Venni - Herdeiro da Vingança - Série Detentores. - Livro 1 - Completo

V

Fui o primeiro a receber a moeda, os outros foram iniciados, mas as moedas só seriam dadas depois em cerimônias separadas, eu sabia quem as receberia, quando o momento chegar.

Os cinco Detentores as passará individualmente aos novos membros do momento em que eles estiverem prontos.

A minha moeda foi dada em sigilo, eu estava sendo preparado para ela desde a minha iniciação aos dezesseis anos. Não era algo comum na história das comissões, normalmente elas eram dadas ao novo detentor após a morte do antigo.

Havia um propósito para o modo como eles agiram, não me era dado o direito de saber, tudo que eu podia saber era que um alvo maior ainda foi pintado em minhas costas.

Eu era esperado, e estava na hora de me mostrar, eu estava saindo da toca, mas não era a presa eu era o predador.

Jullius garantiu segurança extra, e então me preparei para meu encontro.

Meu anfitrião me aguardava em um luxuoso hotel em Salvador, fui conduzido por um extenso corredor de acesso a cobertura, homens que pareciam assustadores mesmo sem suas armas, que embora não estivessem visíveis, eu sabia que elas estavam lá e que eles sabiam como usá-las.

Passei pela porta com Jullius ao meu lado, e tamanha foi minha surpresa quando reconheci meu anfitrião.

- Dio santo! Como pode, eu pensei que, quer dizer você era a última pessoa que eu esperava ver aqui. - me aproximei corrigindo minha postura e dando a honra que o meu anfitrião merecia, ajoelhei-me e beijei seu anel,

Eu reconheceria aquele brasão em qualquer lugar do planeta.

- Sente-se filho, acompanhe-me em uma bebida, creio que temos assuntos vitais a tratar.

Eu tomei meu assento, e aceitei a bebida oferecida pelo garçom. O anfitrião pareceria bem mais velho do que eu esperava, e seu semblante carregado de dor e de experiências suficiente para escrever vários bestsellers.

- Creio que tem milhões de perguntas em sua mente, mas não é hora de fazê-las, você terá tempo para isso se for bem sucedido em sua missão.

- Sim, de fato. - respondi me recompondo.

- Creio que Jullius já deve ter te contado parte da sua história, embora muitos segredos ainda devam permanecer onde estão.

- Sim, e agradeço por ter entendido meu recado.

- Sou eu quem agradeço por ter me chamado Ricco, foi te dado uma lista no dia da sua iniciação, creio que a memorizou e a destruiu estou certo?

- Sim eu o fiz, mas não entendo, porque só eu a recebi?

- Filho nossas famílias têm muitos segredos, segredos que não pertencem só a nós. Reinos, governos, acordos entre nações poderosas e grandes impérios foram construídos sobre muito sangue.

- São muitas pontas e temos que mantê-las juntas.

- Os detentores das cinco moedas, foram criados para proteger esses segredos e todas as pessoas que os conhecem. Cada moeda protege um segredo e a sua protege todas.

A bile subiu a minha garganta, o peso da responsabilidade pesou como nunca, mas não cabia a mim questionar, e eu não faria, esse era o meu legado.

- Sou o juiz o júri e o executor.

- Sim, e é por isso que eu estou aqui.

O anfitrião levantou-se e pegou uma pasta cheia de travas e segredos, colocou a sua retina num leitor e ela se abriu, tirou dela um pequeno estojo em veludo preto, e de dentro dele tirou um pequeno livro.

- Aqui está, esse é o alvo do seu assassino, os segredos contidos aqui. - o homem me entregou o livro e eu o abri revelando a primeira moeda.

Na inscrição um sobrenome, e uma frase logo abaixo do brasão.

Essa moeda detinha os segredos políticos, quem a teria seria portador de um poder muito grande. Reinos e governos de várias nações estavam na palma de minha mão. Eu lidava com alguns políticos brasileiros e sabia com certeza que não era uma tarefa muito fácil, governos são como chupins, como gafanhotos.

Feita em ouro ela tinha uma esfinge de Cezar e seus louros de um lado e brasão da família do próximo detentor.

Coloquei a moeda em seu lugar e passei para a próxima página, a moeda número três era de prata, assim como as outras ela tinha o sobrenome e o brasão e logo abaixo uma frase, ela detinha os segredos financeiros, o detentor dela era responsável por uma grande fortuna, e eu temi pela vida de quem a receberia, o dinheiro sempre trás morte consigo e muita ganância.

A página seguinte tinha uma moeda de bronze, assim como nas outras, havia dois brasões de um lado o sobrenome, o brasão da família e uma frase, no outro o símbolo da justiça. Em um lado da balança dinheiro e do outro armas.
Esta detinha segredos de justiça, imaginei quantos juízes e promotores de justiça a organização mantinha em todo o mundo.

A moeda número cinco detinha talvez o mais perigoso dos segredos, ele guardava segredos da máfia e de várias organizações criminosas espalhadas pelo mundo. Essa moeda era negra e pesada, os dados eram talhados em ouro que contrastavam com o negro e reluzia revelando cada detalhe do brasão, temi também por seu detentor.

Peguei a minha moeda em um compartimento secreto em meu relógio, e a olhei de perto pela primeira vez, nunca quis olha-la, era como se a maldição contida nela pudesse ser mantida longe de mim se eu não a conhecesse.

- A sua moeda diz "Quis custodiet ipsos custodes" (Quem guarda os guardiões) são muitos segredos Ricco, muito poder, mas nada é mais importante do que a família, sem a família nada disso tem valor.

- A quem pertenceu essa moeda antes de mim?

- Isso não cabe a você saber, você só precisa saber que o verdadeiro herdeiro não a mereceu, seu sucessor também não, Mas você filho, não tem essa escolha se você falhar muitos cairão junto com você.

O meu sobrenome gravado na parte superior, o brasão da minha família e a frase "sanguinem intus non foris". Do outro lado um anjo feito em partes do material de cada uma das moedas, sua cabeça era de ouro, os braços talhados em prata, o corpo em bronze e os pés eram feitos em um metal negro, a espada era em ouro vermelho lembrando uma chama, a chama da vingança.

Em volta da gravura a frase em latim Quis custodiet ipsos custodes. Que era o total significado do meu legado, o guardião, o anjo vingador.

Eu girei a moeda por entre meus dedos antes de colocá-la em seu lugar de honra no livro, e o guardei novamente em seu estojo.

- Cada detentor tem consigo a moeda que também abre o cofre do respectivo banco onde os segredos estão confinados, e somente o detentor e o guardião saberá aonde e como chegar até ele. Essas moedas são agora sua responsabilidade, você é o único que pode chamar a comissão, e será o primeiro a ser chamado caso a família esteja em perigo, a comissão avalia e julga mas última palavra é sempre sua. E Ricco grandes poderes, grandes responsabilidades.

- Eu sei, eu vou fazer por merecer eu prometo.

- Sei que fará, e como vai usar esse poder é decisão sua, seu inimigo virá atrás de você, você é muito valioso agora, portanto tenha cuidado.

-Vou te ver de novo?

- Se você vencer, sim. Agora adeus por enquanto.

De volta em casa, eu estava surpreso com as últimas descobertas, após ter certeza de as moedas estavam em um lugar seguro eu me sentei com uma bebida.

Só por hoje eu precisava esquecer, eu precisava sair beber, comer uma mulher.

- Eah! Bebida e muito sexo não necessariamente nessa mesma ordem.