Desprezo.

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POV BRUNNA

Corri rapidamente para o carro, pois sabia que Ludmilla estava atrás de mim. Liguei e saí dali rapidamente. Eu não conseguia pensar, aquela imagem não saía da minha cabeça. Eu podia esperar tudo de Ludmilla, mesmo ser traída. Eu só conseguia chorar e me arrepender por um dia ter me aproximado dela.

Tentei me acalmar, pois estava dirigindo muito rápido e eu tinha a total consciência de que não era uma boa motorista. Teria que arrumar um lugar pra ficar, pois não ficaria de jeito nenhum na casa de Ludmilla. Não queria ver o rosto dela. Sentia que se Ludmilla chegasse perto de mim, não pensaria duas vezes em enfiar uma faca no peito dela. Eu tinha que fazer alguma coisa, mas não conseguia pensar em nada. Então resolvi ligar pra Demi, pra ver se ela me ajudava a chegar em algum lugar.

- Demi? — Falei, sem disfarçar a voz de choro.

- Brunna? O que houve? — Perguntou ela, preocupada.

- Ludmilla.. De novo.

- Ai, o que ela fez dessa vez? — Demi perguntou e lhe contei tudo que tinha visto. Agora ela parecia estar bem furiosa. - O que se passa na cabeça dessas garotas? Nada pelo visto, não é?

- Eu não sei o que vou fazer, Demi. Sinto que se eu deixar Ludmilla, eu nunca vou superar isso. — Estava impossível de segurar o choro. Tentava prestar atenção na pista, mas era realmente difícil. - Eu preciso de uma solução. Preciso pensar em algo. Não sei nem pra onde eu vou.

- Termina com ela. — Demi falou e eu gelei. A ideia de ficar sem Ludmilla era apavorante pra mim. - Ou da um tempo. Não sei. Ludmilla precisa sentir desprezo. Ela precisa sentir na pele a dor que você tá sentindo agora. Nada melhor que dar um gelo nela.

- Demi, eu não quero terminar com ela. — Falei, me sentindo uma idiota. Mas Demi era minha melhor amiga e eu não esconderia isso.

- Não seja trouxa, Brunna. Ludmilla ficou comendo a prima com os olhos e não fez nada quando a prima tentou beija-la. Você é nova ainda e esse seu primeiro relacionamento está sendo muito turbulento. Então imagino que seja difícil pra você tomar as decisões, já que você é inexperiente. Sei que você não sabe, mas Miley já estava comigo quando tentou beijar você. As duas são farinha do mesmo saco. Eu vivo ao lado dela, mas a desprezo sempre. Ela sofreu demais nos primeiros dias, pois eu estava sendo realmente dura com ela. Estou melhorando aos poucos, pois agora ela faz tudo que eu quero e tenho certeza que não vai repetir isso. O que ela fez foi pior, ela tentou beijar minha amiga. Mas eu a amo e não consegui simplesmente terminar. Precisa dar um susto na Ludmilla pra ela parar de fazer tudo de ruim que ela anda fazendo. — Demi falava e eu escutava com dificuldade, pois outra ligação estava apitando e imaginei que fosse Ludmilla.

- Não sei como vou fazer isso. Sinto que vou espancar Ludmilla quando ela chegar perto de mim. — Falei, sentindo meu sangue ferver. - Demi, preciso fazer reserva em algum hotel daqui. Eu te ligo assim que eu estiver no quarto.

- Eu vou ir aí ficar com você. Não posso te deixar sozinha.

- Não precisa. Fique com sua família. Eu vou ficar bem. Depois eu ligo pra você. Beijos. — Desliguei a ligação e liguei para o hotel fazendo a reserva.

Fui rapidamente pra lá e me tranquei dentro de um quarto. Tomei um banho demorado, tentando parar de sentir aquela angústia que estava me sufocando. Mas eu não conseguia. Minhas lágrimas insistiam em cair e aquele nó na garganta me sufocava. Deitei na cama e fiquei encarando o celular com o nome "Ludmilla" piscando a cada 5 minutos na tela. Até que resolvi atender.

- O que você quer? — Perguntei friamente.

- Brunna, vamos conversar, por favor. Onde você está? Por que não me atende? Você tem que me ouvir..

Marketing [Intersexual]Where stories live. Discover now