eighth

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Manchester, Inglaterra
03hrs27min







— Alissa, eu gostaria muito de saber o que te fez vir a minha casa a essa hora da madrugada. — Adam pontua, seu semblante incrédulo. Ao atender a porta naquele horário ele esperava tudo, menos a sua amiga. — É o nosso primeiro descanso real dessa semana, você não deveria estar dormindo?

A médica do outro lado da porta no entanto não se importa muito com as colocações feitas pelo amigo. Em uma mão ela carrega uma garrafa de vinho suave, na outra as chave do seu carro e seu celular. Vestida com um pijama que nada mais é do que uma regata leve de alças finas e calça de cetim azul claro.

— Eu preciso conversar, senão vou explodir de ansiedade. — a ortopedista sentencia. Seu olhos implorando por compreensão de seu amigo.

— Vem. — é tudo que o rapaz diz antes de trazê-la para dentro de seu apartamento. Ainda que esteja com sono e consternado pela interrupção da sua noite de descanso sua amiga parece precisar desabafar.

Sentados um de frente para o outro no sofá da sala, Adam Ross abre a garrafa de vinho e serve em duas taças que precisou pegar na cozinha. Ele entrega uma para sua amiga que imediatamente toma um gole generoso, arrancando um olhar de repreensão do pediatra.

— Eu e Erling nos beijamos. — a Ramirez diz, sem rodeios. Direta como sempre costuma ser.

Adam engasga com seu vinho, uma tosse mal contida começa enquanto o médico tenta organizar sua respiração novamente.

— O quê? — ele resmunga, meio incrédulo meio agitado. Sua expressão agora se abrindo em diversão. — Ai meu Deus, Ali.

A médica esconde seu rosto no encosto do sofá. Apesar de toda sua contradição sobre isso, ela não consegue evitar de esboçar um sorriso ao lembrar da maneira firme que as mãos de Haaland seguraram seu corpo. Ou da forma com que ele a beijou, como se a médica fosse a única coisa que importasse.

— Não foi só um beijo. — Alissa explica, suas mãos gesticulando para dar ênfase em sua fala. — A gente se beijou muito.

— Muito quanto? — Adam diz, curioso. Agora é ele quem vira um gole generoso da bebida alcoólica.

— A noite inteira, Adam. Eu juro não sei o que deu em mim. — a médica comenta, sua mão livre da taça acariciando sua têmpora. — A gente só parou de se beijar porque a Olivia bateu na porta.

— Ai. Meu. Deus. — Ross comemora, mais animado do que deveria com a situação. — Eu teria entrado sem bater.

— É você teria mesmo. — ela diz em tom acusatório, seus olhos se estreitando para o amigo.

— Caramba, Alissa. — Ross continua, a essa altura é ele quem está ansioso para saber mais da história. — E você gostou?

Ela ri descrente. Dizer que ela gostou, seria um eufemismo.

— Foi muito bom. — a ortopedista admite, sua voz nada mais que um sussurro envergonhado. — Eu acho que o jeito que ele me colocou em cima da mesa vai ficar na minha cabeça pra sempre.

Collide, Erling Haaland Where stories live. Discover now