capítulo 26

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Tava rolando uma resenha legal aqui na base, eu tava no passeio do outro lado, com a Carol, Luan, Paquetá, PH. Do outro lado tava os coroa bebendo, ouvindo arrocha.

Ainda tava um pouco bolada com o Luan, mas sentei em seu colo enquanto conversávamos.

Paquetá: O tráfico é um caminho sem volta, sempre passo essa visão. -marolou no baseado encarando o chão

Ph: Já bateu a neurose, pô. -riu se encostando no muro

Carol: Eu não compactuo, mas encontrei amigos incríveis nesse meio. Então, tô fechadona, com cês tudo. -tomou o copo de cachaça

Fiquei caladinha usando o Luan de encosto, joguei meu peso nele sentindo sua mão alisando minha perna.

Luan: Tenho um bagulho pra tu. -sussurrou no meu ouvido

-Piroca? -olhei entre ombro e ele riu baixo

Luan: Também. -deu dois tapinhas na minha coxa -Vamo ali na laje, quero trocar uma ideia com tu.

-Se for besteira, não vou entender legal. -levantei

Paquetá: Papo reto, cês parecem um coelho.  -resmungou e o Luan passou o braço no meu pescoço me puxando

Seguir ele ouvindo os sussurros da Carol pedindo pra eu não demorar. Afinal, ela estaria com os dois machos sozinha.

Se eu fosse ela ,mandava o papo, ou eles iam aceitar, ou ela escolhia apenas um.

Subir com o Luan pra laje tendo mais privacidade. Encostei no muro e ele me encarou.

Luan: Tenho uma coisa muito séria pra te dizer. -cruzou os braços

-Fala logo cara.

Luan: Faz umas semanas, que tô mal, tá ligado? -desviei o olhar quando ele colocou a minha mão em sua barriga -Tô grávido.

-Tu é um corno manso, mermo. -gargalhei batendo em seu peito

Luan: Toma. -segurou minha mão novamente e entregou um pingente

Encarei o colar brilhando de prata, com umas pedras lindas.

-Tu roubou isso quando? -ele revirou os olhos

Luan: Tem como aceitar, pelo esforço? -bateu na minha testa -Não é fácil entrar em uma joalheria.

-Obrigada mômô. -beijei a bochecha dele e virei -Coloca em mim?

Luan: Boto. -riu malicioso

Fui um pouco pra trás encostando em seu corpo, ele tirou meu cabelo do pescoço e beijou colocando a corrente.

Virei pra olhar seu rosto mas me assustei com a figura atrás dele. O índio posturado de braços cruzados encarando nós dois. O Luan virou e colocou a mão no peito.

Índio: Tu não tem rádio, não? -falou bolado

Luan: Tenho amor. -brincou se aproximando dele -Posso ajudar?

Índio: Busca a Mayara na baixada, namoral. -falou sem desviar o olhar do meu colar

Luan: Tá? -se virou descontraído e se aproximou -Marca 10, eu volto.

-Tranquilo. -pigarrei vendo ele sair e descer as escadas

Fiquei calada sentindo um arrepio no meu corpo sendo observada por aqueles olhos intrigantes.

Quando fui passar por ele senti sua mão puxando meu pulso devagar.

Índio: Posso te fazer uma pergunta? -falou baixo

Eu escutei um dono de favela, pedindo permissão?

-Já fez né. -sorrir nervosa e desci o olhar até sua mão segurando o meu punho -Pode.

Índio: Tu e o Luan, tem o que? -me soltou cruzando os braços

-Somos amigos. -fitei seus olhos -Há muitos anos.

Índio: Amigos não transam. -falou rouco

-Bom, se tu não transa com tuas amigas, talvez esteja perdendo uma oportunidade. Ou é imaturo no sentido de não estragar a amizade. Na real, como tu sabe que eu e o Luan transamos?

Índio: Eu não tenho amigas. -desviou o olhar e subiu me analisando -É meio, óbvio que tu e o Luan, tem algo.

-Tu não tem amigas?

Não pude ignorar o fato da ruiva na moto dele mais cedo.

Índio: Não.

-Então, aquela ruivinha é tua ficante? Ou futura fiel? -falei me arrependendo -Não é da minha conta, na real, ignora.

Índio: Só queria entender, o teu lance com o Luan. É um funcionário bom, e tu agora é minha colega, certo?

Soltei a respiração que nem sabia que estava prendendo e ele se aproximou fuzilando o meu pescoço.

-Se eu tivesse algo com o Luan, te importaria?

Índio: Talvez. -se aproximou no meu ouvido -Escolheria, que nenhum homem, dessa favela, encostasse em tu.

Perdi o fôlego sentindo sua boca no meu pescoço mordiscando cada centímetro.

-Merda. -sussurrei ofegando -Não somos apenas colegas?

Índio: Então, talvez eu esteja perdendo uma oportunidade de transar com uma amiga. Tu não pensa isso? -virei o rosto para ele

Odiava quando as pessoas usavam minha fala contra mim mesma. Porém, esse tom desafiador saiu tão suave da sua boca, que eu talvez abriria minha perna aqui mesmo.

Xxx:1...2..3 salve todos! -me afastei rapidamente olhando a criança correndo na laje

Segurei a risada vendo a menina vim até nós dois e correr atrás do menor que se arrastou descendo as escadas. 

-Eu vou descer. -disfarcei passando por ele e senti sua mão segurar meu braço

Índio: A escada é pra lá. -apontou com a cabeça e eu assentir saindo de perto dele

Desci sem olhar pra trás, nem vi se ele estava me seguindo. De longe avistei a minha coroa me observando e fiz um sinal com a cabeça.

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOWhere stories live. Discover now