capítulo 37

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O Marcos se mexeu me abraçando e colocou o rosto no meu peito.

Índio: Ê moleque, tira esse rostinho daí. -passou a mão no meu peito e eu bati em seu braço

-Saí fora. -gargalhei pegando o Marcos no colo e entreguei pra ele -Coloca ele no quarto, e eu peço algum vapor pra me levar.

Índio: Só vacila tu né, vai negar o convite mermo?  Depois nem vô querer mais.

-Se liga rapá, tu tá amarradão por mim. -brinquei vendo sua expressão séria -A janela vai estar aberta, mas sem sexo hoje, quero fazer diferente.

Índio: Diferente como?

-Tamo se conhecendo, tô curtindo e tu também, se quiser brotar, vamos conversar e dormir. -me aproximei em seu ouvido -Sem sexo.

Índio: Tu é articulosa demais, pô. -saiu com o Marcos no colo

Caminhei até o portão e logo avistei um menor fazendo contensão. Ele parecia ter 16 anos, mas pilotava demais. Cheguei em casa e fui pro quarto tomar um banho.

Sair batendo a porta e vi minha mãe sentada no meu colchão, quase infartei colocando a mão no peito.

-O que houve? -caminhei até ela ajeitando meu short

Fernanda: Encontrei a Marina na igreja, ela falou que tu tava na casa dela com o filho dela. -cruzou os braços

-Sim?

Fernanda: O que tá acontecendo?

-Eu e o Índio, estamos se conhecendo, somos amigos.

Fernanda: Apenas amizade ,Lorena?

-Mãe, qual é o problema?Eu trabalho, te ajudo dentro de casa, o Índio nunca nem deu sinal pra eu me afastar dele, tenho minhas responsabilidades e mereço minhas distrações.

Fernanda: Eu não confio nele, já disse pra tu.

-Tu não confia em ninguém. -virei olhando pra janela

Imagina se no meio da discussão o Índio pula essa janela. 

Fernanda: Tu não sabe da metade. -me encarou e respirou fundo -Mas não digo nada, tu já tem sua idade. Mas não quero esse homem na minha residência.

-Certo, tu viu ele aqui algum momento?

Teco: Responsa pra chegar. -apareceu no quarto e viramos olhando pra ele -Vamo?

Fernanda: Tô indo na casa da tua madrinha. -resmungou e saiu na frente

Teco: Tranquilo? -olhou pra mim

-Controla ela, namoral. -sussurrei pra ele

Teco: Acredite, tô tentando. Mas essa tua coroa tá sem limites.

Escutamos um baque e eu xinguei o Índio mentalmente, poderia ter vindo mais tarde, né.

Olhamos direto pra janela quando ele apareceu pulando ela.

Índio: Na paz? -encostou na bancada

Teco: Certo? -olhou pra mim e eu sorrir amarelo -Eu não vi nada, nada.

-Valeu. -fiz um sinal e ele virou passando pela porta

Corri fechando a mesma e virei pro Índio que tava encostado na parede.

Índio: Relaxa, o Teco é um dos traficantes mais firmeza , que eu tenho. -falou

-Sim, mas se fosse dona Fernanda comigo. -apontei pra ele -Tu estaria em uma treta enorme.

Índio: Imagino. -falou irônico

Sentei na cama escutando o portão batendo e o escape da moto se distanciando.

-Não imaginei que tu viria. -encarei ele

Índio: Eu tô amarradão em tu, esqueceu? -falou me imitando e eu revirei os olhos

-Eu sei que tá. -levantei pegando um pente arrumando meu cabelo

Índio: Posso? -levantou a cartela de cigarro e eu assentir

-Eu gosto assim, pedindo permissão pra madame. -brinquei

Índio: Tu é chatinha. -se aproximou soltando o ar no meu rosto e eu dei dedo me afastando -Qual é o nosso acordo?

-Temos um acordo? -encarei confusa

Índio: Tu falou mais cedo, sem sexo. -falou me imitando novamente -Então, quero pôr uma regra também.

-Talvez.

Índio: Sem sexo literalmente, pô. -apontou pra mim -Tá entendendo? sem Luan.

-Tu quer dizer, sem sexo com Luan, né? -ele assentiu

Índio: Quero vê, até onde tu aguenta. -olhei irônica pra ele -No teu limite, tu vai me ligar, na marola. Pedindo pra eu te satisfazer, e eu vô repetir, sem sexo.

-Direitos igual rapá. -apontei pra ele -Tu também, sem sexo.

Índio: Talvez. -olhou pro lado -Eu tenho controle.

-É, o que veremos. -sentei na cama ligando a tv e depois ele sentou do meu lado -Quer conversar?

Índio: Na paz. -falou baixo -Só me fala sobre tu.

-Tu gosta da minha voz né, tô sabendo.

Índio: Gosto. -falou com sotaque me arrepiando

-Voz de ninfeta?

Índio: Fico amarradão, pô. -riu baixo

-Tô vendo, repete putinha da Lorena. -falei baixo e ele bateu na minha testa

Índio: Respeita bandido. -sussurrou

Começou a passar programa na tv e eu analisei seu rosto descansando as expressões, até ele morgar do meu lado.

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora