subir as colinas meu coração se apertou com as lembranças, meu avô mandou demolir a casa, mas não pude demolir em minhas lembranças.

O carro entrou na propriedade Venni, um enorme casarão de pedra com a sua frente vermelha e enormes calçadões de pedra, ainda reinava imponente.

Os azevinhos os jasmins e os cedros, disputavam em beleza e perfumes com os enormes ciprestes italianos que ladeavam toda a propriedade.

Na primavera as muitas árvores e flores darão beleza e exalarão seu perfume aos quatro ventos, mas agora só havia uma fina camada de neve para nos lembrar de que estamos na Europa e no início do rigoroso inverno europeu.

O carro deslizou pela entrada, homens bem armados e muito atentos olhavam em todas as direções, a maioria desses homens me viu crescer, estavam lá quando me tornei homem feito, mas curvaram as suas cabeças quando passei, em sinal de respeito e de devoção.

Venni - Herdeiro da Vingança -  Série Detentores. - Livro 1 - CompletoWhere stories live. Discover now