Capítulo X

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O PLANO

Rebecca acordou no hospital se perguntando como chegara até ali. Lembrava-se da árvore a levantando do chão, do medo, do desespero e depois a queda. Quebrara algumas costelas, mas por sorte estava próxima ao solo quando a mangueira a soltou, se estivesse na copa provavelmente não teria sobrevivido ao tombo e agora estaria num caixão ao invés de em um hospital. Pelo menos nesse caso não estaria com tanta dor, pensou.

Levantou-se amparada a cama e tentou andar, mas estava muito fraca e teve que sentar e se escorar na cabeceira para não cair. Um relâmpago rasgou o céu e iluminou o quarto fazendo com que aflorasse lembranças da fuga no dia anterior. As imagens eram vagas e confusas, mas se lembrava que estava chovendo e chovendo muito, o que era bom considerando o incêndio que Adam havia causado no parque. Por que começou a chover? Pensou. O céu estava limpo, sem nenhum sinal de nuvens no momento da batalha, mas depois, de alguma forma, o tempo mudara radicalmente e começara o temporal, fato que persistia até o presente momento. Porém, a dúvida persistia na cabeça da cabalista – teria sido coincidência, ou a chuvarada havia sido provocada? Depois de ter visto um protetor em ação, controlando as árvores do parque, ela não duvidava de mais nada.

Mais um relâmpago iluminou o quarto e Rebecca tentou levantar-se novamente, mas dessa vez a mãe de Adam – dona Rute – adentrou o quarto nervosa e a enxotou para a cama.

– Nem pense em levantar mocinha, você está muito ferida. E aproveita que acordou e me conta o que aconteceu. Nenhuma mãe merece a aflição de encontrar um filho estropiado e ninguém para dar uma notícia do que possa ter acontecido.

– Adam ainda não acordou? – perguntou Rebecca surpresa.

– Não! Não acordou e não mude de assunto. O que aconteceu para vocês chegarem em casa naquela situação? Adam mal teve forças para chegar até a porta. Se eu não estivesse lá para trazê-los correndo para o hospital, não sei o que poderia ter acontecido.

Rebecca sentiu-se embaraçada. Não sabia se jogava limpo e falava toda a verdade para a mãe de Adam, ou inventava um desculpa e deixava para o alquimista a decisão de abrir o jogo. Por fim decidiu passar a batata quente para ele e, por hora, inventar uma desculpa.

– Um incêndio nos pegou no parque. Estávamos fazendo um piquenique e ouvimos o barulho e os gritos das outras pessoas. Adam tentou correr para ver o que estava acontecendo, mas o fogo nos cercou e ficamos rodeados pelas chamas. Nossa única alternativa foi subir na copa de uma arvore e esperar pelo socorro, mas infelizmente a arvore não resistiu as labaredas e cedeu. Tentei pular e correr para o lago, mas cai de mau jeito e quebrei algumas costelas, enquanto Adam literalmente caiu no meio do fogo, não sei como ele conseguiu sair e ainda me ajudar a escapar, deve ter sido um esforço sobre humano.

Dona Rute aparentemente não desconfiou da mentira da cabalista e parecia comovida com o esforço e o heroísmo do filho. Rebecca se preparava para acrescentar mais detalhes e tornar a estória mais verídica quando uma enfermeira entrou no quarto e encarou dona Rute.

– Seu filho acordou, senhora.

A mãe de Adam não se conteve de felicidade e saiu pela porta, agradecendo a Deus e deixando Rebecca a sós com a enfermeira.

– Será que você poderia me ajudar a chegar ao quarto dele. Também gostaria muito de vê-lo.

A enfermeira trouxe uma cadeira de rodas e levou Rebecca pelos corredores até o quarto de Adam. O alquimista estava realmente acordado e tentava despreocupar a mãe.

– Não foi nada de mais mãe. Não tinha por que ficar tão preocupada.

– Que não tinha o quê. Você chegou em casa parecendo um zumbi e não queria que eu me preocupasse.

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⏰ Última atualização: May 30, 2018 ⏰

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