Capítulo 21 - Biologia

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Camila

Lauren me carregou no colo até o carro, me colocou no banco de carona com todo o cuidado e ficava pedindo desculpas sem parar. O caminho inteiro, ela manteve o toque em minha coxa, eu continuava paralisada e mal conseguia falar, aquele sentimento de uma lâmina me cortando por dentro parecia tão real e tão presente até agora.

Aos poucos ia diminuindo, mas a sensação era estranha. Sabia que não era meu e não fazia sentido isso me machucar de tal jeito. O que acontecia conosco?

Chegamos na casa, ela saiu do carro e veio me tirar, me carregou até dentro da casa e se sentou no sofá comigo no colo.

- Me desculpa, me desculpa - ela falava - eu não queria machucar você - eu olhei seus olhos e estavam totalmente verdes.

Seu alfa interior está mais presente do que nunca.

- Lauren? - finalmente consegui falar com dificuldade, sentia minha garganta seca e toquei seu rosto com a mão.

- Camz - ela respondeu - o que está sentindo agora? - eu podia ver seu olho oscilar, o seu alfa está presente, mas ela não perdia o controle e isso era ótimo.

- Água - foi o que consegui falar.

Ela se ergueu comigo ainda em seu colo, segurei em seu pescoço enquanto ela seguia para a cozinha. Ela me sentou no balcão, pegou um copo, encheu com água do filtro e me entregou. Ficou me observando beber e eu podia ver que ela sorria ao me ver fazendo isso.

- O que foi? - questionei, me sentindo melhor.

- Quer mais? - ela perguntou e eu aceitei, ela encheu o copo novamente e me devolveu - você é tão fofa Camz - ela comentou e acariciou meu rosto.

Eu ri depois de terminar de beber e deixei o copo ali do lado.

- O que foi? - ela questionou me vendo rir.

- Eu só quero ficar perto de você - respondi, ela sorriu e me pegou no colo novamente, voltando para o sofá.

Ficamos ali sentadas por um tempo, ela agarrava minha cintura e acariciava minhas costas enquanto beijava minha cabeça que estava plantada em seu pescoço, aspirando aquele cheiro maravilhoso que me acalmava e me fazia sentir segura.

- Me desculpa - ela disse mais uma vez - eu nunca ia querer lhe machucar assim, mas eu fiquei tão irritada com eles que senti meu sangue congelar de ódio e minha visão ficar turva - ela choramingava.

- Tá tudo bem - eu me afastei de seu pescoço e a encarei, colei nossas testas - e-eu senti também - ela me olhou surpresa, lágrimas escorriam em seu rosto - eu senti um frio dentro de mim, aquilo me rasgando - ela segurou minha mão e fazia um carinho sem quebrar nosso contato visual - eu senti sua raiva junto com a minha, tudo maior, no limite. Mas eu não aguentei, era doloroso demais - eu comecei a chorar.

- Você sentiu o que eu estava sentindo - ela beijou meus olhos e meu nariz - porra, você sentiu aquilo também - com a outra mão que ainda estava em minha cintura, ela me encaixou melhor em seu colo, me deixando bem colada ao seu corpo - tão doloroso, tão frio e tão cruel - ela continuava os mesmo atos - eu fiz meu amor passar por tudo isso também - suas lágrimas já dominavam seu rosto também - se eu soubesse me controlar...

Eu não podia deixar ela continuar se lamentando e beijei sua boca antes que continuasse.

- Eu já falei que está tudo bem, Lo - falei e limpei seu rosto - você se controlou e agora estamos aqui, com você cuidando de mim - voltei a beijá-la tentando transmitir tudo aquilo que esteve preso dentro de mim por todo esse tempo.

ConnectionWhere stories live. Discover now