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Duas horas desde que fomos a escola e tivemos a notícia que nossos irmãos sumiram, de certa forma sumiram com o nosso tio, eu realmente esperaria que não ocorresse nada grave, mas lembrando que quase morri e tudo por ele ser corrupto.

Assim que tomamos coragem para falar para minha mãe por ligação ela enlouqueceu, depois de alguns minutos ela chegou no apartamento claramente irritada, era de se imaginar, mas não era a única o Miguel também estava bravo, dava para ouvir seus passos sem nenhum pudor, o barulho que fazia, se não for loucura minha, talvez eu esteja sentindo o chão tremer, ele estava colocando sua força, como se estivesse marchando.

— Por que não me falaram antes? Eu tinha o direito de saber.

— Pensamos que seria o melhor a se fazer, mas não era, estávamos enganados. — Falo e ela me olha com raiva, acho que "pisei na bola" de novo.

— Por favor, não desconte nela, ela foi uma vítima nessa história. — Thomas me defende e eu sinto que ele também estava se sentindo culpado.

— Você deveria ter me contado Miguel, confiamos em você. — Meu pai fala e eu me sinto brava.

— Claro, foi ele que pegou os meninos em vez do meu tio! — Falo e percebo o efeito, meu pai voltou ao normal.

— Em vez de ficarmos acusando um e outro, porque não ligam para ele? — Miguel fala em tom sério.

— Ele está certo, tente ligar e disfarçar, se ele não constatar que já sabem de toda a verdade, talvez ele devolva os meninos sem acontecer nada. — Thomas diz, mas nossos pais não nos dão ouvidos, não rápido.

— Vou ligar. — Meu pai fala e começa a discar e logo coloca viva voz. — Pietro? Oi!

— Oi Fernando, então...— Meu pai não o deixa terminar e eu aproveito para tentar rastrear.

— Passei na escola e eles disseram que pegaram as crianças, fiquei tão feliz, vou aproveitar a noite com a Marisa.

— Que bom que você gostou, mais alguma coisa? Desculpa perguntar, mas é que as crianças estão correndo pela casa.

— É somente isso, qualquer coisa me liga. — A careta feia do meu pai já entregava todo o jogo, ele está tentando manter o controle, mas acho que está errando bastante. — Conseguiu? — Ele pergunta assim que desliga.

— Infelizmente não um local exato, porém iremos conseguir. — Miguel fala e eu percebo o quão motivado está.

— Vou para casa, depois conversamos. — Minha mãe diz e eu percebo o quão está descontente.

— Vamos, qualquer informação, ligue. — Meu pai diz sem nem me olhar nos olhos.

Isso é extremamente ruim, a relação de paz com meus pais está abalada e o pior é que não foi culpa minha, mas dessa vez, eles não ficaram bravos apenas comigo, então posso levar em consideração que é um momento estressante, depois que escutamos o barulho do elevador, Thomas fecha a porta do apartamento e junto com o Miguel, eles me envolvem em um abraço.

— Não é culpa sua. — Miguel dá um beijo no topo da minha cabeça.

— Não é culpa nossa. — O Thomas fala e eu percebo o que devemos fazer.

— Vamos meninos, rastrear o número, peguem o mapa da cidade, o quadro, vamos anotar, tenho ideia do que vamos fazer.

Começo anotando os locais onde a câmera pegaram eles, câmera por câmera, anoto cada passo, fazemos o trajeto, mas parece que eles passaram em diversas ruas para despistar e do nada o carro desaparece, em um estacionamento subterrâneo, então colocamos canetas de cores diferentes para cada carro que saiu do estacionamento, cada um pegou dois carros para seguir, mas apenas um não desceu os vidros logo em seguida, então aproximamos as imagens de cada carro que desceu e constatamos que não era meu tio.

Atraída Pelo PerigoWhere stories live. Discover now