Collide, Erling Haaland

seventh

Manchester, Inglaterra
21hrs23min

Alissa estava finalizando o seu plantão do dia na ala de oncologia infantil. Desde que Oliver foi internado para começar seu tratamento, ela passou a visitar aquele setor mais vezes. A médica de conversa fácil e assuntos diversos logo fez amizade com a maioria das mães, Francis sempre levava para a doutora biscoitos de nozes e avelã que ela mesmo preparava, como forma de demonstrar sua gratidão por todo o apoio e acolhimento que a ortopedista dava a eles.

E embora ela realmente tivesse adotado essa rotina para os seus dias, ela também aproveitava para evitar Erling Haaland. Quer dizer, pelo menos evitar de ficar sozinha com ele, já que os dois continuam almoçando juntos e discutindo sobre seu tratamento e a campanha que o rapaz vai ser embaixador no Hospital. Mas faz seis dias desde que os dois protagonizaram uma tensão na sala da médica e a Ramirez não tem lidado muito bem com a situação. Ela acredita que o atleta não tenha reparado a mudança de comportamento dela, Alissa só não sabe que o jogador é mais observador do que ela pensa.

Na porta da ala infantil, Haaland — encostado no batente da porta, observava a médica enquanto ela conversava com um paciente de cabelos avermelhados e olhos brilhantes. O garotinho usava um pijama que imitava o uniforme do personagem Buzz Lightyear.

— Então você vai viajar para Marte no ano que vem? — a médica entra na conversa criada por Oliver. Sentada na ponta da cama, com os cabelos presos em uma presilha e completamente relaxada — Alissa parecia estar em casa.

— Tecnicamente, sim. — ele explica, com a dicção melhor do que a de muitos adultos por aí. — Mas eu preciso estar totalmente curado, porque agora eu estou dodói tia Alissa.

— É, mas você vai estar bom logo logo. — a médica afirma, ajeitando os cachos do rapazinho em sua frente. — E eu quero ir com você pra Marte.

— A senhora já está convidada, eu vou ter que fazer um foguete maior pra caber eu, você e a mamãe. Mas vai dar certo. — Oliver diz, com seriedade.

— Ele fala disso o tempo todo. — Francis ri, sendo acompanhada pela doutora. Alissa não consegue nem acreditar que eles estão bem, que Olly respondeu bem as primeiras sessões de quimioterapia, e teve pouquíssimos efeitos colaterais. Logo ele estaria apto a remover o tumor do joelho, e continuar combatendo a doença.

— Bom, ele está prometendo que vai me levar e eu vou cobrar. — a médica brinca, piscando um olho para o pequeno. Oliver pisca de volta para ela, para confirmar o contrato estabelecido entre eles.

— Tem lugar pra mim também no seu foguete? — a voz de Erling imperiosa em suas costas quase faz a médica pular de susto. Ela olha para trás vendo o jogador parado aos pés da cama.

O rosto do garotinho ruivo se ilumina quando encara o atacante do Manchester City. Ele olha para sua mãe sentada na poltrona que imediatamente fica tímida com a presença do loiro.

— Erling Haaland. — ele diz em admiração. — Você é muito legal, quando eu crescer também vou ser jogador de futebol.

— A é? Em qual posição você quer jogar?

— No time lá da minha escola eu jogo como zagueiro. — Olly explica, mostrando seu sorriso banguela para o atleta. — Mas ser atacante é tão mais legal.

— Sério? Eu acho que o zagueiro é o cara mais importante do time, sabia? — Haaland explica, os olhos de Oliver brilham olhando para o jogador, completamente admirado. — Ele defende o time.