Capítulo 13 - Machucados

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Camila

Chegamos no horário do almoço, aproveitamos para comer ainda dentro do aeroporto pois Sophia estava com fome. Passamos em uma farmácia para comprar os remédios que minha pequena teria de tomar nas próximas duas semanas.

Assim que chegamos em casa, fiz Sophia tomar seus medicamentos e a coloquei para dormir. Sai do seu quarto e fui até a cozinha avisar minha mãe que iria sair.

- Para onde Camila? - ela perguntou.

- Preciso checar se a Lauren está bem, estou preocupada com ela - falei e ela entendeu.

Peguei meu carro e dirigi até a casa dela. Chegando lá, não sentia o cheiro de nada, o que era estranho pois ela deveria estar emanando um odor forte.

Respirei fundo e toquei a campainha. Nenhuma resposta. Tentei mais algumas vezes e esperei. Nada.

Pego o meu celular e vejo suas mensagens. Depois do jantar que tivemos aqui, ela me mandou as senhas para desativar os alarmes da casa e assim eu poderia entrar e sair sem problemas.

Pensei com calma se deveria fazer isso, mas algo dentro de mim gritava que eu deveria checar sua situação.

Entrei na casa e desativei o alarme, estava tudo em um silêncio, mas o cheiro de Lauren estava presente no local, mesmo que fraco e isso me deixou mais apreensiva.

Quando cheguei na sala e vi seu corpo caído, senti como se meu coração tivesse parado e se quebrado. Me aproximei rapidamente e percebi que ela ainda respirava, mas não acordava.

Lembrei que ela havia me contado sobre sua médica, peguei o seu celular e consegui desbloquear usando a sua digital. Encontro o telefone da doutora Normani e ligo.

- Fala - a mulher atendeu.

- Doutora Normani? - perguntei.

- Sim - seu tom de voz mudou - quem é você?

- Meu nome é Camila, sou amiga da Lauren. Acabei de encontrá-la desacordada em casa - comecei a falar com pressa - por favor, me passa o endereço do seu consultório, eu irei levá-la até você.

Ela me passou e já coloquei no GPS, com muita dificuldade carreguei Lauren para o carro.

Chegando lá, a doutora fez alguns exames e constou que ela estava bem, mas que os remédios e o estresse deveriam ter causado o desmaio.

- Ela estava sozinha? - ela me perguntou.

- Sim - respondi.

- Quer dizer que a ômega que deveria estar com ela não foi - ela anotava algumas coisas em um papel - droga - ela olhava Lauren com pesar - ela estava tão feliz - ela me olhou - logo ela deve acordar - falou e se retirou da sala.

Fiquei ali mais um pouco, observando o sono de Lauren. Eu me sentia tão mal por deixado ela ficar sozinha, mas eu não podia deixar minha filha doente longe de mim, ela era a melhor coisa da minha vida.

Algo dentro de mim já me alertava que havia algo de errado. Eu a deixei sozinha em um momento de extrema vulnerabilidade, sendo que ela ainda tem problemas maiores do podemos imaginar. Me sentia culpada pelo seu estado, queria poder fazer algo por ela, mas tudo parecia estar fora do meu alcance.

Segurei sua mão e chorei. Por que tinha de ser tão difícil assim? Eu tentei me afastar diversas vezes, mas tudo que fiz me prendeu mais a ela. Ou talvez eu nunca de fato tenha tentado, apenas mentia a mim mesma e tentava me convencer que era errado, que era mesmo, nunca uma professora deveria sair com um aluno, mas como eu poderia me distanciar dela sendo que eu já me sentia tão atraída a ela desde o começo? E ao contrário de tudo que eu poderia imaginar, ela ultrapassou quaisquer expectativas que eu tinha, não só por ser uma adolescente de 18 anos, como de tudo que eu vive em relação a romance até hoje. Lauren era uma pessoa incrível, fazia de tudo para estar ao meu lado, sempre compreendeu meus motivos e nunca desistiu de tentar.

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