fifth

703 80 102
                                    









Manchester, Inglaterra
19hr00min






— Meu Deus. — Alissa sussurra, ela se afasta devagar do jogador em sua frente, suas mãos apoiadas nos braços de Erling. — Me desculpa por isso.

Ela nega em um aceno de cabeça, envergonhada por ter chorado nos ombros do rapaz. Erling no entanto, mantém sua seriedade sobre a situação, suas mãos repousadas na cintura da médica, com medo de que um gesto pudesse deixá-la ainda mais vulnerável.

— Está tudo bem, Alissa. — Haaland garante, seus olhos buscando os da médica que luta para desvia-los.

Engolindo em seco, a mulher de cachos bonitos e pele castanha de afasta do jogador. A Ramirez limpa os resquícios de lágrimas em seu rosto enquanto caminha até a sua mesa. Por um momento se deixa aparentar surpresa quando nota os presentes sobre ela.

Uau. Ela não poderia dizer quantos tipos de flores tem ali nem se tentasse. Chocolates importados e uma carta a moda antiga bem ao seu centro. Ela repara no brasão do Manchester City sobre o papel.

— O que veio fazer aqui?

— Por que estava chorando daquele jeito? — o loiro rebate, não com ignorância ou pretensão, apenas preocupado.

— Agradeço pelo apoio, Erling. — ela começa, o tom baixo e educado de sempre. — Mas não é algo que eu possa te dizer.

Há um silêncio depois disso, é desconfortável e ela teme parecer ingrata. Mas não é do caráter de uma médica relatar sobre o estado de um paciente para outras pessoas que não estão envolvidas em sua vida.

— Certo. — é tudo que ele diz, o semblante tranquilo apesar de sua inquietação. — Bom, eu vim conversar com você.

— Senta, por favor. — ela pede com um sorriso fraco, tenta parecer o mais normal possível. — Esses presentes são pra mim?

— Sim. — Haaland sorri com certo orgulho, seus ombros se levantam como se não fosse nada demais. — Eu não sabia de que flores você gostava então eu trouxe todas.

— Uma vez uma senhora ficou internada por causa disso, aqui no hospital. — a ortopedista comenta como quem não quer nada. Suas mãos passeando pelas rosas. — O marido fez a mesma coisa, uma pena que ela tinha alergia a margaridas.

O rapaz de olhos azuis e cabelos dourados encara a mulher em sua frente com pânico em seu olhar. Ela, no entanto, parece alheia a sua mudança de expressão.

— Mas é um lindo presente. Obrigada. — Alissa sorri, seus olhos finalmente se erguendo para o jogador e notando sua feição assustada. — A, não se preocupe. Não sou alérgica a nenhuma dessas.

Haaland toma uma respiração profunda depois disso, o que arranca uma risada suave da doutora.

— Reparou na carta?

— Estou vendo, eu devo abrir agora? — ela questiona pegando o envelope em suas mãos. Alissa acha engraçado que se deram ao trabalho de mandar uma carta para ela em pleno século vinte e um.

Collide, Erling Haaland Where stories live. Discover now