O2.

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Um barulho despertou Yumi, a deixando em alerta. Ergueu-se devagar de sua cama, com certo cuidado por conta de seu ombro e por estar cansada.

Caminhou devagar pelo local, que era apenas iluminado com a luz do sol. Não via ninguém, e o barulho não voltou a repetir, mas por via das dúvidas, Yumi agarrou a barra de ferro que deixava perto da porta.

Quando chegou mais perto, o barulho voltou a se repetir, atraindo a atenção dela para uma pequena janela que havia alí. Foi quando viu, um lindo passarinho com as penas amareladas em mistura com um marrom claro. Ele parecia querer sair, e isso fez a japonesa se questionar; como ajudaria o pequeno?

Caminhou rápido até a porta e a abriu, voltando até a ave e com carinho, abanou a mão em sua direção para fazê-lo voar. Fez o possível para ele seguir o caminho até a porta, e quando isso finalmente aconteceu, ela sorriu.

Voltou a fechar a porta, virando-se em seguida. Colocou as mãos dentro do bolso do moletom e sentiu algo do lado esquerdo, fazendo-a juntar as sobrancelhas. Era um papel.

"Retorne à Praia!"

— Praia? - Ela virou o papel, encontrando uma mensagem curta.

"Irei te encontrar na ponte mais perto, vai estar mais segura aqui."

— Que ótimo, a pessoa não específica nem o dia.

Yumi passou um bom tempo apenas explorando, tentando pegar mais algumas coisas que serão úteis.

E após isso, ela se vestiu e caminhou pelas ruas de Tóquio, desejando encontrar uma bicicleta. Estava calor, seu ombro ardia e seu corpo ainda parecia fraco, mas ela iria até essa Praia.

A sorte parecia estar ao seu favor, após uma boa caminhada, ela encontrou uma bicicleta. E sinceramente, aprender a andar naquilo teve lá suas vantagens.

Parou assim que chegou na ponte, deixando a bicicleta de lado e encostando seu corpo na parede que servia de estrutura para a ponte.

— Como está o ombro?

A voz era conhecida, o que fez Yumi não se assustar com a aparição repentina. Olhou na direção do homem, dando um sorriso de leve.

— Doendo, mas está melhor. - Foi sincera, não tinha o porquê mentir. — Sobre essa Praia...as pessoas estão lá?

— Não todo mundo, mas uma boa parte. - Ele pareceu analisa-lá. — É melhor do que ficar aqui sozinha.

Ele pareceu sincero quanto a última parte, e Yumi concordava. Gostava de trabalhar sozinha, mas estar sozinha? Era um tipo de tortura para ela.

— Eu aceito ir com uma condição. - Ela disse após uns minutos. — Que não seja longe.

Ele soltou uma risada anasalada, afirmando com a cabeça. Observou Chishiya caminhar até a bicicleta e se sentar no banco, olhando para ela.

— Venha antes que eu te deixa para trás. - Ela deu um sorriso, se sentando no banquinho de trás. Agarrou firmemente a cintura do homem, sentindo-o começar a pedalar em um ritmo normal. — Diga-me, Yumi. O que fazia quando todo mundo sumiu?

— Ah, eu...estava discutindo com a minha madrasta. Tudo ficou silencioso após ela soltar vários gritos, eu saí do quarto e não havia mais ninguém.

A mulher não gostava de lembrar daquele momento, ou talvez de nenhuma que envolvesse sua madrasta.

Enquanto seus pensamentos estavam em outro lugar, ela nem se quer ouviu quando Chishiya contou o que ele fazia quando todo mundo sumiu.

RAINHA DE COPAS | Alice In BorderlandWhere stories live. Discover now