Alright | Neymar Jr e Karoline Lima

Angels

Neymar

Karol estava preocupada comigo. Eu tentei não demonstrar mas aquilo mexeu comigo um tanto. Ela não sossegou até que eu estivesse fora do estúdio. O que demorou bastante, mas eu o fiz e já era noite.

A questão não era Bruna. Eu estava uma confusão a respeito da própria Karoline, porque eu não queria que ela pensasse nada além da verdade.

Já eram onze e meia quando eu terminei de tomar banho e saí do quarto. As duas já haviam ido dormir, então eu fui apenas checar se estava tudo bem.

Não encontro Karol no quarto. Cecília estava dormindo como um anjinho, dentro do berço. Me certifico que estava tudo bem antes de sair dali. Não fecho a porta.

Eu esperava que ela estivesse na sala, jogando videogame com Marquinhos. Mas ela não estava. Nem na sala, ou na cozinha, ou na garagem. Nem no jardim.

— Phil, você viu a Karol? — Questiono um tanto nervoso, empurrando a porta do quarto do mais baixo.

— Eu achei que ela estivesse com você.

Bufo. Saio do cômodo, dando de cara com o banheiro fechado.

Mas não estava trancado. Empurrei a maçaneta com calma, encontrando Karol encolhida ali, no chão. Ela estava chorando e eu nem faço ideia do porquê.

— Ei! Ka, o que aconteceu? — Não hesito em me juntar a ela, a puxando para o meu peito — O que aconteceu?

Ela estava soluçando o suficiente pra não conseguir falar. Eu estava meio assustado e me sentindo muito péssimo por ela. Karoline devia ser protegida de todo mal.

— Está tudo bem, já passou. — Murmuro, segurando seus cabelos para trás e a abraçando apertado. — Não precisa chorar, eu estou aqui agora. Calma.

— Eu não quero voltar, eu não quero que a Ceci cresça na rua. — Ela murmura entre soluços, as mãos puxando o tecido de sua camisa.

— E ela não vai, meu amor. — Talvez eu também quisesse chorar agora. — Vocês estão aqui agora. Está tudo bem.

Ela disse mais algumas coisas sobre os pais dela e sobre não gostar de sentir como se fosse um peso. Eu não sei o que tinha a levado a aquela situação, mas eu não queria vê-la chorando assim nunca mais.

— Eu sou tão sortudo de ter você aqui, Karol — Suspiro, depois de algum tempo em silêncio. Ela não tinha se afastado. — Você me ensinou tanto. Eu me surpreendo toda vez que penso em você e penso no quão forte você é. Eu não quero que você se sinta assim mais, você não é um peso pra mim, nem pra nenhum dos meninos. Não precisa pensar assim.