O1.

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A luz forte que vinha do prédio incomodava os olhos de Yumi, mas não cessou os passos uma vez se quer.

Talvez devesse.

Adentrou o local, vendo em torno de seis pessoas, a maioria assustada ou confusa. Apanhou um celular e o ergueu levemente, esperando-o fazer o reconhecimento facial.

Caminhou até um canto, cruzando os braços e olhando atentamente para o chão.

Não demorou para outras pessoas chegarem, totalizando quinze participantes no jogo.

Voltou a olhar o aparelho em sua mão, enquanto a voz feminina e robotizada explicava do que se tratava o jogo daquela noite.

— Ah, sério? - Resmungou em um tom baixo, após saber que em vinte minutos, uma bomba poderia acabar com o prédio se não fossem rápidos o bastante. Muito reconfortante.

Dado aquilo, todos subiram rapidamente e escolheram um ponto de início. Yumi não hesitou em começar pelo último andar; os participantes pensariam que a Coisa poderia vir de cima para baixo, mas para o jogo ser mais divertido, ela provavelmente viria de um local aleatório.

Subia as escadas correndo, sem ao menos olhar para o chão. E quando se deu conta, estava no andar que queria.

Uma pessoa. Suas vestes brancas, e com uma mecha do cabelo para fora, também branca.

— O último andar é um bom lugar para iniciar.

Ela falou alto, atraindo a atenção da pessoa. Yumi notou o garoto dar um pequeno e fraco sorriso de canto, transmitindo um olhar meio irônico.

Aproximou-se dele, parando ao seu lado e imitando sua posição, apoiando os braços no muro do prédio.

— Gostei do cabelo! - Elogiou, fazendo um movimento com a cabeça.

— Gostei do moletom! - Ele rebateu, atraindo o olhar da mulher. Antes que ela pudesse dizer algo, o homem fez um movimento com a cabeça, indicando algo. — E todos irão morrer de novo!

— Não seja cruel, você pode se surpreender. - Ergueu uma sobrancelha, por mais que ele não pudesse vê-la direito.

— Tem razão, talvez você sobreviva também.

Ela soltou uma risada anasalada, revirando os olhos.

— Yumi, prazer.

— Chishiya.

— São nomes fáceis, não vamos nos esquecer se sairmos vivos.

— Ultimamente tenho me esquecido de muita coisa, Yumi.

— Não de mim, platinado. - Antes que Chishiya rebatesse, a voz robótica voltou a falar, fazendo todos os participantes segurarem o aparelho.

Iria começar.

E foi como esperado, por minutos seguidos, ambos não trocaram mais nenhuma palavra, apenas focavam no que acontecia alguns andares abaixo.

Yumi não gostava daquilo, seu estômago sempre revirava apenas de ver, mas não queria morrer. Sendo assim, poderia fazer muita coisa para sobreviver.

A contagem marcava seis minutos.

— Podemos começar? - A voz do platinado foi ouvida, fazendo Yumi tirar sua atenção dos outros andares e pousar no homem.

— Você sabe onde é, não é?

Ele parou no lugar.

— E creio que você também saiba. - Ele se virou, com um sorriso nos lábios. E com essa afirmação, Yumi pôde repetir o ato.

RAINHA DE COPAS | Alice In BorderlandWhere stories live. Discover now