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Por mais que eu me esforçasse para sair feliz da vida dentro do meu carro algo me incomoda, é mais que um pensamento negativo, é quase um aperto em meu coração, cada vez que lembro dos garotos que me cercaram, me vejo em uma rua sem saída, ou resolvo de forma agressiva ou deixo que eles me usem como brinquedo com diversão totalmente gratuita, meu pensamento acaba de ser interrompido com meu irmão entrando em meu carro.

— Vai falar qual o problema ou vou ter que ir atrás?

— Prefiro eu mesmo resolver, eles estão querendo minha cabeça agora, só pode.

— Sophia, nossos tios estão aí dentro querendo resolver essa encrenca, podemos ajudar afinal eles foram atrás de você sem motivo.

— Preciso de uma arma, a ponto quarenta, ou uma M380, eles me cercaram hoje no intuito de me intimidar, pode vim a fazer novamente, preciso estar preparada! — Posso estar sendo radical e até mesmo exagerada, mas é o que eu sinto.

— Sophia se depender de mim ninguém toca em você.

— Me arruma as armas e teremos certeza que não, preciso de um coturno que esconda elas também. — Falo saindo do carro sem a mínima delicadeza bato a porta e vou em direção a entrada e vejo meu tio saindo na porta de casa que dá acesso a garagem.

— Queria muito te dizer não vou te emprestar nada, mas percebo em sua expressão que é sério. — Fala meu tio Renan, talvez nossa genética seja puxando os olhos claros.

— Oi tio, nossa tem tanto tempo que não te vejo, ainda bem que acabou a missão. — Falo indo abraçar ele, por algum motivo me sinto mais tranquila com ele por perto, ele é daqueles tios que o abraço conforta, sempre fui sua princesa, mesmo depois de grande, como ele sempre me dizia quando era menor "princesa guerreira, forte, independente" ele me ensinou tudo sobre auto defesa, dizendo ele eu tinha rostinho de encrenca e pior que acertou.

— Então, podemos jantar? — Thomas pergunta e eu percebo que ainda estou abraçada com o meu tio Renan. — O tio Pietro está esperando a gente lá dentro. — Às vezes acho que o Thomas tem ciúmes, mas ele não é tão carinhoso com ninguém e nossos tios sabem dividir a atenção.

Entro na sala e percebo meu tio Pietro em uma ligação, parece importante e meus pais estão sorrindo e conversando por olhares, meta de vida? Chegar a encontrar alguém que converse comigo sem que saia alguma palavra da minha boca.

Subo as escadas e vou direto para meu quarto, me deito em minha cama e fico me olhando no espelho, tem algo mudando em mim, estou estranhamente mais violenta e mais sensível, as vezes dou passos achando que serão os últimos e tudo me afeta, não era assim e agora eu posso me ver quase desmoronando, um abraço de meu tio foi o suficiente para me desmanchar e tirar metade de mim, apenas verdades que faço questão de esconder, com ele não adianta construir barreiras, foi ele que sempre me ensinou que não se deve mostrar suas fraquezas, mas foi ele que sempre me ouviu quando estava tudo mal, escuto alguém bater na porta e vou até lá para destrancar.

— Queria muito saber o que se passa, vamos conversar? — Fala meu tio Renan entrando em meu quarto. — Todos já jantaram, mas você não quis descer.

— Vou te contar o que aconteceu. — Conto todos os detalhes assim que sentamos de frente um para o outro na poltrona. — Por isso quero as armas, eles tentaram me pegar de surpresa e não conseguiram.

— Tudo bem, vamos para meu trabalho. — Fala ele levantando e indo em direção a porta. — Cada um em seu carro, se aparecer outra pessoa vou informar pelo GPS e vamos nos encontrar onde estiver demarcado, vou te mandar mensagem de áudio curta te dando as demais instruções, tudo bem?

Atraída Pelo PerigoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora