1. Não me chame de filha, deixei de ser quando me usou como pagamento.

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09h

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09h

Perco o sono ao ouvir a gritaria do meu pai no telefone. Ele xingava e batia forte na mesa, me fazendo despertar.

Todo dia a mesma rotina, aturar ele gritando, bebendo e fumando.

Levantei da cama indo em direção ao banheiro, coloquei uma roupa qualquer e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo.

Hoje é quinta, a semana passou até que rápido, eu fiquei mais no quarto que o normal, terminar um namoro de dois anos não é nada fácil!

Passei pelo meu pai na sala que ainda gritava no telefone, tal como a pessoa do outro lado da linha.

[...]

— Bom dia Tia Rose, quero um misto quente e um guaravita pra viagem por favor!

— Bom dia pequena! claro, já estão preparando! minha filha, sem querer sem intrometida mas já sendo, você terminou? eu vi o zezinho passando por aqui.

— Sim, tia! mas o nome dele não é zezinho, é diogo! nós terminamos, peguei ele na cama com outra, mas não importa, se não deu certo é porque não era pra ser!

— Isso mesmo, pequena. — diz me entregando meu pedido.

Subo aquele morro com o sol quente batendo em minhas costas, já próxima da minha casa vi umas pessoas apontarem pra mim e cochicharem, bando de fofoqueiros do caralho!

Olhei de relance pra calçada da minha casa e havia uma moto lá, não era qualquer moto, era a famosa moto do dono da favela, a moto que ele não levava ninguém na garupa.

Entrei em casa e paralisei ao vê-lo lá, pela primeira vez, em carne e osso e uma beleza insuportável. Ele discutia com o meu pai e quando os dois me viram pararam e ficaram me olhando.

— Não precisam parar qualquer que seja o assunto de vocês só porque eu cheguei não! Só falem mais baixo, isso nem é hora pra estarem gritando!

— Fica quieta shivani, e sai daqui antes que sobre pra você! — diz o velho que tenho como pai.

— Ih, eu nem falei nada demais!

— Então essa é a famosa shirleni?

— É shivani! E pelo o que eu saiba, não, eu não sou famosa!

— Não pensei que fosse tão linda, pelo pai que tem!

— Que bom que não sou igual a ele! — digo, em um sussurro.

— O que você disse aí shi... — começa a coçar a cabeça — nome difícil da porra! — sussurra — Morena! É mais fácil — diz, me lançando um sorriso safado.

— Não te dei confiança pra me chamar assim! Mas me chama do que quiser!Qualquer coisa é melhor do que shirleni! — lanço um sorriso falso pra ele e subo as escadas com meu lanche na mão.

[...]

— SHIVANI? DESCE AGORA! — Escuto meu pai gritar lá de baixo.

Acabo bufando frustrada, deixo meu guaravita e o meu pão na cômoda e desço as escadas vagarosamente parando no topo da mesma e encarando eles.

O velho olha pra mim, mexe em seu copo de cachaça e olha de relance pra lobo, que não tinha uma cara nada boa.

— Fala logo, eu quero subir!

— É que, eu..eu precisava..

— PARA DE ENROLAR E FALA LOGO CRACUDO DO CARALHO! — diz o moreno.

— Anda cara, fala logo! — peço.

— Eu te usei, como pagamento! Eu te dei para o lobo pra pagar o que eu devia e ele não me matar tão cedo, sabe como é né? você vai viver do bem e do melhor, vai ser fudida e ainda vai ter luxo!

Olho para lobo que tem um sorriso ladino no rosto.

— Você é um merda mesmo! Minha vó sempre teve razão, só pensa na porra do próprio umbigo! Espero que você encha o cu de cocaína e exploda! O que porra eu tenho a ver com isso? Você faz a merda e agora quem vai ter que viver com um maluco traficante sou eu!

— Ai garota, não é pra tanto também! Para de gritar e vai arrumar suas coisas, você vai comigo agora! — diz, como se fosse meu dono — Você tem 15 minutos marrentinha, estou te esperando!

Subi e joguei as roupas que vi pela frente em minha mala grande. Eu estava dividida, por um lado seria bom sair da casa do meu pai, por outro, eu não sabia como seria na casa desse tal lobo, e ele não me parece bem o cara do tipo legal.

— Vamos logo, eu não tenho o dia todo pro seu charminho de menina mimada! — diz, parando na porta do meu quarto e reparando as coisas por ali.

— Mimada, você não sabe nada da minha vida pra me chamar de mimada! Otário — digo e logo me arrependo ao ver sua expressão ficar nervosa. — Eu quero que a minha penteadeira vá comigo, comprei com meu dinheiro!

— Eu compro quantas outras você quiser!

— Eu quero a minha, não pedi outra! Você é surdo?

— Que mina marrenta do caralho, vão vir pegar shivani, agora vamos!

Desci as escadas vendo meu pai jogado no canto do sofá secando o corote que havia ali, e uma carreira de pó em linha reta no livro que havia a sua frente.

— Me desculpa, minha filha! — diz, com a voz embriagada.

— Não me chame de filha, deixei de ser quando me usou como pagamento!

Primeiro cap da fic, espero que gostem!

Oioi gente, estou revisando a fanfic então estou mudando algumas falas.

Vendida ao Lobo || Shivley/Maliwal Where stories live. Discover now