Tempo.

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POV BRUNNA

Sem pensar muito bem, me aproximei de Cara por trás e agarrei com as duas mãos os cabelos dela. Puxei com toda força que tinha para baixo fazendo-a cambalear para trás e cair no chão. Vi Ludmilla com os olhos arregalados, parecia não acreditar no que tinha visto, mas aquilo não era nem o começo. Minha raiva era tão grande que eu até tremia. Estava suando. Cara me acertou um chute na canela e segurou minhas pernas quando tentei chuta-la de volta.  Ela puxou uma de minhas pernas e perdi o equilíbrio caindo no chão.

- Eu juro que você vai se arrepender muito disso, sua anãzinha — Cara disse se sentando em cima de meus quadris. Segurei os seus braços para evitar que ela me estapeasse.

- Eu vou te matar, vagabunda! — Falei, lhe acertando agora um tapa forte no rosto. Cara segurou meus cabelos e puxou com força enquanto eu dava socos em suas costas. Olhei para Ludmilla tentando pedir ajuda, mas ela estava imóvel, parecia estar em choque com a cena e não sabia o que fazer.

Em um descuido de Cara, a joguei para o lado e fiquei por cima dela. Antes que ela pudesse agir, lhe acertei um soco com tanta força no nariz que senti meus dedos doerem. Em poucos segundos seu rosto já estava cheio de sangue. Eu estava ofegante e aliviada ao mesmo tempo. A olhei com as mãos no rosto gemendo de dor e sai de um transe. Ludmilla, finalmente, me puxou de cima dela. Havia perdido completamente o controle.

- Eu sou brasileira! Não tem celebridade certa comigo não, não tem classe certa, te meto o cassete. A minha marra vem do gueto - Gritei com Cara e ela parecia ter ódio de mim.

- Você me paga, Brunna! — Cara gritou e eu arregalei os olhos. Ela agora parecia estar irada. Me assustei ainda mais quando ela pegou um jarro de madeira e fez menção em jogar em mim.

- Ei, ei ei.. Chega! — Ludmilla se colocou na minha frente.

- Sai Ludmilla! se não vai sobrar pra você! — Cara agora parecia uma psicopata prestes a me matar.

- Não seja ridicula, Cara. Solta isso! — Ludmilla disse se aproximando dela. Antes que pudesse pegar o jarro, Cara o acertou no rosto de Ludmilla. Eu ainda estava paralisada, mas não deixei de me assustar com aquilo. Ludmilla agora estava com sangue no nariz.

- Não deveria ter feito isso.— Ludmilla disse e avançou em Cara, a jogando no chão com facilidade e acertando chutes em todo seu corpo, perdendo toda a classe e paciência que lhe restava. Antes que ela matasse Cara, vi Zayn e Patrícia entrarem pela porta. Patricia parou, chocada ao ver Cara caída no chão com sangue no rosto. Zayn segurou Ludmilla e começou a gritar com ela, me tirando do meu transe.

- VOCÊ ENLOUQUECEU? O QUE ESTÁ ACHANDO QUE ESTÁ FAZENDO? — Ele gritou, segurando os braços de Ludmilla com força.

- A culpa foi minha — Me apressei em falar e Zayn me lançou um olhar fulminante. Patrícia me olhava com os olhos arregalados. - Eu que bati na Cara. Depois Cara jogou o jarro na Ludmilla e Ludmilla bateu nela.  — Falei tudo de uma vez, sentindo as lágrimas de ódio rolarem livremente pelo meu rosto. Cara se levantou e andou até mim. Ludmilla tentou se soltar de Zayn, mas não conseguiu.

- Se você acha que isso vai ficar assim, está muito enganada — Cara disse apontando o dedo no meu rosto. Num impulso lhe dei um tapa na mão, fazendo-a tirar o dedo. - Eu amo Ludmilla. Eu não admitia porque tinha medo. — Cara disse e arregalei os olhos. Olhei para Ludmilla e ela tinha a mesma expressão. - Eu não vou desistir dela.  Eu a quero! Isso agora é mais que pessoal, Brunna. — Cara disse e saiu do camarim.

...

Voltamos para a casa de Ludmilla em um silêncio completamente perturbador. Ludmilla estava séria e pensativa. Sabia que as palavras de Cara estavam vagando em sua cabeça. Isso estava me deixando completamente insegura.

Marketing [Intersexual]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora