capítulo 9

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Hoje é terça feira, e o meu plantão é um pouco mais tarde, então levantei cedo e fui passear com a minha cachorrinha.

A Mabel está connosco alguns meses, é uma cachorrinha pequena e valente, da raça Yorkshire.

Aonde passávamos os cachorros latiam e viam atrás, e eu desesperada enquanto a bonitona afrontava e ficava de graça balançando o rabo.

-Mabel minha filha, sei que eu ,senhora tua mãe sou assim com alguns machos da favela, mas tu não pode ser macheira não, se situa garota. -falei sozinha e soltei ela para dar uma volta na praça

Estava distraída segurando o celular e vendo as mensagens da noite anterior.

Senti um abraço na minha cintura e virei vendo a criança mais doce da comunidade, o Marcos. Ele segurava o brinquedo que eu dei, e sorria gentil. O pai dele estava alguns passos atrás com a cara fechada, bem marrento do jeito que eu gosto.

Marcos: Tia Lore. -gritou eufórico

-Oi meu amor, como está o bracinho?

Marcos: Bem melhor. -sacudiu o brinquedo -Obrigado pelo presente, agora ele é o meu melhor amigo. O sinhô capitão América.

-Que bom, fico feliz príncipe. -sorrir de lado e ele se ajoelhou fazendo carinho na Mabel

Ela toda sonsa se jogou no chão, já gosta de um charme essa cachorra.

Índio: Suave? -sua voz grave percorreu pelo meu corpo arrepiando meu cabelo

-Tranquilidade e com tu?

Índio: Paz de Deus. -assentir ficando em silêncio olhando o Marcos feliz com a Mabel nos braços -Provável ele querer um cachorro agora. Só gratidão.

-Por mais que essa frase seja irônica, bem, um cachorro é o melhor amigo do homem. Pode ser bom, para o desenvolvimento dele. -falei percebendo que ele não prestou atenção em nada que eu havia dito

Ele encarava o celular e depois estendeu pra mim.

Índio: Minha coroa pediu pra pegar teu número, anota aí pô. -encarei confusa -Ela vai fazer uma festa de aniversário pro moleque, quer tua presença.

-Ah claro. -anotei o número apreensiva

Bem, minha mãe ontem me deixou traumatizada falando que se eu dê abertura ele vai me fazer de cadelinha dele. Não que fosse ruim, mas sem ser no sentido sexual. Eu como uma mulher empoderada, estaria fora dessa posição.

Marcos: Qual o nome dela? -me encarou falando rápido

Ele era tão elétrico que eu quase não entendia uma palavra do que falava. Bem temperamental, eu diria.

-Mabel. -ele me encarou e depois olhou pra ela

Marcos: Igual o biscoito de creme de leite. -falou e eu não entendi muito bem a referência mas parecia algo extraordinário para ele -Pai, ela é muito linda. Podemos ter uma?

Ele olhou pra mim com uma expressão de que eu era a culpada pelo garoto agora querer um cachorro, e eu apenas abaixei o olhar rindo.

Índio: Talvez, vamo logo passear. Tenho horário marcado. -encarou o relógio -E tua mãe quer te ver.

Marcos: Ahã, ela nem se importa comigo. -falou um pouco baixo e isso me deixou interessada

Bom, ele tem uma mãe e isso é claro. Mas ela ainda é casada com o Índio? Meio que me frustou um pouco. E o que o Marcos quis dizer com essa frase? Uma criança tão doce merece receber todo amor materno.

Índio: Vamo cara. -repreendeu o menino e apressou fazendo ele soltar a Mabel e me dar outro abraço apertado

-Nos veremos depois, certo? -ele assentiu e saiu correndo

Apenas virei vendo o Índio me encarar como todas as vezes, um olhar indecente.

Até o final do dia, foi tranquilo, bem o plantão apressado e eu cheguei em casa tão cansada que mal comi. Apenas apaguei. E provavelmente a semana será assim.  

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOWhere stories live. Discover now