Capítulo 12

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(final alternativo – Parte 2)


Uma figura masculina, alta, musculosa e bela surgiu dentre os arbustos. Ele parecia mesclar-se nas sombras até que o Sol o iluminou por completo, reluzindo em sua pele dourada. Ele caminhou calmamente até Erick, observando-o com atenção. O cabelo loiro do homem brilhava como uma coroa, os olhos verdes faiscavam com autoridade e os ombros largos foram esculpidos para intimidar os que o rodeavam. À medida que ele andava, os arbustos, as folhagens das árvores e pequenos animais escondidos na periferia da clareira pareciam reverenciá-lo, curvando-se à sua passagem.

Ele parou à dois passos de Erick, encarando-o de frente. O homem e Erick tinham a mesma altura e, portanto, se encararam nos olhos com facilidade. O conde não recuou, manteve-se firme, mas encarou o rei dos seres da floresta com respeito.

-- O que faz de você um ser digno da filha de um rei? – ele perguntou para Erick.

-- Ela. – Erick respondeu sem hesitar. – Ayla me torna digno. Meu amor por Ayla me faz ser alguém melhor e aumenta o poder que corre nas minhas veias. E o amor dela me guiará ao destino que tivermos, me ajudando a proteger nossos povos.

-- Meu povo não é o seu povo. – Aslan disse seco.

-- É. – Erick retrucou. – O seu poder corre nas minhas veias, quer você queira ou não, e o amor da sua filha por mim corrobora esse poder.

O rei Aslan crispou os lábios e fuzilou o conde. Ele tinha coragem, ele admitia isso, mas era petulante demais. Insolente demais.

-- Por favor, não confunda minha certeza com insolência, alteza. – Erick disse, interpretando corretamente a expressão de Aslan. – Minhas palavras foram proferidas com base no que sinto. Eu não apenas amo sua filha, como a sinto à cada momento. O laço que nos une foi escrito há muito tempo, na profecia do seu povo. Eu não poderia ficar longe de Ayla nem que eu quisesse. E não quero!

-- Você não conhece nossas profecias e costumes. Não sabe nada.

-- Sei o que aprendi com meus pais. Sei o que meu coração sente. E sei que Ayla pode me ensinar ainda mais. Eu não ficarei longe dela. Eu dormirei nessa floresta dia e noite até que eu possa estar com ela novamente.

Aslan arqueou as sobrancelhas, surpreso com a atitude do conde. Ele o encarou detalhadamente, observou além de sua aparência precária e buscou a nobreza que ele parecia ter.

O rei olhou para a esposa e eles conversaram sem precisar de palavras.

-- Você pode ficar aqui por meses e não mudaria nada para nós. – Aslan ameaçou Erick.

-- Se Ayla estiver por perto, e eu souber que ela está bem, ficarei anos.

O rei Aslan o encarou e bufou desdenhoso. Ele deus às costas para o conde e seguiu em direção à esposa. Porque ele deveria acreditar naquele híbrido?

-- Eu AMO a sua filha. Isso nunca vai mudar. – Erick disse e fez o rei estancar no lugar. – A união da minha mãe com meu pai criou uma ruptura na magia, permita que a minha união com Ayla conserte isso.

-- Como um novo erro consertaria o primeiro, rapaz? – o rei Aslan quase cuspiu as palavras com arrogância.

-- Não seria um erro... – Erick começou a falar, mas se calou ao ver a fúria surgir nos olhos do rei. Assim, mudou de tática. – Seu povo já é capaz de evitar que os espíritos saiam quando há uma ruptura, então nosso casamento não será um perigo – Erick disse com paciência --, porém, quando nosso filho nascer, o sangue de uma criança proveniente da união de descendentes direto e com poder, será irresistível para o Duroia presente em nossas terras. E nesse dia, estaremos preparados para aprisioná-lo novamente.

A curaWhere stories live. Discover now