trinta e seis

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— luli, ele já passou aqui pela portaria. — O porteiro disse, eu suspirei e logo respondi.

— Obrigada! Tenha uma ótima noite de trabalho. — Escutei a resposta dele, dei uma ajeitadinha no vestido e fui para a frente da casa.

Logo um carro preto apareceu iluminando aquele noite que estava meio escura, porém tinha uma lua linda. Fiquei parada vendo ele estacionar e descer, passei as mãos pelo vestido e prendi a respiração.

— Oi Malu! — Bruno disse e sorriu, fraco mas sorriu.

Soltei a respiração presa, senti o perfume dele e fechei os olhos.

— Oi Bruno! — respondi. — Cadê a Giulia?

Ele abriu a porta do passageiro, e eu vi a pequena sentada na cadeirinha abraçando uma boneca.

— Oi minha princesa! — exclamei, e tirei ela de lá. — Eu preferi montar ali no fundo nosso jantar, sei lá, achei que a gente deveria conversar sem 10 pessoas na mesa. — falei baixo.

— Eu acho ótimo! — fechou a porta do carro e caminhamos em silêncio para o quintal dos fundos da casa.

Sentamos os três lá, e nosso silêncio continuou, a diferença era que a Giulia falava na língua dos bebês, o que nós fez rir.

— Então, do que a gente vai falar? — perguntei.

— Do começo, vamos voltar pra lá. — respondeu, assenti.

— Eu sei que fiz besteira, e eu não tinha a intenção de chegar aqui e você está de braços abertos pra mim. Eu só esperava que você estivesse melhor pra gente conversar. — Falei tudo calmamente.

— Como eu ia está melhor? A gente terminou e 4 dias depois você estava em outro país, rodiada de gente que já fez parte do seu vínculo de relacionamentos. Como eu ia ficar melhor sabendo que você poderia está pegando alguém? — respondeu e umedeceu os lábios, fiquei alguns segundos em silêncio.

— Eu não sou o tipo de pessoa que pega alguém pra tampar o buraco que outra deixou. — respondi.

— Você ta pulando fases da nossa história em um momento nós íamos chegar nesses acontecimentos. — disse sério.

— Desculpa! — respondi. — Eu não ia colocar ninguém no seu lugar, nunca vou.

— O nosso término foi ridículo, você não me deu nenhuma explicação de nada. — falou, respirei fundo e peguei na mão da Giulia fazendo carinho nela.

— Eu... Eu quis fugir de uma sensação, algo que tava aparecendo em mim, e eu não sabia explicar, fiquei confusa. — respondi, eu quis exatamente fugir do nosso amor.

— Você não vai me explicar qual sensação era essa? — perguntou, eu neguei.

— Só quando terminarmos todos os assuntos. — Falei. — No hospital você me pediu um tempo, e logo depois apareceu com uma menina, na verdade uma mulher linda! Porque ela era uma pessoa linda. — continuei, e ele me interrompeu.

— Ela é manicure das meninas lá de casa. Eu queria fazer você sentir o que eu mesmo senti no nosso fim. — Disse, depois pegou pegou na minha mão que segurava a da pequena que prestava atenção na gente. — Foi horrível, eu não deveria ter feito aquilo.

— Você acha que doeu em mim da mesma forma que nosso término doeu em você? — perguntei, senti ele fazer um carinho na minha mão.

— Não! Acho que você não sentiu nem um terço do que eu senti. — respondeu, e eu concordei.

— Desculpa por ter feito aquilo. — falei  e olhei para a Giulia. — Eu só não sabia o que fazer depois de finalmente falar eu te amo pra alguém. Eu simplesmente fico rodiada de coisas na cabeça, e fujo porque eu não sei o que fazer. Acho que não nasci pra amar alguém.

— O meu pai me disse uma vez que amar é como entregar uma arma na mão de alguém e acreditar que ela não vai puxar o gatilho... Não sei onde ele viu isso, mas foi exatamente o que eu fiz com você, eu confiei e você me acertou da piora maneira.— senti minhas pálpebras pesarem, mas contive, levantei o olhar e fiquei olhando o rosto dele. — Você deveria ter confiado mais em mim, eu tava lá, eu estava amando você!

— Eu sei!E agora? — perguntei.

— Eu não sei. — respondeu.

— E se a gente tentar de novo... — Falei baixo, ele me olhou sério e a Giulia começou a rir, fizemos o mesmo.

— Só se a gente começar do zero. — respondeu. — Mas sei lá, não sei se confio em você. — Disse pensativo.

— Do zero. — confirmei. — A minha última chance, confia em mim? — perguntei.

— Para de olhar com esse cara de rata sofredora. — Disse rindo, eu fiz o mesmo. — Confio, quando sentir algo esquisito me fala, não fica escondendo de mim.

— Tá. — ficamos em silêncio por um bom tempo. Até que falar. — A gente vai devagar, sem pressa.

— Tá de boa, Malu. Tudo no seu tempo certo. — respondeu e pegou a giu pra ele abraçar.

— Ah.. Vamos comer meu hambúrguer campeão do masterchef. — Falei toda me achando e ele deu uma gargalhada alta.

— Esqueci a mamadeira da giulia no carro. — falou e eu olhei ele.

— Eu trouxe uma pra ela. — mostrei a mamadeira com o líquido dentro. — Eu penso em tudo.

...

— Obrigada pela noite, Malu! — Bruno disse enquanto colocava a pequena que tinha capotado no carro. — Foi bom saber dos seus conflitos internos.

— Boa noite, capita! — falei sorrindo e abracei ele. — Obrigada por confiar em mim nessa noite, a gente vai conversando pra ver no que vai dá.

— Claro, se você desbloquear meu número eu fico agradecido. — falou divertido, e eu lembrei desse acontecimento.

— Sabia que eu fiz isso bêbada? — Ele me olhou confuso. — Eu bloquei você depois de encher a cara. — Falei rindo.

— Me desbloquea agora. — disse  e encostou nossas testas, senti a respiração quente dele contra o meu rosto e quase amoleci.

— Eu faço isso mais tarde. — impulsionei meu corpo para cima, e tentei encostar nossos lábios. — Que foi? — perguntei quando ele se afastou.

— Medo de você falar eu te amo e me colocar pra correr daqui. — respondeu rindo, dei um tapa fraco no braço dele.

— Otário! Vá embora cachorro véi daqui.  — Falei e me afastei, ele riu.

— Eu nem tava há 2 meses esperando te beijar mesmo.. — Disse enquanto entrava no carro, soltei uma risada.

— Consegue esperar mais dois meses. — falei, e ele assentiu.

— Para de ser apressada, o beijo vai vir no momento certo. — respondeu, assenti concordando e ele deu partida.

Observei o carro dele sumir na rua, e dei um sorriso bobo.

Como eu sentia falta das bobagens, da respiração, do perfume, das nossas conversas... De tudo!


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oie
tudo bem?

e eles se resolveram, amém?!?

beijos
dani✨

𝘽𝙖𝙗𝙮- ᵇʳᵘⁿᵒ ʳᵉᶻᵉⁿᵈᵉWhere stories live. Discover now