Capítulo VI

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A BATALHA

O dia amanheceu quente. Wesley levantou e foi ao banheiro tomar um banho e escovar os dentes enquanto planejava o dia com Mariah. Ainda não tivera uma boa oportunidade com a moça e o tempo estava correndo de forma que precisaria acelerar seus planos e aumentar a investida. Pensando assim, saiu do banheiro e vestiu um calção antes de se dirigir à cozinha para o desjejum. Quando chegou, Mariah já estava lá, a comer e tomar café.

– Bom dia Wesley! – A moça levantou e o saudou com um beijinho no rosto. – Levantou cedo hoje?

– É, levantei. – respondeu – Queria aproveitar o dia já que passei os dois últimos dormindo. – e sorriu, meio sem graça sentando-se e comendo um pedaço de pão com manteiga – O Thomas ainda não levantou? Na estrada ele sempre levantava antes de mim.

– Acredito que sim, ele sempre levanta cedo. Já deve estar nos estábulos cuidando dos cavalos.

Wesley franziu o cenho. Apesar de nunca ter visto o primo maltratando animais desnecessariamente, também nunca o vira cuidando de um. – Terá o campo amolecido o coração do necromante, pensou.

– Ele faz a limpeza todas às manhãs. Meu pai determinou que pelo menos um de vocês trabalhasse para pagar pela hospedagem e comida – disse a moça limpando a boca com o punho – Thomas aceitou sem pestanejar e como você estava desmaiado...

– Sério! Não sabia disso. – nunca imaginou o primo orgulhoso limpando estábulos e a cena despertou sua curiosidade – Está aí uma cena que eu gostaria de ver.

– Podemos passar lá agora se você quiser. – respondeu a moça se levantando da mesa.

– Não, não! Se eu aparecer por lá é bem capaz de ganhar serviço. Vamos fazer algo mais divertido.

– Então podemos passear no bosque. O dia está quente e debaixo das árvores sempre corre um vento fresco. Podemos levar docinhos e refrigerante e fazer outro piquenique.

Wesley concordou com a cabeça e Mariah passou a fazer os preparativos para o passeio. Organizou a cesta com os lanches e deu a garrafa de suco para Wesley segurar, enquanto avisava os criados que sairia para o bosque com o amigo. Wesley buscou sua mochila de viagem e saíram para o campo, mas preferiram ir andando para não correr o risco de Thomas os interceptar e frustrar seus planos.

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O caminho era arborizado e sereno. Um vento fresco soprava do leste e levantava as folhas caídas que forravam o terreno formando pequenos redemoinhos que Wesley tentava dissipar com os braços, enquanto Mariah ria e aplaudia as travessuras do rapaz.

Caminharam por cerca de meia hora e chegaram. O bosque era o mesmo que tinham estado anteriormente, ainda na companhia de Thomas, e parecia intocado pelo tempo. Grandes figueiras subiam aos céus e causavam uma sensação de inferioridade nos visitantes, que se sentiam minúsculos, frente às árvores imponentes.

Mariah forrou o chão e sentaram. Wesley retirou a mochila das costas e sacou o bandolim enquanto a moça servia uma fatia de torta e encarava o amigo com ternura.

– Vai tocar pra mim? – perguntou enquanto ele afinava as cordas.

– Se você quiser. – e sorriu para ela – Estou meio fora de forma. Há dias não pego no bandolim.

– Mas você está me devendo uma canção. – disse forjando um ressentimento – Não pense que me esqueci.

– Pois pagarei agora. Sobre o que quer que eu cante?

A jovem pensou um pouco olhando ao redor. Um leve zumbido soava no vento e quebrava o silêncio e, ao longe, um exame de abelhas seguia em direção aos jardins. Nuvens esparsas enfeitavam o horizonte e conferiam uma atmosfera calma ao lugar, enquanto ao seu lado, um jovem rapaz de cabelos loiros a encarava como que perdido em seu olhar.

A Busca pela Árvore da Vida (em revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora