capítulo 42

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Jacaré: Tudo certo, casos de família. -falou sarcástico e pegou meu celular -Agora, tu só sai quando a herança pingar na minha conta.

Xxx: Tu está surtando. -encarou ele que revirou os olhos passando por ela

Encolhi na cadeira e ele saiu batendo a porta.

Xxx: Sou a Thais. -se aproximou -Não vô deixar ele fazer algum mal, não queremos isso.

-Eu não sabia, nem que tinha herança. -respondi sincera e ela assentiu

Thais: Eu não faço questão.

-O que me machuca mais, foi ela ter tirado o privilégio de ter tido um pai presente, ele estava do meu lado, o tempo todo. -suspirei fundo sentindo meu nariz arder

Thais: Tua mãe? -assentir e ela olhou pro lado -Eu te entendo.

-Eu não sei. -abaixei minha cabeça e senti sua mão alisando meu cabelo -Tu deveria estar com raiva, teu tio tá certo. 

Thais: Não de você. -respondeu baixo e eu levantei o olhar -Queria que tu fosse filha do Diogo também, uma irmã mais velha, seria legal. Eu pensei na possibilidade de sermos, afinal tu parece com ele, mesmo sendo poucos traços.

-Falam isso. -virei o rosto

Não queria falar com a Fernanda, queria um abraço do Teco e saber o que ele acha disso tudo.

Thais: Esse Teco é gente boa? -quebrou o silêncio -Tipo, agora tu tem um pai, imagina se ele for um chato.

-Ele é legal. -sussurrei

Ficamos paradas na sala até se passar algumas horas. Não tinha celular, apenas localização.

Percebi que as horas passou quando comecei a sentir fome e escurecer lá fora.

A Fernanda precisava entregar o dinheiro, mas não queria voltar pra casa e vê-la.

A Thais saiu faz algumas horas e voltou agora com alguém, na real tinha mais de um.

A porta abriu e o Índio passou, corri abraçando ele enquanto enterrei meu rosto em seu pescoço.

Índio: Tá na paz? -sussurrou e eu assentir

Jacaré: Avisei que não faríamos nenhum mal pra ela. -resmungou do meu lado

Índio: Dívida paga, tu some da vida delas, certo? -me afastou mas permaneceu segurando meu braço

Jacaré: Sim, papo de homem não moleque.

Indio: Visão. -pegou o celular solicitando alguma coisa e eu me afastei dele indo até a Thais que tava encostada observando

Thais: Toma. -entregou o meu celular e sorriu de lado -Coloquei meu número, sei que tu não vai querer mais pisar nesse morro. Mas se quiser uma amizade, tu já tem.

-Obrigada. -sorrir de lado e ela me abraçou

Índio: Lorena? -olhei pra ele que esticou a mão -Vamo.

Jacaré: Bela fiel compadre. -sussurrou pra ele que pressionou a mandíbula me guiando -Treina melhor tua mulher, foi uma experiência boa de sequestro. Talvez, ela passe mais vezes por isso, tão inocente.

Saimos da salinha e eu percebi que já estava quase escurecendo. Um sequestro de algumas horas.

Quando nós dois se afastamos dos vapores e caminhamos até o carro ele me encarou.

Índio: Pensei que tu estava brincando que viria até aqui.  -falou sério

-Eu precisava resolver.

Índio: Agradece que esse foi o melhor sequestro que tu pôde ter. -resmungou -Poderiam ter feito alguma fita contigo, antes de depositar o dinheiro.

-Quem depositou o dinheiro? -desviei o olhar sabendo que foi ele

Índio: Não faz falta.

-Por que não cobrou dela? -referir a minha mãe

Índio: Ela gastou, com algum tratamento. -olhei pro retrovisor confusa -O que deu nesse sequestro? só recebi uma mensagem do Paquetá, resolvi ligar pro Jacaré e ele falou que estava com a minha Dra na sala dele.

Ia abrir a boca mas estava tão cansada que permaneci calada.

-Eu tenho um pai, vivo. -falei irônica e ele me encarou -O Teco, ele é o meu pai.

Índio: Caralho. -sussurrou

-A minha mãe estava sendo ameaçada por que devia essa grana, que não era nossa. E pelo visto gastou com mais um segredo que eu não sei.

Encarei o meu celular vibrando e era ela.

-Não queria voltar pra casa. -encostei a cabeça no banco

Índio: Tu não precisa voltar. -respondeu baixo e estendeu a mão segurando a minha

-Tu acha que o Teco sabia que era o meu pai, mas escondeu assim como a Fernanda?

Índio: Não acho, pô. -apontou com a cabeça e parou o carro

Observei o Teco correr até o carro me encarando com os olhos vermelhos e o cabelo bagunçado.

Pai..era o meu pai.

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOWhere stories live. Discover now