capítulo 35

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Fiquei agarrada na minha mãe por alguns minutos antes de subir pra tomar banho, depois fui pro quarto dela e dormimos juntas. Eu não iria forçar ela me contar nada, realmente tava cansada de ter esses segredos.

Encarei o relógio vendo que já era 10horas da manhã, vim no hospital pra pegar uma prancheta e depois vou na casa do Índio.

Ele fez o Marcos gravar um áudio pedindo pra eu ir passar a tarde com eles. Depois a Marina mandou mensagem em seguida perguntando se eu iria mesmo.

Lucas: Deixa eu adivinhar quem está deixando a minha doutora favorita pensativa. -se aproximou enquanto eu estava no balcão pensando

-Ninguém. -falei olhando pra ele

Lucas: Sim senhora. -entregou a prancheta -Bom descanso mana, curta bem seu dia.

-Obrigada amigo. -sair do posto acenando pro moto táxi

Senti uma moto encostar na minha perna quase me levando, encarei o Teco acelerando.

Teco: Sobe, vamo bater um lero. -entregou o capacete

-Queria falar contigo mesmo. -montei

Ele seguiu um caminho pela viela e parou na quadra da pracinha.

Teco: Pode mandar o teu papo.

-O que tá acontecendo com a Fernanda? -encarei ele

Teco: Tua mãe é complicada, Lorena. -limpou a testa -Mas só tu e ela, pra se entenderem. As duas tem um gênio forte mermo.

-Sim, mas talvez tu saiba de algo.

Teco: O que eu sei, é pouco. -olhou pra mim -E é do futuro, o passado da sua mãe é um mistério.

-O que tu sabe do futuro então?

Teco: Pertence a Deus. -olhou o celular e desligou -Ela tá mandando mensagem, tô poucas hoje.

-Vocês brigaram ontem?

Teco: Não. -olhou pra frente e segui seu olhar vendo o Índio saindo da barbearia

Analisei seu corpo subi pro seu cabelo alinhado e o cigarro entre os lábios.

-A real é que a vida, é foda.

Teco: Tá rolando algo, né? -cruzou os braços

-Entre eu e o Índio?

Teco: Sonsa. -bateu no meu ombro com o braço -Tô pegando a visão de cês dois.

-Não tá rolando, mas talvez poderia rolar, e espero não ouvir esporro teu e da dona Fernanda. Acho que tô conhecendo uma pessoa legal, diferente do que sempre falavam dele.

Teco: Teu pai também era. -pigarrou e olhou pra mim -Se tu fosse minha filha, estaria satisfeito com tua responsa, mas ser mulher de traficante, não é fácil. Conselho não é esporro.

-Tudo bem. -olhei pra ele pegando o capacete -Transa sem compromisso, Teco.

Teco: Papo feião, pega tua visão doidona. -bateu na minha testa -Quer ir pra onde?

-Casa, por favor. -segurei seu ombro quando ele acelerou

Olhei pra trás vendo o Índio encostado com a Ruivinha conversando sobre algo. Seu olhar se encontrou ao meu e eu senti uma brisa muito louca.

Teco: Tua mãe tem muita dívida, disso eu tô ligado. -falou alto por conta da velocidade

-Sinto que preciso saber de tanta coisa.

Teco: As vezes sinto essa merma fita. -olhou pra mim pelo retrovisor -Perdão pela minha atitude naquele bar.

-Tudo certo , Teco Teco. -bati em seu ombro

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora