24. A morena ta jogada no chão do box, desmaiada e com a cabeça sangrando.

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12h

Acordo sentindo um cheiro que eu reconheço bem, e logo levanto rápido assustada, mas quando olho pra cama e vejo o lobo dormindo feito neném, respiro aliviada. Ele estava bem e tinha voltado pra casa.

Decido deixar ele dormindo, imagino que deva estar cansado, vou até a janela do quarto dele e a favela tava normal, como se não tivesse tido uma invasão mais cedo, vou no meu quarto, tomo um banho, coloco uma roupa fresca e desço.

Noah tava deitado no sofá mexendo no celular.

— Oi noah, tá aqui a muito tempo?

— Cheguei ainda agora, estava dormindo!

— Ah sim — concordo.

Vou pra cozinha e dona nina tava fazendo carne ensopada com batata

— Que cheirinho gostoso — chego perto dela e fico olhando ela mexer a carne na panela.

— Oi minha filha, acordou margarida — dá um sorriso pra mim.

— Sim, e com uma fome — passo a mão pela barriga pra insinuar.

— Almoço fica pronto em menos de 10minutos, quer ir comprar uma coca não?

— Vou sim, só vou lá em cima ver se alguma das meninas acordou

— Tá bom, o dinheiro está do lado do quadro de fotos na estante da televisão, é do lobo mas depois eu aviso a ele!

— Tá bem tia!

Passo pelo Noah, vou no quarto das meninas mas as duas ainda estão morgadas, desço e chamo o noah pra ir comigo!

— Noahzinho — olho pra ele com uma cara de pidona e ele me olha desconfiado — vamos lá embaixo comigo comprar uma coca pro almoço?

— Ah não morena, não vou descer não, mó preguiça, papo é reto!

— Lobo que mandou pra eu não descer sozinha — falo e fico olhando pras minhas unhas, sei que ele vai ter que ir comigo!

— Porra, lobo é um pau no cu! — levanta do sofá — vamos logo —  passa por mim como um jato.

Eu vou na cozinha pego a garrafa retornável, o dinheiro e vou em direção à porta, quando chego lá fora vejo noah em cima da moto.

— Eu sabia que você era preguiçoso, mas nesse nível não, caralho — dou uma gargalhada e subo na moto.

Descemos o morro devagar já que a cada esquina noah falava com alguém, uma coisa que era pra demorar 5 minutos demorou 10.

— Tia rose, quanto tempo! — dou um sorriso pra ela.

— Minha filha, esqueceu a reta da padaria? Nunca mais veio comer um misto.

— Pode deixar que eu vou vir mais vezes — pago a coca, e saio da padaria, logo subindo o morro.

E quando eu olho pro lado, no beco da mudinha, ele está jogado no chão, com resto de pó ao redor do nariz, todo sujo e falando sozinho.

Meu pai.

Acho que foi uma das piores cenas que eu já vi na minha vida.

Noah parou na frente do beco pra falar com um vapor, e quando eu viro o rosto tentando disfarçar ele me olha com uma cara de sofrido, o rosto todo sujo, moscas rodando em cima dele e o que mais mexeu comigo, foi ele me chamar e eu ignorar, não conseguiria ajudar ele naquele estado!

Respirei aliviada quando noah deu partida com a moto antes de eu desabar de choro ali mesmo.

Subi o morro quieta e quando chegamos eu entrei, coloquei a coca em cima da mesa, e virei as costas, sinto tia nina me olhar, mas não falo nada e subo, vou pro meu quarto, tranco a porta e lá, eu desabei.

Chorei, chorei muito, era extremamente horrível ver o meu pai daquele jeito e eu não poder fazer nada, independente de qualquer coisa, ele é o meu pai, e não teria como eu ficar feliz vendo ele naquele estado.

Estava desanimada até de sair do quarto, eu só sabia chorar.

— Por que a minha vida tem que ser tão difícil assim, essas coisas só acontecem comigo, perdi minha mãe, minha vó e agora tô perdendo meu pai.

Eu espero que ninguém me chame aqui, não estou bem pra falar ou conversar nesse momento.

14h

Decidi ir tomar outro banho, tava calor e eu chorei muito no banheiro, estava com fome mas não iria descer pra comer.

Comecei a sentir minha visão escurecer  e eu ficar tonta, tentei me segurar e me secar pra sair do banheiro, mas não deu tempo, só senti um baque no chão e uma dor na cabeça.

Comecei a sentir minha visão escurecer  e eu ficar tonta, tentei me segurar e me secar pra sair do banheiro, mas não deu tempo, só senti um baque no chão e uma dor na cabeça

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Acordo 15h30, a morena já não tava mais na cama, imaginei que ela estivesse lá embaixo, tomo banho e desço.

— Eai noah, tá ai a quanto tempo muleque?

— Cheguei onze e pouca aqui, já até almocei.

Vou pra cozinha a procura da morena e apenas tia nina estava lá.

— Boa tarde tia nina, cadê a morena ? Não achei ela no meu quarto e nem na sala!

— Meu amor, pedi pra ela comprar uma coca pra mim lá embaixo, ela foi com o noah, quando voltou não falou nada e subiu, não veio nem almoçar, estava com cara de choro!

Noah entra na cozinha e encosta na geladeira me olhando.

— Lobo, pai da shivani tá dando trabalho aqui na favela, tava ali na esquina do beco da mudinha xingando os outros!

— Já sei porque a morena tá assim, noah cuida disso pra mim, preciso resolver outra coisa!

Subo as escadas correndo e quando tento abrir a porta de shivani, estava trancado.

Que porra, chamo ela mais de três vezes e nada, coloco o ouvido na porta e escuto o barulho do chuveiro.

— MORENA — bato com força na porta.

Chamei muitas vezes e nada dela me responder, decido arrombar a porta e faço, quando entro no quarto, ninguém, a porta do banheiro tá encostada.

— Morena? — chamo ela de longe da porta, tava com receio de entrar e ela ficar desconfortável.

Ela não respondeu.

Entro e a morena ta jogada no chão do box, desmaiada e com a cabeça sangrando.....

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Vendida ao Lobo || Shivley/Maliwal Onde as histórias ganham vida. Descobre agora