Right My Wrongs

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Neymar

Karol sai do banheiro bastante tempo depois. Minha mãe ainda não tinha chegado. Ela murmurou um "eu estou bem" e fez o caminho até seu quarto.

Dava pra ouvir Richarlison e Marquinhos brincando com Ceci daqui de cima, então não me preocupo com mais nada. Apenas vou atrás.

Ela estava sentada na cama, prendendo os cabelos. Eu sentia que precisava abraçá-la sempre que a visse, eu queria fazer isso sempre.

— A gente podia ver um filme, tem sorvete na cozinha — Sugiro, me sentando ao seu lado — Ou você  quer jogar videogame? Você gosta bastante de videogame, né?

Ela jogava com Marquinhos às vezes. Ganhava deles na maioria delas, parecia uma boa distração.

Conversamos por um bom tempo ali. Consegui arrancar algumas risadas dela, consegui vê-la como uma adolescente normal. Karol me contou sobre sua avó, sobre sua antiga escola e sobre a maquiagem que Rafa tentou fazer nela ontem. Eu adorei ouvir.

A ideia de começar a gostar dela me atingiu um tanto que bruscamente. Assistí-la mover as mãos e sorrir as vezes, o jeito que balançava a manga que sobrava do meu moletom que ela usava. Eu me senti mal por esses sentimentos de primeira. Com tudo o que ela passou, ela não precisa de um parzinho romântico agora, por mais que sua idade dissesse o contrário. Eu não quero que ela passe pelo o que passou de novo.

Karol não vai encontrar alguém que a mereça, ela é demais pra qualquer um.

Já eram dez da noite quando decidimos ver o tal filme. A essa altura, Marquinhos já tinha chegado aqui com uma versão cansada e sonolenta de Cecília. Assisti Karol usar a maior delicadeza do mundo pra dar banho na filha, minha mãe me chamou e aí eu disse que voltava aqui quando saísse do quarto da mais velha

— Se aquele filho da puta cruzar o caminho da Karol alguma vez, de novo, eu não respondo pelos meus atos — Ela prende os cabelos no topo da cabeça, a pele um tanto avermelhada

Já tinha bastante tempo que ela tinha chegado, mas ela falava com o mesmo ódio que gritava dentro daquela casa.

— Não que um tapa na cara e uma garrafa de café quente não seja violência. Mas você sabe que eu sei fazer pior

— O que aconteceu lá, Dona Nadine? — Murmuro ao me sentar nos pés da sua cama, ela bufa

— Eu mandei aquele velho pra puta que pariu e eu falei que ia denunciar eles pra polícia por abandono de menor, abandono de incapaz, estupidez, sei lá, eu vou. A Karol é preciosa demais pra ter pais assim, Deus me livre.

Alright | Neymar Jr e Karoline LimaWhere stories live. Discover now