Even My Dad Does Sometimes

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Neymar

— E, ela é incrível, mãe. — Digo para o telefone, puxando a grama do jardim — Ela é a pessoa mais forte que eu conheço, e ela passou por tanta coisa, eu queria poder ter conhecido-a antes.

— Eu acredito que a gente tem a hora certa de aparecer na vida das pessoas, querido. — Seu tom tranquilo e acolhedor me aquece — E é importante que você esteja sendo o apoio de alguém. Seu gesto foi lindo.

Eu contei sobre Karol, cada detalhezinho. As coisas que eu percebi, as coisas que a própria me disse, o que ela não disse também. Minha mãe é a pessoa que eu mais confio nesse mundo, e receber apoio dela numa situação tão delicada, era com certeza meu ponto fraco.

— Obrigado — Acho que a minha voz começa a ficar embargada aqui — Você consegue acreditar quem existem pessoas más a esse ponto, vivendo no mesmo mundo que a gente?

— Consigo, meu amor. — Sinto seu sorriso daqui — Mas me conforta saber que também existem pessoas como você. Pra todo mal tem uma cura, eu prometo.

Respiro fundo. Sinto meus olhos queimarem e pela primeira vez eu me sinto emotivo com a história de Karoline, o suficiente pra começar a chorar.

— E se não chegar pra todo mundo, mãe? Eu agradeço a Deus por estar no caminho da Karol e poder ajudar, mas existem outras meninas nessa mesma situação, ou pior!

— Infelizmente, a gente não pode ajudar todo mundo, meu amor. — Diz, sua voz ainda me tranquiliza

Deixo o silêncio se acomodar por algum tempo. Eu não gostava de chorar porque não gostava de admitir que as coisas podiam me atingir. Mas Karol me atingiu desde o início e eu não podia evitar.

— Está tudo bem em chorar, Ju. — Suas palavras parecem ler meus pensamentos, acabo soluçando

— Até seu pai chora às vezes.

— Eu te amo tanto. Queria que você estivesse aqui sempre, todo dia. — Suspiro, percebendo que o sol já estava sumindo

— Bom, nós vamos para o Natal. — Lembra — Rafa está super animada

— É, eu também tô — Seco meu rosto com a gola da camisa preta que eu vestia, respirando fundo uma última vez antes de me levantar. — Você podia vir antes.

— Antes quando, Neymar Junior? — Escuto sua risada nasalada. Rio junto

— Amanhã? — Tento — É que eu queria procurar os pais da Karol, e queria levar elas em um médico, sei lá, consulta de rotina, sabe? Tem essa coisa de documentação, e ela precisa estudar, também, né? Eu precisava de você. — Murmuro receoso, abrindo a porta de madeira sem pressa

— Eu vou tentar, amor — Essa era sua voz exata de quando ela estava se rendendo. Ufa. — Se eu for, porque eu não te garanto nada, eu chego a tarde, tudo bem? Preciso ir agora.

— Ok. Obrigado, eu te amo tanto — Sorrio. — Tchau, até amanhã.

Alright | Neymar Jr e Karoline LimaWhere stories live. Discover now