09.

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Ao longe, pude avistar o corpo de Kuina perto da grande porta amadeirada do salão principal. Me aproximei devagar, desviando dos praianos que surgiam na minha frente por algum propósito que eu ainda não sabia do que se tratava. Ela me encontrou, arrumando a postura enquanto um sorriso maroto surgia no canto dos seus lábios.

──────Chapeleiro pegou muito pesado? — ela questionou divertida.

──────Para ser sincera, não muito. Pelos menos, não comigo. — falei, dando de ombros enquanto ia até o seu lado e me escorava na parede.

──────O que quer dizer com isso? — seu tom saiu genuinamente confuso, e eu a olhei por alguns segundos antes de voltar a falar.

─────Chegaram dois membros novos, pelo o que eu entendi. — revelei, vendo-a erguer uma sobrancelha. ──────Já joguei com eles uma vez, Chishiya também.

──────Não ficamos sabendo de membros novos. — falou, ainda confusa.

──────Talvez não tenham entrado pela porta da frente. — um sorriso brincalhão dançava nos meus lábios, mas algo me dizia que era exatamente isso que tinha acontecido.

──────Senhoras e senhores! — uma voz conhecida soou pelo salão, e tanto eu quanto Kuina, olhamos em sua direção.

Todos os demais praianos passaram a gritar pelo nome do número um, com exceção de mim mesma, Kuina e os dois novatos que eu rapidamente capturei com o olhar no meio do povo.

O Chapeleiro explicou sobre a nova arena de jogos e eu tratei de checar o número do grupo que eu participaria, enquanto ele dava um discurso sobre sermos um só. Ergui o olhar para Kuina, vendo-a olhar o papel na minha mão enquanto segurava o seu.

──────Droga! Estamos separadas. — ela falou, revirando os olhos.

──────Se você morrer, eu te mato! — ameacei, apontando o dedo para ela.

──────Como você é engraçada, Yumi. — brincou, olhando ao redor do salão. ──────Achei o platinado que você quer assassinar. — apontou com a cabeça, sorrindo pequeno.

Se quer esperei pelo discurso do homem acabar, comecei a caminhar na direção de Chishiya rapidamente, sendo seguida por uma Kuina desesperada. Será que ela realmente acha que eu mataria ele? Acho melhor nem questionar.

──────Ei, seu babaca! Me trouxe para esse mar de malucos, é? Não me diga que acredita nessa baboseira. — tentei usar um tom baixo, porém rude para demonstrar que realmente estou irritada.

──────Acalma-se, você vai entender em breve, Yumi. Agora olhem lá! — ele apontou com a cabeça na direção de Arisu e Usagi.

──────O que tem eles? — Kuina questionou.

──────Eu e Yumi jogamos com eles uma vez. Talvez sejam perfeitos para o nosso plano. — explicou e eu juntei as sobrancelhas.

──────Acho que estou meio desinformada...que plano vocês estão falando? — perguntei, vendo ambos trocarem olhares.

──────Depois explicamos, mas sei que você vai topar. — Chishiya disse com firmeza, um sorriso pequeno nascendo no canto dos seus lábios.

──────Não sei se estou afim de topar alguma coisa de você, não. — fui sincera. Afinal, eu topei vir para esse lugar, e deu no que deu.

──────Não se preocupe, Yumi. É um plano arriscado, mas é a nossa chance. — Kuina falou, tocando sutilmente o meu ombro.

──────Você me ganhou no "plano arriscado", conversamos amanhã cedo. — ordenei, apontando o dedo para ambos.

RAINHA DE COPAS | Alice In BorderlandWhere stories live. Discover now