Capítulo 11

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Acordo bem mais cedo que o normal, ainda mais para um domingo e começo meu plano, passo 1: encontrar o quarto do Nathaniel.

Me sinto meio ridícula, me vesti com uma camisa social branca, gravata, saia preta e bota de cano alto. O perfeito lookinho aluna sexy, fiz uma maquiagem rápida e me dirigi ao primeiro dos 3 prédios onde acho provável o quarto do Nathaniel estar localizado. Desliguei meu celular e voilá, hora do show.

Poucos estudantes estão acordados a esse horário, mas, o bastante para ser o suficiente para alguém me ajudar. Chego em um rapaz que está numa rodinha de amigos e parece estar esperando alguém chegar.

- Ei, você sabe qual o quarto do Nathaniel?

- Nathaniel?

- Sim, segundo ano, loiro, olhos claros, bem popular, bem bonito. Fiquei de encontrar ele aqui, mas minha bateria acabou e não me lembro o número do quarto. - Digo com um biquinho.

- Sei, onde é o quarto dele sim. Mas você não quer ir lá. Ele não parece estar de bom humor. - Fala um dos rapazes na rodinha.

- Tenho certeza que vou alegrar ele. - Digo e dou uma risadinha atrevida. Sempre soube que aquelas aulas de teatro que tive na escola seriam úteis em algum momento.

- Amber disse o mesmo agora pouco e voltou chorando.

- Tudo bem que ela vem aqui todo dia, e ele nunca deixa ela entrar no quarto dele, mas hoje foi demais.

- Não sei qual o problema daquele cara, eu já teria...

- Podem me mostrar o quarto por favor. - Interrompo antes que as próximas falas do rapaz me causem náusea.

- Claro, mas não diga que não avisei.

O rapaz segue comigo até uma das portas e para em frente a ela. Não parece nada de especial, não tem nenhuma indicação na porta, um desenho, um pôster, qualquer coisa, diferente das outras portas daquele corredor. Espero alguns segundos até que o rapaz saia, mas o jeito que ele se encosta na parede atrás de mim me diz que ele ficará e assistir ao show. Pois bem, passo 2: entrar no quarto.

Nunca imaginei que um dia estaria em frente a porta do quarto do Nathaniel com as mãos úmidas de suor, totalmente nervosa e com medo de levar um fora dele. Mas, é assim que estou quando bato na porta do quarto dele.

- Nathaniel. Abre a porta. - Eu grito.

- Não, vai embora. - É a resposta que ouço, com a risada do cara atrás de mim.

- Nathaniel, é a Aurora. Abre a porta por favor.

- Vai embora Aurora, não tô a fim. Hoje não. - A voz de Nathaniel está num tom estranho. Não sei dizer se é porque ele está bêbado ou está chorando, ou algo entre as duas coisas. Sinto minha garganta dar um nó.

Ei? Abre aqui. Vamos conversar. - Digo, já esperando uma negativa que não vem. Não vem resposta nenhuma, na verdade.

Respiro fundo, e me viro. O cara nas minhas costas tem uma expressão de "eu te avisei" que só me faz soltar mais um suspiro.

- Bem, obrigada. - Digo pro rapaz e me preparo para me arrastar de volta até meu quarto, é, o plano falhou, acontece.

- Olha, mas pelo menos com você ele foi quase simpático. - Ele diz, e de repente se cala.

Ambos nos calamos, na verdade, parados, estáticos no mesmo lugar que estávamos. O motivo? Simples, o clique baixo vindo da tranca da porta atrás de mim, que se abre lentamente.

Nada é visto lá de dentro, as luzes estão todas apagadas e ele está atrás da porta, de forma que a única coisa que consigo ver dele é os dedos que estão abrindo a porta.

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